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No Recife, maracatu perde lugar; Galo arrasta multidão nas ruas

Completando 40 anos, o Galo animou uma multidão estimada em 2 milhões de pessoas em Recife

Galo da Madrugada 2018: tradicional montagem do carnaval do Recife foi encerrada com meio dia de atraso (Galo da Madrugada - Facebook/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de fevereiro de 2018 às 10h15.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2018 às 12h26.

Recife - Desta vez, foi difícil pôr em pé o Galo da Madrugada. Com a chuva que caiu anteontem e problemas estruturais, a tradicional montagem do carnaval do Recife foi encerrada com meio dia de atraso. Tudo deu certo, mas as dificuldades com aquele que é apontado como o maior bloco do mundo exemplificam o momento de transição do carnaval pernambucano, em que o maracatu perde espaço e o tradicional frevo fica ainda mais forte.

Completando 40 anos, o Galo - que no primeiro desfile levou só 75 foliões - ganhou tons de verde e laranja e animou ontem uma multidão estimada em 2 milhões de pessoas, com 30 trios elétricos. A cantora Vanessa da Mata, que fez aniversário ontem e é estreante no bloco, foi uma das principais atrações.

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O carro abre alas trouxe "Os Clarins e as Trombetas", com um total de 12 músicos. Em seguida veio o "Galo da Madrugada", trazendo 12 fantasias de luxo, entre passistas e palhaços. Já o carro "Carnavais do Passado" foi inspirado pelas memórias das décadas de 1970 e 1980, com músicas, fotografias e vídeos. Nessa época, o cortejo ainda não tinha carros alegóricos e foliões se fantasiavam de pierrôs, colombinas e arlequins.

Entre o público, a sátira política deu o tom. Teve folião fantasiado de presidente Michel Temer, outro fantasiado de Lula, de Dilma Rousseff, além de um grupo de juízes que fazia referência à Justiça, no minibloco "Tejo preso, teje solto."

A festa do Galo também contou com destaques da cultura pernambucana, a exemplo do Maestro Spok, Maestro Forró e Almir Rouche, além de Gaby Amarantos, que fechou o desfile alternando seus hits com sucessos da terra do frevo.

Polêmica. Aliás, apesar de o ritmo ser considerado o símbolo da folia pernambucana, nem sempre ele foi a estrela da abertura da folia. Há 16 anos, o encontro dos maracatus comandava a festa, sempre sob a regência do percussionista Naná Vasconcelos, que morreu em 2016.

Neste ano, já que a data da abertura do carnaval coincidiu com a data oficial de aniversário do frevo, que celebra 111 anos, a prefeitura do Recife resolveu fazer a mudança - alvo de críticas das nações de maracatu, que, tradicionalmente, tem menos visibilidade. O dia do maracatu no Marco Zero foi antecipado para a quinta-feira.

O músico Marcelo Melo, um dos integrantes e fundadores do Quinteto Violado, defendeu a importância do frevo na abertura do carnaval pernambucano. "Não custava nada o maracatu fazer um dia e o frevo, o outro", afirmou ao Estado.

O show inaugural, que foi pensado para "apresentar" o ritmo, contou com representantes de diversos blocos da cidade, como os tradicionais líricos, e trouxe alguns dos grandes nomes que defendem o frevo atualmente, como Spok e Forró.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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