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O artista brasileiro Gabriel Wickbold abre galeria em Londres

O espaço é o primeiro de um projeto de expansão com investimento próprio. As próximas inaugurações devem ser em Lisboa e em Miami, além de Brasília e Balneário Camboriú

Gabriel Wickbold em sua nova galeria em Londres: expansão internacional (Gabriel Wickbold/Divulgação)

Ivan Padilla

Publicado em 26 de julho de 2022 às 10h19.

Última atualização em 29 de dezembro de 2022 às 13h08.

Gabriel Wickbold é conhecido no meio artístico pela independência. Em um mercado em que artistas tradicionalmente são representados por galerias, ele sempre buscou um caminho próprio. Agora, em uma nova etapa de sua carreira, ele inaugura amanhã sua primeira galeria própria fora do Brasil, em Londres.

Difícil pensar em uma localização melhor. A galeria fica no Ham Yard Village, um charmoso espaço com lojas, restaurantes e ateliês dentro do Ham Yard Hotel, no Soho. O bairro costuma concentrar galerias de arte e fotografia, como a Frith Street Gallery e a The Photographer’s Gallery.

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No espaço serão exibidas 14 peças, um mix de suas coleções, a preços que variam de 8.000 a 35.000 libras, o equivalente a 50.000 e 225.000 reais. Com o risco de soar reducionista, pode-se definir a obra de Wickbold como fotografias com intervenções artísticas em torno de um conceito.

A série Sans Tache, por exemplo, mostra fotografias de corpos de homens e mulheres que ficaram expostas à técnica de grilagem. Em contato com grilos, o papel adquire uma aparência envelhecida, marcada. A coleção questiona o entendimento da relação de tempo e imagem.

Próximas etapas: Lisboa e Miami

Gabriel Wickbold tem uma galeria na Vila Nova Conceição, em São Paulo, mas já vinha planejando há tempos uma expansão internacional. No início do ano, chegou a negociar com a Opera Gallery, presente em 12 países e que representa artistas como Anish Kapoor.

“Não fiquei tão feliz com o plano que eles me apresentaram”, diz Wickbold, por telefone de Londres. “Estava com pressa de começar essa expansão para fora e decidi empreender por minha conta. Já tive exposições no exterior, participei de mostras internacionais e sempre tive muito retornos positivos de colecionadores estrangeiros.”

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Ainda este ano, Wickbold pretende abrir galerias em Portugal e nos Estados Unidos. Em Lisboa, já encontrou um espaço no bairro do Chiado. Em Miami ainda não achou o imóvel certo. Também estão previstas inaugurações em Brasília e em Balneário Camboriú, cidades que ele considera ter um público com bom potencial de compra. Sempre com investimento próprio.

“Não me olham fora como um artista brasileiro. Acho que os temas que trago são universais e as pessoas não têm referência da minha pessoa, têm um olhar puro para o meu trabalho”, afirma. O artista pertence à família proprietária da tradicional marca de pães. Seu irmão Pedro é hoje o CEO da empresa.

Wickbold começa a se aventurar em novas formas de expressão, como as instalações. No fim, a intenção é a mesma: apresentar uma arte eye candy, “um doce para os olhos”, como ele mesmo define, algo que salte aos olhos e se relaciones com o interlocutor. E para um púbico cada vez maior.

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