Quatro chefs para conhecer na sua próxima viagem pelo Brasil
Conheça chefes de Salvador, Belo Horizonte, Belém e Curitiba pra incluir no seu próximo roteiro de viagem
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2019 às 15h00.
Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 15h00.
Fabricio Lemos, Origem (Salvador)
Alameda das Algarobas, 74, Pituba, Salvador, (71) 99202-4587.
“Meu lema é comida baiana além do dendê”, diz Fabricio Lemos. Chef do Origem, em Salvador, ele gosta de virar a gastronomia local do avesso. O restaurante trabalha apenas com menu-degustação, que começa com um shot de cachaça incrementada com alguma fruta da época, como caju e jenipapo. O intuito é questionar a onipresença das roskas no estado. Na sequência chega à mesa o abarajé, um abará que é frito depois de empanado. Um dos pratos principais pode ser o badejo grelhado com purê de castanha de caju, caldo de lambreta e ora-pro-nóbis. Antes de inaugurar o Origem, Lemos atuou no Mistura, no Amado e no Al Mare, três outros restaurantes de renome da capital baiana. O estabelecimento, que no ano passado ganhou uma filial, o Ori, mais informal, é tocado em parceria com sua mulher, a chef pâtissière Lisiane Arouca.
Manu Buffara, Manu (Curitiba)
Alameda Dom Pedro II, 317, Batel, Curitiba, (55) 3044-4395
Rosto mais conhecido da gastronomia paranaense, a curitibana Manoella Buffara conquistou no ano passado o prêmio "Miele One to Watch", do ranking “Latin America's 50 Best Restaurants”. No restaurante Manu ela prepara apenas menus-degustação, um vegetariano e outro não. Ambos começam com uma sequência de uns doze pequenos snacks, como cestinha crocante com emulsão de beterraba e chips de batata doce com shiitake hidratado com tucupi. A pescada imersa em suco de maçã, couve e kiwi, acompanhada de couve-rábano e beldroega, é um prato principal recorrente. Para os vegetarianos, uma das opções pode ser a delicada couve-flor na brasa acrescida de leite vegetal de castanha do pará, limão cravo e salsinha. Com uma agenda repleta de viagens internacionais para participar de congressos e palestras em instituições renomadas como o Culinary Institute of America, em Nova York, ela está prestes a abrir um restaurante em Nova York, o Ella.
Leonardo Paixão, Glouton, Belo Horizonte
Rua Bárbara Heliodora, 59, Lourdes, Belo Horizonte, (31) 3292-4237.
Formado em medicina pela Federal de Minas Gerais, Leonardo Paixão se deixou levar durante a faculdade pela ideia de abraçar a gastronomia. Começou a atuar como cozinheiro em eventos e se passou um ano dando plantões em hospitais depois de formado foi só para conseguir arcar com as salgadas mensalidades da prestigiosa École Supérieure de Cuisine Française, em Paris. De volta a Belo Horizonte depois de ter estagiado na cozinha de três dos maiores chefs franceses, Joël Robuchon, Pierre Gagnaire e Nicolas Magie, trabalhou por dois anos no Taste-Vin antes de abrir o próprio restaurante, o Glouton. No início se tratava de um bistrô parisiense com clássicos franceses como confit de canard e navarin d'agneau. Hoje ele aposta em receitas como moqueca de caju, arroz de laranja, amendoim e pirão de coco e papada de porco com mil-folhas de mandioca e pastel de batata doce. No ano passado, Paixão inaugurou um gastrobar, o Nicolau, que presta homenagem a seu buldogue francês.
Thiago Castanho, Remanso do Bosque (Belém)
Av. Rômulo Maiorana, 2350, Marco, Belém, (91) 3347-2829
Ele tinha 16 anos quando se decidiu pela profissão, ajudando o pai na cozinha do restaurante da família, o Remanso do Peixe. Aberto em 2000, em Belém, foi a solução encontrada pelo pai, formado em contabilidade e cansado dos assaltos a seu depósito de bebidas, para sustentar os filhos. O negócio começou com uma pizzaria na própria casa em que Thiago vivia com os pais e o irmão mais novo. Depois vieram os peixes e muitos clientes, o que levou a família a mudar de endereço. Depois de cursar gastronomia em São Paulo, Castanho resolveu abrir um novo restaurante mais autoral, o Remanso do Bosque. É onde pode servir receitas como arroz tingido por açaí com camarão de rio, ostra e mexilhão de mangue.