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Rússia suspende exibição de comédia sobre morte de Stalin

Sátira política foi criticada por personalidades da cultura russa por zombar de dirigentes e símbolos soviéticos

Moscou: ministério mudou de ideia sobre o filme após receber numerosas manifestações de repulsa (ZX-6R/Thinkstock)
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EFE

Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 16h00.

Moscou - A Rússia suspendeu a projeção do filme britânico "The Death of Stalin" ("A Morte de Stalin", em tradução livre), uma sátira política criticada por personalidades da cultura russa por zombar de dirigentes e símbolos soviéticos.

"Enviamos hoje uma nota à distribuidora Volga sobre a retirada de acreditação para o filme 'The Death of Stalin'", informou um porta-voz do Ministério da Cultura para os veículos de imprensa locais.

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O porta-voz explicou que um filme pode ter sua autorização de exibição suspensa caso este inclua informação cuja difusão está proibida pela legislação.

"Se o filme será exibido ou não, veremos isto mais tarde", acrescentou a fonte.

A Volga explicou que o ministério lhe remeteu no dia 17 de janeiro a autorização para exibir o filme, mas mudou de ideia após receber numerosas manifestações de repulsa.

"The Death of Stalin", dirigido pelo britânico Armando Iannucci e que devia estrear em 25 de janeiro, aborda com tom de humor as lutas internas após a morte de Josef Stalin em 1953.

Um grupo de membros destacados do conselho subordinado ao Ministério de Cultura, entre os quais figura o famoso cineasta Nikita Mikhalkov, criticou o filme após assistir à sua pré-estreia ao considerar que o mesmo inclui material que pode ser classificado como extremista.

Na opinião deste grupo, a comédia distorce a história da URSS e macula a memória dos cidadãos soviéticos que derrotaram o Fascismo.

Os integrantes do conselho denunciaram que o marechal Georgy Zhukov, o herói soviético da Segunda Guerra Mundial, é apresentado como um palhaço e enquadraram o filme na atual "luta ideológica contra a Rússia".

Além disso, devido à proximidade do 75º aniversário da vitória na batalha de Stalingrado, pediram encarecidamente que sua exibição fosse adiada por vários meses.

Em particular, Pavel Pozhigailo opinou que "The Death of Stalin" é um "insulto" aos "símbolos históricos da URSS: o hino soviético, as ordens e medalhas".

As opiniões do conselho foram respaldadas pelo comitê de Cultura da Duma, a Câmara dos Deputados da Rússia, na qual os deputados pediram que sua estreia fosse adiada e qualificaram o filme de "asqueroso", mas reiteraram que a lei impede a proibição do longa-metragem.

"The Death of Stalin" estreou em setembro do ano passado durante o Festival de Toronto, no Canadá, ao qual compareceram seus principais protagonistas.

O sucessor de Stalin, Nikita Khrushchev, é interpretado por Steve Buscemi; Zhukov, por Jason Isaacs, enquanto que o conhecido comediante do grupo Monty Python Michael Palin vive Vyacheslav Molotov, em um elenco que também inclui a ucraniana Olga Kurylenko.

Em declarações à imprensa russa, Iannucci assegurou que o filme não pretende ser um documento histórico e admitiu que os diálogos entre os dirigentes soviéticos são resultado de sua imaginação.

A imagem de Stalin, que dirigiu com mão de ferro a URSS durante mais de 25 anos, melhorou nos últimos anos e cada vez menos russos o consideram um ditador sanguinário responsável pela repressão contra milhões de pessoas. EFE

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