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Quatro cafeterias fora do eixo Rio-São Paulo para conhecer

Elas atestam o aumento da procura por produtores nacionais de pequeno porte e o resgate dos métodos manuais de preparo

Castigliani Cafés Especiais (Castigliani Cafés Especiais/Divulgação)

Castigliani Cafés Especiais (Castigliani Cafés Especiais/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 10 de julho de 2019 às 18h11.

Quatro cafeterias fora do eixo Rio-São Paulo que atestam o aumento da procura por produtores nacionais de pequeno porte e o resgate dos métodos manuais de preparo

Latitude 13

Avenida Juracy Magalhães Júnior, 1624, Rio Vermelho, Salvador

A pequena cafeteria da Latitude 13, dentro do Mercado do Rio Vermelho, em Salvador, não condiz com o tamanho do negócio. Fundada por Luca Giovanni Allegro em 2010, a marca de cafés especiais é dona de fazendas na região da Chapada Diamantina, na Bahia, onde crescem variedades como catuaí vermelho e topázio. A produção anual é de 15 mil sacas e de cada cinco, quatro são exportadas para outros países, em geral da Europa, além dos Estados Unidos. Na cafeteria é possível escolher entre quase dez métodos de preparo e quatro cafés em linha. Com grãos variados, o clássico é o mais encorpado e o blend, feito só com catuaí vermelho, o mais delicado. Todos são vendidos triturados, em cápsulas compatíveis com máquinas da Nespresso e sachês individuais.

Café do Latitude 13

Café do Latitude 13 (Latitude 13/Divulgação)

Oop Coffee

Rua Fernandes Tourinho, 143, Funcionários, Belo Horizonte

Servidos em copos de cerâmica, os cafés são feitos com grãos comprados diretamente de pequenos produtores nacionais e torrados no próprio empreendimento, cujo primeiro nome, na língua oficial da África do Sul, significa aberto. A seleção muda semanalmente, mas é provável que você encontre o catuaí vermelho produzido no Espírito Santo pelo Sítio dos Cedros - repare como a doçura remete à rapadura. Os cafés são preparados tanto no filtro japonês V60 como no aeropress e na prensa francesa. A ambientação, moderninha, é composta por fachada de vidro, pé-direito de quase sete metros, paredes pintadas de branco, teto de cimento aparente e luminárias com filamento de carbono. Pendurado nos fundos, um letreiro em neon azul no qual se lê “slow down” convida a clientela a dar uma pausa na correria do dia a dia.

Oop Coffee

Oop Coffee (Oop Coffee/Divulgação)

Café Arte & Letra

Alameda Dom Pedro II, 44, Batel, Curitiba

Mix de editora, livraria e cafeteria, ocupa um aprazível imóvel de 270 metros quadrados com prateleiras que abrigam cerca de 5 mil livros, a maioria de ficção. Idealizado pelos irmãos Frederico e Thiago Tizzot, o negócio começou há uma década como uma editora, que já lançou mais de 150 romances e revistas. Em 2006 surgiu a livraria e, cinco anos depois, a cafeteria. O apreço dos fundadores pela literatura está impresso até nos pacotes dos cafés - feitos a partir de blends torrados pela marca curitibana 4 Beans, todos homenageiam personagens literários. O Molly Bloom, por exemplo, elaborado com grãos do Espírito Santo, é inspirado na obra mais famosa de James Joyce. Já o Polaquinha, que leva frutos do norte do Paraná, presta tributo ao romance de Dalton Trevisan. Outro exemplo é o Chinaski, com matéria-prima de Minas Gerais, que remete ao personagem mais conhecido de Bukowski.

Café Arte & Letra

Café Arte & Letra (Café Arte & Letra/Divulgação)

Castigliani Cafés Especiais

Estrada do Encanamento, 323, Loja 3, Casa Forte, Recife

Vista da rua, uma imponente máquina de café expresso La Marzocco, importada da Itália, deixa clara a vocação do endereço, assim como o desenho em neon de uma xícara na fachada. A decoração é similar a de outras cafeterias que apostam nos métodos de preparo variados e em grãos de pequenos produtores - não faltam o teto de cimento queimado, que contrasta com os azulejos brancos das paredes, e as lâmpadas com filamento de carbono. Os grãos utilizados na maioria dos cafés são os da marca Unique, sediada na cidade mineira de Carmo de Minas. Vai no Zenzero, por exemplo, um cappuccino feito com gengibre e mel e coberto com uma camada de açúcar mascavo. E também há grãos importados, como os da incensada marca dinamarquesa Coffee Collective. Esses são reservados para métodos de preparo mais complexos, como o que se vale do aeropress.

Castigliani Cafés Especiais

Castigliani Cafés Especiais (Castigliani Cafés Especiais/Divulgação)

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