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Para atleta surdo e transgênero, Tóquio 2020 traz esperança de mudança

Sato, que não participa dos Jogos de Tóquio, questionou sua identidade de gênero pela primeira vez aos 13 anos e gradualmente passou a se identificar como homem na adolescência

So Sato, atleta do salto com vara surdo e transgênero, durante treino em Utsunomiya, no Japão (Issei Kato/Reuters)

So Sato, atleta do salto com vara surdo e transgênero, durante treino em Utsunomiya, no Japão (Issei Kato/Reuters)

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GabrielJusto

Publicado em 23 de julho de 2021 às 07h00.

So Sato, atleta transgênero do salto com vara, espera representar o Japão nas Surdolimpíadas do ano que vem no Brasil. Mas, por enquanto, está de olho em Tóquio 2020, no qual atletas transgêneros competirão nos Jogos Olímpicos pela primeira vez.

Sato, 25, vê a inclusão da halterofilista neozelandesa Lauren Hubbard nas Olimpíadas como um sinal de esperança para jovens em conflito com suas identidades, algo que ele também gostaria de fazer.

"Quando eu era mais jovem, havia informação sobre ser surdo e sobre ser transgênero, mas eu não conseguia encontrar muitas sobre as duas coisas juntas", disse Sato, que nasceu surdo, à Reuters, por meio de um tradutor de linguagem de sinais. "Espero que pessoas mais jovens com desafios similares possam me ver e se sentir seguros no fato de que eu estou me virando ok. É verdade que há dificuldades, mas não há nada de ruim em ser surdo ou transgênero", disse.

Sato questionou sua identidade de gênero pela primeira vez aos 13 anos e gradualmente passou a se identificar como homem na adolescência. Ele não competirá na Tóquio 2020, porque atletas surdos geralmente não disputam as Paralimpíadas, mas espera que os Jogos ajudem a trazer mudanças sociais.

No Japão, tem havido pedidos para que o governo aprove leis de igualdade à comunidade LGBT+ antes dos Jogos para manter a promessa de que mais diversidade será um dos legados da Olimpíada.

"Espero que o Japão possa se tornar um pouco mais inclusivo para todas as minorias com a ajuda da Olimpíada", disse Sato. "Embora eu gostaria que não precisássemos depender das Olimpíadas para essa mudança".

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