Os carros que despontaram em 2011
Lista mostra os modelos lançados neste ano que caíram no gosto dos consumidores brasileiros
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2012 às 21h18.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h28.
São Paulo – A montadora que fez as mudanças mais radicais em seu portfólio de carros em 2011 foi a Nissan. A empresa japonesa já oferecia aos brasileiros carros médios e picapes relativamente bem-sucedidas, mas, assim com os rivais japoneses, não possuía nada no segmento popular. A lacuna foi fechada com dois lançamentos feitos no final deste ano. Primeiro chegou o Nissan March, um hatch que desembarcou no país com a missão de encarar hits de vendas como o VW Gol, o Fiat Uno e o Chevrolet Celta. As vendas de novembro alcançaram 2.261 unidades. Ainda que seja um número tímido para o segmento de populares (mais de 24.000 unidades do Gol foram vendidas no mesmo mês), é algo muito representativo para a Nissan. A vinda do sedã Versa em novembro ajudou ainda mais a aproximar a marca da classe média brasileira. Os primeiros resultados já foram colhidos. A Nissan assumiu a sexta posição no mercado brasileiro em novembro, atrás apenas de Fiat, Volks, GM, Ford e Renault. O próximo ano vai mostrar se os japoneses têm condições de se tornar tão competitivos no segmento popular quanto são em sedãs médios.
O Palio já chegou a ser, em alguns momentos isolados, o carro mais vendido do Brasil. Desde que o Uno foi completamente remodelado, entretanto, o Palio vinha perdendo espaço nas concessionárias da montadora italiana. Em sua segunda geração, o carro ganhou traços do Punto e cresceu em comprimento, altura e largura. O hatch é vendido em seis versões de acabamento e chegou por a partir de 30.990 reais. Na versão de entrada, o carro oferece computador de bordo, direção hidráulica, abertura interna de porta-malas e desembaçador traseiro. Outra novidade importante da Fiat neste ano foi o lançamento do Freemont, o primeiro SUV da montadora no Brasil. Clone do crossover Dodge Journey, o carro chegou para ocupar uma lacuna no portfólio de produtos da Fiat, líder de mercado no país. Ainda em 2011, a montadora italiana conseguiu ressuscitar o 500 no Brasil. Até a metade do ano, o carro não vendia nem 100 unidades por mês. A reação passou pela decisão de deixar de importar o modelo da Polônia e passar a trazê-lo do México, o que garantiu isenção no Imposto de Importação. Com o melhor planejamento tributário, os preços desabaram. A versão de entrada caiu de 59.000 para 39.990 reais. As vendas reagiram imediatamente e já superam mil unidades ao mês.
A General Motors fez um “facelift” no próprio portfólio em 2011. Para voltar a ser competitiva no segmento de sedãs médios, a Chevrolet aposentou o Vectra e lançou o Cruze. O veículo global da montadora chegou em setembro ao Brasil com preços a partir de 67.900 reais e acessórios como faróis de neblina, direção elétrica, ar-condicionado digital, freios ABS, airbags frontais e laterais, piloto automático e controle de estabilidade. Já para o segmento de sedãs pequenos a GM decidiu apostar no Cobalt. O carro desembarcou no mês passado com preços a partir de 39.980 reais – a mesma faixa do Astra. À primeira vista, o modelo parece um Agile sedã. Quem dirige o Cobalt, no entanto, percebe que se trata de um carro superior. Ainda é cedo para avaliar se os dois novos carros serão tão bem-sucedidos quanto os antecessores, mas as vendas iniciais podem ser consideradas auspiciosas.
O Renault Duster fez muito menos barulho que diversos concorrentes ao desembarcar no Brasil em outubro, mas as vendas foram uma surpresa positiva. Segundo os dados da Fenabrave, 3.875 unidades foram comercializadas em novembro, o que foi suficiente para tornar o Duster o SUV mais vendido do Brasil no mês passado. Considerando apenas os carros que custam mais de 50.000 reais, o lançamento da Renault só perderia para o Toyota Corolla. Mas qual é o segredo do sucesso do Duster? Basicamente, o preço. O carro desembarcou no Brasil custando a partir de 50.900 reais – menos que a já desatualizada EcoSport. O Duster foi desenvolvido pela romena Dacia, uma das marcas do grupo Renault. O carro compartilha componentes e usa a mesma plataforma do Logan e do Sandero – outros dois sucessos da empresa francesa no Brasil. Na mais simples de suas cinco versões, o Duster oferece motor 1.6 16V flex de 115 cavalos, câmbio manual, direção hidráulica, ar-condicionado e volante com regulagem de altura.
Neste ano, a sul-coreana Hyundai fez uma aposta dupla no segmento de carros que custam por volta de 70.000 reais. A chegada mais barulhenta foi a do Hyundai Veloster, um automóvel com três portas (uma no lado do motorista e duas na lateral do passageiro) e um design bem diferente do que existia no mercado brasileiro. A agressividade e esportividade das linhas agradaram imediatamente os consumidores, que mostraram boa disposição para desembolsar ao menos 75.700 reais pelo carro. Já o Elantra também oferece um design interessante, mas busca compradores entre um público não tão jovem. O sedã médio desembarcou com preços a partir de 71.700 reais e disputa mercado com os já consagrados Toyota Corolla e Honda Civic.
O JAC J3 conseguiu se tornar o principal lançamento chinês neste ano. Com uma ousada campanha de marketing que envolveu o apresentador Fausto Silva e a abertura de dezenas de concessionárias no país, a JAC conseguiu incomodar as grandes montadoras instaladas no país. Com preços populares, o carro oferecia todos os principais opcionais de um veículo médio, incluindo freio ABS e airbags. Juntos, o J3 e o J3 Turin (versão sedã) devem vender mais de 20.000 unidades neste ano. As vendas, entretanto, atingiram o pico em maio e caíram de forma acentuada no final deste ano. A decisão do governo de cobrar IPI dos carros importados da Ásia a partir deste mês pode ter desanimado o grupo, que planejava uma grande expansão da rede de concessionárias e a chegada de novos modelos.
Depois de emplacar hits de venda no Brasil como o L200, o Pajero e o ASX, a Mitsubishi fez mais uma aposta bem-sucedida neste ano. Trata-se do Outlander, que ganhou uma versão com motor 2.0 e tração 4x2 – a versão de entrada anterior tinha motor 2.4 e tração 4x4. A mudança permitiu que o consumidor levasse para casa, sem desembolsar nenhum centavo a mais, um carro com teto solar, bancos de couro com regulagem elétrica, seis airbags, sensores de faróis e borboletas de troca de marcha no volante. A mesma alteração já havia sido feito com o ASX e agradado a maioria dos clientes da marca.
Desde que chegou ao Brasil em maio, o A1 desbancou o A4 como veículo da Audi mais vendido no país. O modelo de entrada da montadora de luxo alemã custa atualmente cerca de 94.000 reais e representa a forma mais barata de ter um Audi por aqui. Apesar de pequena dimensão (o carro tem 3,95 metros), o A1 oferece equipamentos em linhas com os dos demais modelos da marca. Traz ar-condicionado digital, direção eletrohidráulica, volante esportivo multifuncional com borboletas para a troca de marchas, airbags, computador de bordo, rodas de 16 polegadas, sensores de chuva, controle de estabilidade e freios ABS. O motor 1.4 com turbocompressor permite acelerar de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos. Comparado ao rival MINI e às metas de vendas estipuladas pela própria Audi, no entanto, o A1 não conseguiu ser tão bem-sucedido quanto se imaginava.
A Volkwagen reformou o Jetta e conseguiu posicionar o carro na terceira colocação entre os sedãs médios, atrás do Toyota Corolla e do Honda Civic. A montadora alemã reduziu o preço do modelo, que na versão de entrada sai hoje por cerca de 67.000 reais. O visual ficou mais sóbrio e menos parecido com o do Golf. O carro é bem rico em opcionais, ainda que a versão de entrada não conte com câmbio automático.