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O caminho de Marta para superar Pelé como maior artilheira

A jogadora de futebol tem 98 gols marcados durante a carreira ante 95 gols de Pelé


	Sai o Rei e entra a Rainha: Marta, como era de se esperar, enfrentou o preconceito para chegar ao topo
 (Buda Mendes/Getty Images)

Sai o Rei e entra a Rainha: Marta, como era de se esperar, enfrentou o preconceito para chegar ao topo (Buda Mendes/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 20h35.

São Paulo - Marta é a maior jogadora brasileira de futebol da história. Isso todo mundo já sabia há tempos. Mas desde quarta-feira, dia 9, ela é também a maior artilheira como a camisa da Seleção Brasileira, batendo ninguém menos do que Pelé.

São 98 gols ante 95 gols de Edson Arantes do Nascimento. Sai o Rei e entra a Rainha. Ameaça ao reinado de Marta somente outro camisa 10, Neymar, 23 anos, e ainda com longa carreira pela frente.

Vencedora do prêmio de Melhor Jogadora do Ano por cinco anos consecutivos (2006, 2007, 2008, 2009, 2010) - feito que nem Lionel Messi conseguiu, aliás -, Marta, como era de se esperar, enfrentou o preconceito para chegar ao topo.

A baixinha de 1,62m driblou as dificuldades financeiras, a falta de acesso aos equipamentos adequados e até a pressão da mãe.

Dona Tereza conta na biografia da atleta que quando a jogadora tinha cinco anos, pediu dinheiro para comprar uma bola. "Eu disse: você é mulher, Marta!".

Não adiantou. Com sete anos, a camisa 10 brasileira já dividia os campinhos improvisados de Dois Riachos como os meninos (os irmãos e os primos entre eles). Claro, começou no gol, para depois conseguir finalmente usar todo seu talento.

É incrível pensar que um decreto-lei de 1941 chegou a proibir a prática do futebol feminino no país. A alegação? O corpo da mulher "não era adequado para isso".

A ridícula proibição só cairia em 1980. O atraso se manteria. Salários baixos (uma equipe de elite das atletas da seleção brasileira ganha R$ 9 mil. Só imagine como fica para o restante), preconceito e reconhecido quase nenhum.

Em 2003, após as brasileiras conquistarem o ouro no Pan-Americano, um diretor da CBF chegou a dizer que as meninas eram "feias".

Segundo a Bloomberg, apesar da carreira estelar, o salário não é exatamente astronômico com dos atletas dos grande clubes europeus.

As autoridades suecas dizem que Marta faturou no ano de 2013 cerca de US$ 190 mil (720 mil) quando defendia o Tyresoe.

O valor é equivalente, para se ter uma ideia, aos vencimentos de uma semana de Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo, outros dois multicampeões de melhor do ano.

Marta segue quebrando as regras que foram desenhadas para ela. Ao ultrapassar Pelé na lista de artilheiros, ela não deixa cravado apenas seu nome no panteão do futebol no Brasil, mas também deixa claro que os padrões precisam mudar.

Talvez, o primeiro deles seja o de esquecer definitivamente que futebol não é coisa de homem. É coisa para Marta. Mas também para qualquer menina que assim quiser. Acima de tudo é um recado: se for jogar, que jogue como uma menina.

Títulos

Seleção Brasileira

Copa do Mundo de Futebol Feminino - 2º lugar (2007)
Campeonato Sul-Americano Feminino - 2º lugar (2006)
Jogos Olímpicos - medalha de prata (2004 e 2008)
Jogos Pan-americanos: medalha de ouro (Santo Domingo 2003 e Rio 2007)

Clubes

Copa Libertadores da América: 2009
Liga de futebol feminino dos Estados Unidos: 2010
Liga de futebol feminino dos Estados Unidos: 2011
Liga dos Campeões da UEFA: 2003-04
Campeonato Sueco: 2005, 2006, 2007 e 2008

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