Lausanne - Na esperança de reduzir a dura punição que recebeu da Fifa pela mordida que deu num zagueiro italiano na Copa do Mundo , o uruguaio Luis Suárez depôs nesta sexta-feira diante do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), que deve apresentar sua decisão até 17 de agosto.
Usando uma camisa social quadriculada branca e azul e carregando uma pequena mochila preta das costas, o atacante de 27 anos permaneceu cerca de cinco horas no tribunal, situado na cidade de Lausanne, na Suíça.
Depois do incidente, ocorrido no dia 24 de junho em Natal, na vitória por 1 a 0 da Celeste sobre a Itália, o uruguaio foi suspenso pela Fifa por nove partidas com a seleção do seu país, e proibido de exercer qualquer atividade ligada ao futebol por quatro meses.
Por conta da punição, o jogador não pôde ser apresentado ao novo clube, o Barcelona, que o contratou em julho junto ao Liverpool, e também não retomou os treinos com os companheiros.
O próprio presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, considerou a punição "muito severa".
A decisão final será dos três juízes do TAS, dois suíços e um italiano. Depois da audiência, o tribunal avisou que se pronunciará "o mais cedo possível, provavelmente antes do fim da próxima semana".
Num comunicado, o FIFpro, sindicato internacional dos jogadores de futebol, pediu que o TAS reduza a punição, que considera "desproporcional" e "o impede de exercer o direito de trabalhar com seu clube".
O problema é que 'El Pistolero' é reincidente. Ele já havia sido suspenso por dez partidas em abril do ano passado, quando mordeu o sérvio Branislav Ivanovic durante uma partida entre Liverpool e Chelsea. Em 2010, quando era jogador do Ajax de Amsterdã, Suárez foi punido com sete partidas após morder o jogador Otman Bakkal, do PSV Eindhoven.
- 1. Tempo de celebrar sucessos e amargar com os fracassos
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São Paulo – Principal campeonato de futebol mundial, a
Copa do Mundo é uma grande oportunidade para celebrar o
sucesso ou amargar o fracasso das estratégias das equipes participantes. Trabalho em grupo, brilho individual de grandes estrelas do esporte, favoritismo e zebras e a maior derrota do Brasil em uma semifinal são alguns dos aspectos marcantes desta Copa e que trazem reflexões e lições importantes. O aprendizado é futebolístico, mas pode ser transferido para quem não tem o esporte como
carreira também. É o que propõe Yuri Trafane, sócio da Ynner Treinamentos. Confira 17 lições da Copa que servem para profissionais de empresas também:
- 2. A atuação do Brasil que culminou na derrota por 7 a 1
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Fatos: Campanha da seleção brasileira culminou no vexame na semifinal. “O grande tropeço foi a face visível de um monte erros que foram se acumulando”, diz Trafane. Falta de controle emocional, esquema tático inflexível e igual para todos os adversários, esperança só no talento individual, falta de plano B são alguns dos fatos que marcaram a seleção até agora. Lições de carreira: “Em um mundo competitivo e com altas cobranças, é necessário desenvolver inteligência emocional para lidar com situações extremas. Sem isso, um executivo ou uma equipe profissional pode por tudo a perder”, diz Trafane. Outra lição que fica a partir da rigidez tática do Brasil é que as estratégias devem ser adaptadas de acordo com o ambiente. “Variações devem ser desenvolvidas para lidar com concorrentes, clientes e canais de distribuição diferentes”, diz o sócio da Ynner Treinamentos. Outro ponto que o especialista cita é que não necessariamente a reunião de talentos individuais resulta em equipe com resultados geniais. “É como diz o ditado: pessoas inteligentes, agindo inteligentemente de forma individual podem gerar um resultado coletivo não inteligente”, cita Trafane. A necessidade de um plano B em caso de perda de peças chaves do grupo também é essencial para um gestor de equipes e resultados. “Nenhum projeto pode ser colocado em prática em uma empresa sem a existência de um plano de contingências”, afirma o especialista.
- 3. Saída precoce da Espanha, campeã em 2010
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Fato: a Espanha saiu cedo da Copa e sofreu a derrota mais humilhante de um atual campeão mundial. “Muitos analistas espanhóis atribuem o ocorrido à falta de renovação da equipe espanhola que ainda é muito parecida com a de 2010”, diz Yuri Trafane. Lição de carreira: “o sucesso gera um apego desproporcional às práticas correntes”, diz Trafane. O resultado é que os profissionais podem ficar “cegos” para novas formas de agir. “Ao mesmo tempo, os concorrentes aprendem como combater a estratégia que havia sido vencedora”, explica o sócio da Ynner Treinamentos.
- 4. A surpreendente Costa Rica
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Fato: a Costa Rica chegou às quartas de final da Copa e ninguém esperava que ela passasse da primeira fase, já que disputava vaga com campeões mundiais como a Inglaterra, Itália e Uruguai, no chamado “grupo da morte”. Lição de carreira: “Em um mundo em que o conhecimento se movimenta de forma veloz, o tempo de gestação de um concorrente perigoso é muito mais curto e ele pode aparecer de locais inesperados”, diz Trafane. De acordo com ele, desprezar pequenos adversários pode ser a receita para ser surpreendido.
- 5. Fim do fator surpresa complicou a vida da Costa Rica
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Fato: já conhecida como adversário forte, a Costa Rica começou seu calvário nas quartas de final. “A Holanda se impôs e jogou infinitamente melhor, mesmo que tenha precisado ir até os pênaltis para vencer”, diz Trafane. Lição de carreira: o fator surpresa de quem é novo no mercado e inova é um grande aliado. Mas a fama traz dificuldades, é sempre bom lembrar. A visibilidade pede atenção redobrada, segundo o especialista.
- 6. Troca de goleiros da Holanda
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Fato: na quartas-de-final, o técnico da Holanda trocou o goleiro no finalzinho da prorrogação do jogo contra a Costa Rica. “Em uma decisão acertada levou seu time para a semifinal do torneio ao apostar em um jogador que estava sendo preparado para uma função especial”, diz Trafane. Contra a Argentina, o técnico holandês foi criticado por não ter adotado a mesma postura, já que a disputa foi aos pênaltis e a Holanda perdeu. Lições de carreira: “só líderes corajosos se arriscam em estratégias inusitadas”, diz o sócio da Ynner Treinamentos. O inusitado, diz ele, confunde concorrentes e cria vitórias surpreendentes. Outra lição é que há momentos em que só os especialistas conseguem fazer a diferença. “É que seus conhecimentos profundos de temas específicos podem levar a vantagens competitivas fundamentais”, diz Trafane.
- 7. Descontrole emocional tirou jogadores de campo
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Fato: descontrole emocional levou jogadores à expulsão. O caso mais emblemático de ataque de raiva - a mordida de Luis Suarez no italiano Chiellini - no entanto, não teve consequências imediatas porque o juiz não viu, mas baniu o astro uruguaio da Copa e do futebol por meses. Lição de carreira: “O tempo passa e algumas coisas não mudam. Muitos profissionais continuam perdendo espaço e oportunidades por deixarem a emoção tomar conta em momentos em que a razão deveria falar mais alto”, diz Trafane.
- 8. A reincidência de Suarez
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Fato: a mordida em Chiellini, jogador da Itália, não foi a primeira da carreira do uruguaio Suarez. Nem a segunda. Em 2010 e 2013, novamente, ele cravou seus dentes em advesários. Lição de carreira: em uma contratação, o histórico de carreira é levado em conta. “Um comportamento anormal não costuma surgir de uma hora para outra”, diz Trafane. Por isso recrutadores fazem um trabalho de investigação, em grande parte das vezes.
- 9. Chile mudou a escalação para jogar contra a Espanha
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Fato: Depois de ter vencido a Austrália, o Chile surgiu com outra escalação para jogar contra a Espanha. Venceu com um time diferente daquele vitorioso contra a equipe australiana. “Contra a Austrália, o Chile pode usar um time mais ofensivo, mas isso não significa que deveria ter feito o mesmo contra a Espanha”, diz Trafane. Lição de carreira: situações diferentes pedem estratégias diferentes. “Uma estratégia que funciona dentro de uma situação competitiva pode não funcionar na outra”, diz o sócio da Ynner Treinamentos.
- 10. Buffon assume a responsabilidade pela derrota da Itália
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Fato: O goleiro GianluigiBuffon da Itália assumiu a responsabilidade pela derrota da Itália contra o Uruguai e consequente eliminação ainda na primeira fase. Não procurou culpados e, mesmo eleito o melhor em campo naquela partida pela Fifa, disse: "às vezes é bom assumir culpas" . “A entrevista de Buffon depois da derrota foi uma pérola de consciência e ponderação”, diz Yuri Trafane Lição de carreira: reconhecer erros e melhorar a partir deles é passo fundamental para ter sucesso profissional. “Buffon é um dos atletas mais bem sucedidos em atividade no futebol atual. Coincidência?”, pergunta o especialista.
- 11. Cristiano Ronaldo não pode fazer a diferença
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Fato: Diferentemente de Messi, Roben e Neymar, Cristiano Ronaldo não fez a diferença no seu time. “Argentina, Brasil e Holanda têm jogadores que ajudam seus astros. Já o time de Portugal é abaixo da crítica”, diz Trafane. Lição de carreira: “um gênio no mundo empresarial só gera impacto se tiver o mínimo de ajuda de colegas que criem condições para que sua genialidade se manifeste”, diz Trafane.
- 12. Sobram erros na defesa nesta Copa
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Fato: muitos gols aconteceram porque zagueiros quiseram “jogar bonito” e acabaram errando. Lição de carreira: “em alguns momentos na empresa é necessário deixar de lado o perfeccionismo e fazer as coisas de forma incompleta ou com qualidade baixa, mas fazer”, diz Yuri Trafane, da Ynnner Treinamentos.
- 13. Jogadas ensaiadas renderam muitos gols na Copa
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Fato: 21% dos gols na fase de grupos vieram de jogadas ensaiadas. Lição de carreira: processos claros, treinados com afinco, são um dos ingredientes de uma empresa e de profissionais eficientes segundoTrafane.
- 14. Reservas brilharam
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Fato: 20% dos gols na fase de grupo da Copa do Mundo de 2014 foram feitos por reservas. Lição de carreira: em ambientes competitivos, é preciso que todos do time contribuam para que o sucesso seja alcançado, lembra Yuri Trafane, sócio da Ynner Treinamentos.