O que a Hering leva para o casamento com o Grupo Azzas 2154
Nesta semana, a Hering promoveu evento de apresentação dos planos dentro do Grupo Azzas 2154
Repórter de Casual
Publicado em 12 de julho de 2024 às 16h36.
Última atualização em 12 de julho de 2024 às 20h10.
Há quatro anos seria difícil imaginar que Thiago Hering, Roberto Jatahy e Alexandre Birman estariam juntos falando sobre o mesmo grupo que fazem parte. Em 2021 a Hering foi comprada pelo Grupo Soma após a recusa de venda para a Ar&Co. E no início deste ano foi anunciada fusão dos grupos liderados por Jatahy e Birman. Agora o trio parece estar em harmonia com suas 34 marcas no Grupo Azzas 2154 .
Nesta semana, os CEOs se reuniram em Blumenau (SC) na sede da Hering, apresentação dos planos da Hering dentro do Grupo Azzas 2154. “Esse namoro é antigo. Há 10 anos nos aproximamos do Fabio Hering. E agora esse 'namoro' foi viabilizado graças ao cupido Roberto [Jatahy]. Agora somos um grupo baseado em muita emoção que construiu a razão”, diz Birman.
Ainda que em clima de festa, o encontro é estratégico, visto a importância do parque fabril da Hering. Por dia são produzidas 25 toneladas de tecelagem, que podem ser transformadas em até 150 mil camisetas. Atualmente a Hering produz cerca de 70% de tudo que vende, os outros 30% são terceirizados. Além da malharia em Blumenau, a marca possui fábricas em Goiás e no Rio Grande do Norte.
Itens da Farm e Foxton já são produzidos pela Hering e o plano é escalar a produção de itens de malha para todas as marcas do grupo, que incluem ainda Animale, NV, Fábula e Cris Barros, além das novas marcas acrescentadas pela Arezzo, como Reserva.
Além disso, a atividade industrial de malhas é um dos diferenciais competitivos da Hering, capaz de atingir da classe A a C, margens similares.
“Posso dizer que uma marca centenária tem um lugar muito especial na história da moda, afinal a camiseta branca é a primeira peça do guarda-roupa de todo mundo. Mas a Hering não é só camiseta. Nesses últimos meses a gente vem abrindo muito esse portfólio e trazendo, muita novidade, muita inovação em comunicação e conteúdo”, diz Birman.
Assim como anunciado pela Farm , a Hering também irá incluir o segmento de calçados no portfólio com o suporte da Arezzo.“Estamos desenvolvendo uma linha de calçados em parceria com a Arezzo usando a cadeia produtiva e expertise de produtos.” Os primeiros modelos para o lançamento de verão devem chegar em 110 lojas e no site a partir de agosto. Serão sandálias, rasteirinhas, tênis e chinelos masculino e feminino. “Um portfólio completo e muito alinhado ao estilo proprietário da Hering”, diz.
O desafio atualmente é em como a marca centenária apresenta o básico essencial com uma linguagem estética de moda. Enquanto a Farm é reconhecida por suas estampas caricatas, a Hering pretende ser vista como uma marca essencial, com peças básicas, mas com toques de moda, com tecidos de linho e cortes de alfaiataria. “Queremos criar bossa e desejos, e essa tem sido a nossa comunicação atualmente”, diz o executivo.
Colaborações com outras marcas como Farm, Nati Vozza e Cris Barros ajudam a alavancar a audiência. “Temos uma audiência feminina super qualificada. Com as collabs conseguimos vender um produto com mais informação de moda e com preço maior”.
A expansão também aparece nos canais, com aceleração na abertura de megalojas. Com 400 metros quadrados, as atuais 42 lojas pretendem atender o público feminino, masculino e infantil, com peças que vão de pijamas, roupas esportivas, alfaiataria e os básicos. “O pipeline é terminar o ano com 60 lojas, e para 2025 ter a loja número cem”.
Em clima de lua de mel a sexta geração da família Hering agora segue o lema da família Birman. “Recebemos uma missão nova do Alexandre e do Roberto, que é partir do ano de 1880 e alcançar 2154”.