Seleção brasileira começa caminhada para Catar-2022
Convocação sai hoje e deve ter nomes do Flamengo ao lado de “estrangeiros”, mas é nos patrocínios que o Brasil precisa virar o jogo
Victor Sena
Publicado em 6 de março de 2020 às 06h50.
Última atualização em 6 de março de 2020 às 06h51.
São Paulo — A Copa do Mundo de 2022, de certa forma, começa hoje para a seleção brasileira. Hoje, às 11h, o técnico Tite anunciará os 23 jogadores que defenderão o Brasil nas primeiras partidas eliminatórias para o mundial do futebol no Catar, contra a Bolívia, na Arena Pernambuco, no dia 27 de março, e o Peru, em Lima, no dia 31.
É hora então das apostas. Quem serão as novidades? Do exterior, um dos nomes aventados pela imprensa esportiva é Bruno Guimarães, meia do Lyon. Do Aston Villa, o volante Douglas Luiz desponta por ter sido convocado nos últimos dois amistosos no ano passado. Do Brasil, Gerson, do Flamengo, é outra boa possibilidade.
A favor dos três está a juventude: todos eles estão em idade olímpica. Do Real Madrid, Vinicius Junior e Rodrygo devem ser convocados mais adiante.
Fora eles, não deve haver muita novidade. Gabriel Jesus, do Manchester City, está suspenso desde a final da Copa América. Mas é aguardada a volta de Filipe Luís, do Flamengo, ausente das convocações também desde o torneio continental.
Tite está numa posição relativamente confortável, ainda que não na melhor fase. Desde a Copa do Mundo da Rússia, ele esteve à frente da seleção em 22 jogos, com 14 vitórias, seis empates e duas derrotas – ambas no último semestre, depois da conquista na Copa América. Mas se em campo o Brasil tem tocado a bola de lado, é no marketing que precisa reagir.
O Brasil conta hoje com nove patrocinadores – Nike (cujo contrato é o maior de todos), Itaú, Vivo, Guaraná Antártica, Mastercard, Gol, Cimed, Semp TCL e Fiat. São empresas fortes, líderes em seus segmentos. Até o final do ano passado, outras duas companhias estavam nessa lista, English Live e Ultrafarma. Com a English Life, o contrato acabou e não foi renovado. Com a Ultrafarma, houve acusação de não pagamento e rescisão.
Em 2015 a seleção brasileira chegou a ter 13 empresas parceiras, quatro a mais do que hoje. Em fevereiro do ano seguinte, no entanto, duas já haviam deixado a camisa amarela, Sadia e Gillette. De lá para cá, o número se manteve mais ou menos estável, entre 11 e nove.
Os patrocínios respondem por cerca de metade da receita da CBF. Em 2018, a entidade registrou receita bruta de 617 milhões de reais, um aumento de 13,3% em relação ao ano anterior – os números de 2019 ainda não foram divulgados. O resto do faturamento vem de direitos de transmissão, bilheteria de jogos e premiações em competições.
Além de mostrar que deixou no passado escândalos de corrupção, a CBF precisa, para conquistar novos patrocinadores, fazer a Amarelinha voltar a empolgar em campo — um grande desafio.