Bia Haddad em Roland Garros em 2023: classificação para a semifinal (Julian Finney/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 25 de maio de 2024 às 06h30.
Com seus bulevares com árvores, barracas de croissants e morangos com chantilly, telão em frente a um gramado, Roland Garros pode ser considerado o mais charmoso Grand Slam, conjunto dos quatro torneios de tênis mais importantes do mundo. O campeonato nas quadras de saibro de Paris começa oficialmente neste fim de semana, com forte de presença de brasileiros.
O país terá no torneio parisiense seis competidores em simples e cinco nas duplas. Em simples, estarão Bia Haddad, Thiago Wild, Gustavo Heide, Thiago Monteiro, Felipe Meligeni e Laura Pigossi. Nas duplas, jogarão Marcelo Melo, Rafael Matos e Fernando Romboli, além de Wild, na chave masculina, e Luisa Stefani e Ingrid Martins. A última vez que o Brasil contou com tantos tenistas em Roland Garros foi em 1988.
Cada um dos brasileiros ganhará 400.000 reais só para disputar a primeira partida da competição, em valor que mostra a força financeira da modalidade. Exibido com exclusividade pela ESPN e pelo Star+ no Brasil, o torneio de Roland Garros é um dos favoritos dos atletas brasileiros. O mais recente sucesso aconteceu justamente na última edição, quando Bia Haddad chegou à semifinal da disputa. Na ocasião, pelo feito obtido, a brasileira levou para casa 630.000 euros, cerca de 3,3 milhões de reais na época. Na história da competição, Gustavo Kuerten tem três títulos, enquanto Fernando Meligeni chegou também à semifinal, em 1999.
Poucos esportes individuais pagam como o tênis, e o movimento tem sido crescente nas principais competições. Roland Garros, por exemplo, teve bom crescimento na premiação paga aos tenistas, com aumento de quase 8% em relação ao valor de 2023, ano em que a quantia já havia batido seu recorde histórico.
Hoje, Roland Garros paga valores equivalentes aos outros Grand Slam de tênis, precisamente US Open, Wimbledon e Australian Open. Até há alguns anos, o torneio tinha premiação menor, muito pela capacidade reduzida de receber grandes públicos do complexo de tênis em Paris. Nos últimos anos, o local foi reformado e recebeu até uma nova quadra.
Mas, acima da capacidade de receber público, Roland Garros ainda é uma marca poderosa para atrair grandes patrocinadores. Empresas como Emirates, Renault, Lacoste e Rolex têm o torneio como plataforma de comunicação e ativação, com o aproveito de todo o glamour que carrega o torneio em Paris, a mais visitada metrópole do mundo.
Um bom exemplo esteve em março deste ano, quando a Lacoste usou a principal quadra do complexo, a Philippe Chatrier, para promover o desfile de outono-inverno 2024. René Lacoste, ex-tenista e fundador da marca, foi homenageado em meio ao saibro do estádio. A mistura de esporte e moda se fez explícita de modo raro no segmento, algo possível apenas com uma marca que carrega tanta história como Roland Garros.
Se hoje cada tenista lucra alto com essa atratividade, nem sempre foi assim. Não que o torneio não tivesse pouco poder financeiro anos atrás, mas o movimento foi acelerado nas últimas décadas. Em comparação, Gustavo Kuerten foi campeão de Roland Garros pela última vez em 2001. Na época, ele recebeu quase 600.000 dólares pelo feito, um pouco mais de 1 milhão de dólares com a correção da inflação. Hoje, o campeão leva para casa 2,5 milhões de dólares.