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Águia de Ouro festejou como vencedora neste Carnaval

Nosso repórter conta como foi a festa da Águia de Ouro, a campeã moral do Carnaval paulistano


	Águia de Ouro atrasou um minuto e foi penalizada com 1,1 ponto. Na apuração das notas, ficou a apenas 0,2 pontos das duas primeiras colocadas
 (Divulgação)

Águia de Ouro atrasou um minuto e foi penalizada com 1,1 ponto. Na apuração das notas, ficou a apenas 0,2 pontos das duas primeiras colocadas (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 14h43.

São Paulo - Terça-feira, após a apuração das notas do desfile de São Paulo. Na quadra da Águia de Ouro, uma multidão se aglomera, comemorando. Nunca vi uma felicidade tão coletiva. As pessoas se abraçam e riem à toa. Afinal, pela primeira vez na história, a Águia de Ouro, modesta escola do bairro da Pompéia, foi campeã do carnaval, obtendo uma vantagem enorme sobre a segunda colocada, a Mocidade Alegre.

Não, não foi esse o resultado oficial. No desfile, a Águia de Ouro atrasou um minuto e foi penalizada com 1,1 ponto. Na apuração das notas, ficou a apenas 0,2 pontos das duas primeiras colocadas, que empataram. Não fosse o atraso, teria sido a campeã por uma diferença de 0,9. Uma lavada.

Por isso, todos comemoram. Fomos a escola que apresentou o melhor carnaval em São Paulo, com uma performance de notas muito próxima a 100%. Nota dez 10 absoluta (todos os jurados deram 10) para a bateria, a única a ter esse privilégio. Além disso, o terceiro lugar foi a melhor colocação da história da Águia de Ouro — até então o máximo obtido foi uma quinta colocação. Por isso, a felicidade tão intensa.

O resultado final foi um bálsamo para as dores do pós-desfile. Com o atraso, a escola saiu do sambódromo magoada e deprimida, sabendo que tinha feito um desfile impecável, mesmo tendo sido no pior horário: sábado, às 7h da manhã.


Minha dor era ainda mais profunda, graças a uma espécie de capacete, enorme e pesado, que compunha minha fantasia. Por causa dele, tive dores de cabeça durante todos os dias do carnaval, até encontrar alívio na comemoração de terça-feira. A dor ainda está lá, mas o que importa isso quando se é campeão?

Desfilar numa escola de samba é pertencer a uma coletividade e ter um objetivo comum. Fazer parte de uma ala, como fiz, é ser apenas um peão do carnaval — um trabalhador dedicado e disciplinado, disposto até a sentir dores para ajudar o coletivo. Há um certo sentimento inevitável de contribuição que está acima do que é divertido e prazeroso.

Depois de tudo, do desfile, do resultado, da comemoração, vem o melhor momento para todos os participantes: o desfile das campeãs, reservado às quatro primeiras colocadas. Nele, já não há mais rigidez, nem jurados, nem notas, nem atraso.

Esse é o maior prêmio de quem desfila. Principalmente para quem foi campeão, como nós, da Águia de Ouro.

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