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'O Poderoso Chefão' não poderia ser filmado hoje, diz Coppola

"Nunca receberia o aval" de um estúdio, afirmou Coppola durante uma mesa redonda organizada pelo Festival de Cinema de Tribeca, em Nova York

"O Poderoso Chefão":   a trilogia de Francis Ford Coppola marcou a história do cinema (Divulgação/Divulgação)

"O Poderoso Chefão": a trilogia de Francis Ford Coppola marcou a história do cinema (Divulgação/Divulgação)

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AFP

Publicado em 30 de abril de 2017 às 11h33.

O cineasta americano Francis Ford Coppola afirmou neste sábado que o filme "O Poderoso Chefão" não poderia ser feito atualmente, já que os estúdios de cinema se recusariam a se envolver no projeto.

"Nunca receberia o aval" de um estúdio, afirmou Coppola durante uma mesa redonda organizada pelo Festival de Cinema de Tribeca, em Nova York.

A mesa redonda também incluía vários dos principais atores do filme, principalmente Al Pacino, Robert Duvall e James Caan, assim como Robert De Niro, que estrelou a sequência de "O Poderoso Chefão".

Coppola lembrou que a primeira parte de "O Poderoso Chefão" custou seis milhões de dólares e a segunda "entre 11 ou 12" milhões, o que, em números atuais, necessariamente exigiria a participação de um grande estúdio.

"Mas nunca chegaria a obter um OK ou o que agora chamamos de 'luz verde'. Nada pode obter uma luz verde a menos que seja um filme que possa ter uma série inteira (de sequências), quadrinhos da Marvel", disse o cineasta.

O diretor, vencedor duas vezes da Palma de Ouro em Cannes por "A Conversação" e "Apocalypse Now", também mencionou as dificuldades enfrentadas durante as filmagens.

Antes das primeiras tomadas e até várias semanas depois do início das filmagens, os rumores sobre a substituição de Coppola não paravam de circular.

Também lembrou que o estúdio Paramount, que produziu o filme, não queria Marlon Brando, que finalmente ganhou o Oscar de melhor ator por sua interpretação de Vito Corleone, nem Al Pacino.

O estúdio temia que Marlon Brando perturbasse as filmagens e se inclinava por outros atores em vez de Al Pacino para interpretar Michael, um dos filhos de Vito Corleone.

O lendário ator de "Sindicato de Ladrões" e de "Uma Rua Chamada Pecado" finalmente conseguiu o papel depois de um teste excepcional.

Durante esse teste, Marlon Brando teve a ideia de colocar pedaços de papel na boca para parecer um "buldogue", contou Coppola.

O ator também pensou, sem indicação do diretor, adotar uma voz rouca, quase um sussurro, que se tornou famosa.

Depois de alguns minutos, Marlon Brando atendeu o telefone com a voz de Don Corleone, lembrou Coppola.

"Havia se transformado totalmente no personagem", lembrou o diretor de "O Poderoso Chefão", que ganhou três Oscars em 1973.

Este encontro do elenco de "O Poderoso Chefão" marca o 45º aniversário do primeiro filme, e foi acompanhado pela exibição das partes 1 e 2 da história, centrada em uma poderosa família do crime de Nova York.

O Festival de Cinema de Tribeca foi co-fundado por De Niro após os atentados de 11 de setembro de 2001, em uma tentativa de reviver Manhattan.

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