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Novo romance de J.K.Rowling aposta na crítica social

A nova história da escocesa aborda uma guerra aberta entre os moradores de uma cidade imaginária

Exemplares do novo romance da escritora J. K. Rowling: enquanto alguns elogiaram sua mensagem social no estilo Charles Dickens, outras acharam insosso (©AFP / Carl Court)
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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2012 às 22h01.

Londres - A escritora britânica J.K. Rowling leu nesta quinta-feira em Londres , diante de centenas de pessoas, alguns trechos do seu primeiro romance para adultos, ''The Casual Vacancy'', uma história ''com certo humor negro'', uma mudança das aventuras do jovem mago Harry Potter para a crítica social.

''É um livro diferente. São adolescentes, mas não como os protagonistas de Harry Potter. São contemporâneos. De certa forma, é uma história sobre pessoas marginalizadas'', afirmou Rowling durante a apresentação do livro lançado hoje.

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Entre gritos e aplausos, Rowling foi recebida como uma estrela por um público formado tanto por jovens como por pessoas de meia idade que lotaram um grande teatro de Southbank, no centro de Londres, e escutaram a leitura de algumas passagens de seu romance com palavrões.

''Não foi premeditado escrever um romance para adultos. Tinha em mente uma história juvenil quando tive esta ideia durante um voo'', explicou Rowling, que em outras ocasiões afirmou que o embrião de Harry Potter surgiu em uma viagem de trem.

A nova história da escocesa aborda uma guerra aberta entre os moradores de uma cidade imaginária, Pagford, para preencher um cargo na prefeitura que até então era ocupado por Barry Fairweather, um defensor dos moradores de uma área marginalizada da cidade.

Sua inesperada morte aflora os instintos mais obscuros dos até então pacíficos moradores e gera um conflito generalizado entre toda a população: os adolescentes contra os pais, as esposas contra seus maridos e os professores contra seus alunos.

As críticas ao livro na imprensa britânica foram variadas, mas no geral positivas -''uma delícia'' apesar de ser ''extremamente sombrio'' e conter ''linguagem grosseira'', disse o ''Daily Mirror''.

Outras giraram em torno de uma leitura política do romance: ''Um implacável manifesto socialista disfarçado de literatura'', comentou o conservador ''Daily Mail''.


''Tentei durante todo o dia evitar os jornais. Ainda vou ler as críticas, mas não no primeiro dia. Mesmo assim, ouvi comentários de algumas das coisas que foram ditas e me senti orgulhosa. Talvez vocês se surpreenderiam se soubessem quais são'', declarou Rowling.

A apresentação de seu primeiro livro desde o último lançamento do jovem mago, há cinco anos, serviu como motivo para que a escocesa aparecesse diante de um auditório lotado. A escritora é conhecida por sua personalidade reservada e em algumas ocasiões, inclusive, comentou que se sente mais à vontade na frente de um grupo de crianças do que de adultos.

A entrada custou 15 libras (R$ 49,23) e dava direito a ouvir a leitura da escritora e a fazer algumas perguntas no final da apresentação, assim como a entrar na fila de autógrafos.

Boa parte do público fazia parte da legião de admiradores da saga Harry Potter, da qual Rowling vendeu cerca de 450 milhões de exemplares no mundo todo.

A maioria não tinha tido tempo de ler o livro, de 503 páginas, que começou a ser vendido nesta manhã no Reino Unido, apesar de muitos terem dito que leram o início da obra e lhes pareceu bastante promissora.

''Estou gostando. Adoro a sua maneira de escrever. Cresci com Harry Potter e nunca deixei de gostar, mas já era o momento de escrever outro tipo de histórias. Pelo menos ela se sentiu assim'', disse à Agência Efe Aurore Sadler, uma londrina de 24 anos presente entre o público.

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