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Palma de Ouro de Paris completa 30 anos

O momento mais emocionante do festival continua sendo a recepção do público

Wenders: a volta dele como documentarista se faz em alto estilo (Pascal Le Segretain/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 09h30.

Cannes - É sempre o momento mais emocionante de Cannes - a recepção do público. Foram longos minutos de aplausos no final da sessão de O Sal da Terra, o documentário que Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado dedicam ao pai do segundo. O Sal da Terra passou ontem na seção Un Certain Regard.

O filme tem um subtítulo - A Journey with Sebastião Salgado. Logo de cara, Wenders conta que há 20 anos descobriu uma foto que o impressionou. Não sabia quem era o artista. Pertencia à série de imagens que Sebastião Salgado colheu em Serra Pelada.

Na galeria, mostraram ao grande diretor outras fotos. Ele se apaixonou por uma - a de uma mulher tuareg cega, que hoje ocupa lugar destacado em sua mesa de trabalho.

As fotos foram feitas por um grande artista e um aventureiro, diz Wenders. E ele acrescenta - "Por alguém que ama o ser humano. E os homens são o sal da terra". A jornada - a viagem - se faz cronologicamente.

E mostra como, depois de se afirmar como fotógrafo social, Sebastião descobriu o planeta e virou ambientalista.

Para Juliano, o filme também é uma descoberta - a do pai como ser humano. Tantas vezes Sebastião ficou longe dele para realizar os grandes projetos em que se envolveu. O retrato é completo. Do homem, do artista, do cidadão (do Brasil e do mundo).

O Sal da Terra foi feito com recursos da Europa e do Brasil. Não são só o personagem e o codiretor que são brasileiros. Em Gramado, no ano passado, Betse de Paula exibiu outro documentário sobre o fotógrafo.

Foi cobrada por sua visão que muitos chamaram de chapa-branca, ou por não haver interpelado Sebastião, que estetiza/cosmetiza a miséria. É a acusação que sempre se faz a ele.

Em nenhum momento se levanta a questão com Juliano e Wim Wenders. O fotógrafo, diz Wenders, decompondo a etimologia grega da palavra, é alguém que escreve com a luz.

Sebastião fotografou/fotografa o mundo como é, sonhando com o que pode ser. É um grande humanista e um homem fascinante. Faz observações precisas, transcendentes.

Completam-se exatamente hoje - quarta-feira, 21 de maio de 2014, 30 anos da Palma de Ouro de Paris, Texas. A volta de Wenders, como documentarista, à Croisette, se faz em alto estilo.

Os Salgado, pai e filho, não poderiam estar em melhor companhia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Cannes - É sempre o momento mais emocionante de Cannes - a recepção do público. Foram longos minutos de aplausos no final da sessão de O Sal da Terra, o documentário que Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado dedicam ao pai do segundo. O Sal da Terra passou ontem na seção Un Certain Regard.

O filme tem um subtítulo - A Journey with Sebastião Salgado. Logo de cara, Wenders conta que há 20 anos descobriu uma foto que o impressionou. Não sabia quem era o artista. Pertencia à série de imagens que Sebastião Salgado colheu em Serra Pelada.

Na galeria, mostraram ao grande diretor outras fotos. Ele se apaixonou por uma - a de uma mulher tuareg cega, que hoje ocupa lugar destacado em sua mesa de trabalho.

As fotos foram feitas por um grande artista e um aventureiro, diz Wenders. E ele acrescenta - "Por alguém que ama o ser humano. E os homens são o sal da terra". A jornada - a viagem - se faz cronologicamente.

E mostra como, depois de se afirmar como fotógrafo social, Sebastião descobriu o planeta e virou ambientalista.

Para Juliano, o filme também é uma descoberta - a do pai como ser humano. Tantas vezes Sebastião ficou longe dele para realizar os grandes projetos em que se envolveu. O retrato é completo. Do homem, do artista, do cidadão (do Brasil e do mundo).

O Sal da Terra foi feito com recursos da Europa e do Brasil. Não são só o personagem e o codiretor que são brasileiros. Em Gramado, no ano passado, Betse de Paula exibiu outro documentário sobre o fotógrafo.

Foi cobrada por sua visão que muitos chamaram de chapa-branca, ou por não haver interpelado Sebastião, que estetiza/cosmetiza a miséria. É a acusação que sempre se faz a ele.

Em nenhum momento se levanta a questão com Juliano e Wim Wenders. O fotógrafo, diz Wenders, decompondo a etimologia grega da palavra, é alguém que escreve com a luz.

Sebastião fotografou/fotografa o mundo como é, sonhando com o que pode ser. É um grande humanista e um homem fascinante. Faz observações precisas, transcendentes.

Completam-se exatamente hoje - quarta-feira, 21 de maio de 2014, 30 anos da Palma de Ouro de Paris, Texas. A volta de Wenders, como documentarista, à Croisette, se faz em alto estilo.

Os Salgado, pai e filho, não poderiam estar em melhor companhia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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