Planos de saúde premium - atendimento personalizado em centros de referência em saúde (IstockPhoto)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2015 às 17h00.
O mercado de planos de saúde premium tem muito espaço para crescer no Brasil, mesmo num momento em que a economia está desacelerada. Segundo dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), entre março de 2014 e março de 2015, a quantidade de beneficiários de planos de saúde aumentou 2,1%. Na categoria de coletivos empresariais – em que se estima que estejam dois terços da carteira premium –, o aumento de usuários foi ainda maior: chegou a quase 3%. Hoje, em torno de 51 milhões de pessoas têm planos médico-hospitalares no Brasil, de acordo com o IESS. “Calcula-se que uma parcela próxima a 5% do total de usuários tenha renda ou cargo compatível com um produto premium”, afirma Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS. “Essas pessoas representam um mercado de 10 milhões de potenciais clientes, o equivalente à metade da população da Austrália.”
Rafaella Matioli, diretora técnica de saúde da consultoria de benefícios Aon, também acredita que o mercado de planos premium tem potencial para crescer. Segundo ela, em momentos de crise, muitas empresas investem em benefícios atrativos para reter um tipo de profissional essencial para atravessar tempos difíceis. Esse é o caso de altos executivos e diretores de áreas estratégicas. “Se alguém que possui grandes responsabilidades precisa se afastar por problemas de saúde, a empresa pode ter grandes problemas”, afirma Rafaella.
A história do Grupo Boticário, a maior rede de franquias de cosméticos do Brasil, é um exemplo dessa tendência. De acordo com Graziella D’Enfeldt, diretora de recursos humanos da empresa, o Grupo Boticário oferece um plano com direito a apartamento e acompanhante a todos os funcionários – e reserva aos executivos um benefício superior. “O plano de saúde premium faz parte do pacote de remuneração de profissionais com altos cargos”, diz Graziella. Segundo ela, os principais atrativos dessa modalidade de plano são a rede credenciada – que inclui grandes hospitais, como Sírio-Libanês e Albert Einstein –, o valor do reembolso e as coberturas para tratamentos adicionais, como acupuntura, homeopatia, psicoterapia e medicina ortomolecular.
“As grandes diferenças entre um plano básico e um premium são onde e com quem o beneficiário vai se tratar”, afirma Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor executivo da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge). “Alguns médicos de maior prestígio, por exemplo, só atendem usuários dessa categoria de planos.” De acordo com Luiz Augusto Carneiro, do IESS, o atendimento extremamente personalizado é um dos principais diferenciais. “Alguns planos premium oferecem salas VIP para os clientes nos principais hospitais do país”, diz ele. “Além de serem atendidos em centros de referência em saúde, os usuários ainda recebem tratamento especial.”