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Patrocinadores abandonam Armstrong

Nike, a cervejaria Anheuser-Busch e a fabricante de bicicletas Trek anunciaram o fim do contrato com o ex-ciclista americano

Lance Armstrong (Getty Images)

Lance Armstrong (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 22h54.

Nova York - Lance Armstrong deixou nesta quarta-feira a presidência da fundação Livestrong de luta contra o câncer, mesmo dia em que a Nike, a cervejaria Anheuser-Busch e a fabricante de bicicletas Trek anunciaram o fim do contrato com o ex-ciclista americano, suspenso em definitivo por causa de acusações de doping.

Essas notícias foram anunciadas em um momento em que a União Ciclística Internacional (UCI) enfrenta crescentes pressões para revelar como o ex-ciclista de 41 anos, vencedor da Volta da França sete vezes, conseguiu escapar durante tanto tempo do exames antidoping.

Em um comunicado publicado no site da fundação Livestrong de luta contra o câncer, Armstrong renunciou à presidência da entidade que ele mesmo fundou depois de vencer a doença.

"Tive a honra de servir como presidente desta fundação durante os últimos cinco anos e sua missão e êxito são minhas prioridades. Hoje, para evitar à fundação os efeitos negativos vinculados à controvérsia que cercam minha carreira como ciclista, eu encerro minhas funções de presidente", afirma Armstrong.


Ao mesmo tempo, a Nike, um patrocinador importante que permaneceu firme ao lado de Armstrong durante meses, apesar das acusações cada vez mais fortes de doping, divulgou um comunicado curto no qual acusa o ex-ciclista de ter decepcionado a empresa.

"Em consequência da aparentemente inegável evidência de que Lance Armstrong participou no doping e enganou a Nike por mais de uma década, é com grande tristeza que encerramos nosso contrato com ele", afirma a empresa de material esportivo.

"A Nike planeja seguir apoiando as iniciativas da Livestrong criadas para unir, inspirar e fortalecer as pessoas afetadas por câncer", completa a nota.

A Livestrong é uma das mais famosas associações de luta contra o câncer nos Estados Unidos. Conseguiu arrecadar quase 500 milhões de dólares desde que Armstrong a fundou em 1997, depois da recuperação de um câncer no testículo.

A icônica pulseira amarela da Livestrong foi lançada em 2004 em colaboração com a Nike.

O ex-ciclista texano sofreu outro golpe a sua credibilidade, depois que a cervejaria Anheuser-Busch também anunciou nesta quarta-feira que não renovará seu contrato de patrocínio com ele.

"Decidimos não renovar nossa relação com Lance Armstrong quando nosso acordo vigente chegar ao fim em 2012", informou em um comunicado Anheuser-Busch, que o patrocinava desde o final de 2009.

A fabricante de bicicletas Trek encerrou seu contrato de patrocínio com o ex-ciclista alegando estar "decepcionada com os resultados e conclusões contidos no relatório da Usada (Agência Americana Antidoping) em relação a Lance Armstrong".


O ciclista foi banido do esporte pela Agência Antidoping no fim de agosto e perdeu as sete vitórias na Volta da França, conquistadas de forma consecutiva entre 1999 e 2005.

O ex-ciclista americano, que sempre negou as acusações de doping, afirmou em agosto que estava cansado de anos de denúncias e de lutar contra as mesmas, que segundo ele tiram suas forças para concentrar-se nas atividades da Livestrong e na arrecadação de recursos para a luta contra o câncer.

Na semana passada, a USADA divulgou um relatório de mais de 1.000 páginas no qual aponta evidências de que Armstrong e seus companheiros de equipe na US Postal estiveram envolvidos na maior conspiração de doping na história do ciclismo.

"Lance Armstrong não apenas usou drogas para melhorar o rendimento. Ele as forneceu aos colegas de equipe", destaca.

O documento da USADA inclui os depoimentos de 26 pessoas, incluindo 15 ciclistas da antiga equipe de Armstrong, com conhecimento das "atividades dopantes".

O diretor executivo da USADA, Travis T. Tygart, disse que a agência apresentou um relatório à UCI e à Agência Mundial Antidoping sobre as causas da suspensão pelo resto da vida de Armstrong.

"A evidência do que fez a US Postal Pro Cycling Team é esmagadora", destacou Tygart.

"Diferentes categorias de testemunhas, documentação de primeira mão e evidências científicas e circunstanciais revelam provas conclusivas e inegáveis desta conspiração de doping sistemática, sustentável e altamente profissional", afirmou Tygart.

Apesar das diversas acusações contra Armstrong durante anos, a UCI nunca o puniu e muitas pessoas sugerem que a entidade fez vista grossa à situação.

Analistas afirmaram que a contundência, volume e detalhamento do relatório da USADA pode levar os promotores americanos e as empresas a considerar ações penais e civis.

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