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Revezamento da tocha olímpica de Tóquio deixa população dividida

Evento começa amanhã, dando início à contagem regressiva para os Jogos

 (Issei Kato/Reuters)

(Issei Kato/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de março de 2021 às 13h38.

Última atualização em 24 de março de 2021 às 14h27.

Quando Shusaku Sagi tinha 19 anos, viu seu centro de treinamento de futebol da Vila-J de Fukushima ser convertido em uma base de trabalhadores encarregados da desativação da usina nuclear próxima depois que o terremoto de 2011 a avariou e levou milhares de pessoas a fugirem.

Amanhã (25), o complexo esportivo abrigará a cerimônia de largada do revezamento da tocha olímpica, iniciando a contagem regressiva para os Jogos de Tóquio - o primeiro a ser organizado durante uma pandemia mortal.

"Grandes eventos esportivos, como a Olimpíada, podem energizar as pessoas e enviar uma mensagem para o mundo não esquecer Fukushima", disse Sagi, hoje com 29 anos, que organiza torneios de futebol para jovens na Vila-J.

Integrantes da seleção feminina de futebol do Japão usarão a chama olímpica, enviada de avião da Grécia, para acender a tocha. Mas a cerimônia, planejada originalmente para milhares de torcedores como uma comemoração da recuperação japonesa, será fechada ao público.

Alguns moradores não compartilham o entusiasmo de Sagi e se ressentem dos esforços do governo para destacar Fukushima.

Vastas áreas ao redor da usina continuam interditadas, os temores da radiação persistem e muitos que partiram se estabeleceram em outros locais. A desativação levará até um século e custará bilhões de dólares.

Takayuki Yanai, que trabalha em uma cooperativa de peixarias de Iwaki, 50 quilômetros ao sul da usina, disse que o conceito de "Olimpíada da Reconstrução" não é amplamente endossado pelos moradores.

"A pesca no litoral de Fukushima ainda é cerca de 20% do que era", disse Yanai. "Temo que tenhamos sido meio deixados de fora da reconstrução".

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