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Nem com Lady Gaga a Warner Bros. é páreo para Disney

Filme sobre a cantora deve render um bom lucro e já está sendo considerado um possível candidato ao Oscar. Mas isso talvez não baste para a AT&T

Cena de "Nasce uma estrela": todos estão correndo atrás da Disney agora, mais lucrativa após sucessos como "Pantera Negra" (Warner Bros. Entertainment Inc. / Clay Enos/Divulgação)

Marília Almeida

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 12h27.

"Nasce uma estrela" está deixando os críticos empolgados. O filme deve render um bom lucro e já está sendo considerado um possível candidato ao Oscar de Melhor Filme.

Mas isso talvez não baste para a AT&T, a nova proprietária da Warner Bros.

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A AT&T assumiu o estúdio cinematográfico em junho como parte da transação de US$ 85 bilhões pela Time Warner. A gigante das telecomunicações está ávida por conteúdos que possam competir com a Netflix e espera usar a Warner Bros. - especialmente seu amplo catálogo de filmes e sua franquia DC Comics - para criar e vender serviços da AT&T para seus 170 milhões de assinantes. Idealmente, isso significa lançar um filme que arrecade US$ 1 bilhão em uma onda de publicidade que dê o que falar no mundo inteiro.

Algo como, por exemplo, "Pantera Negra", da Walt Disney.

Ninguém espera um jogo de smartphone baseado nos protagonistas de "Nasce uma estrela", Bradley Cooper e Lady Gaga, cantando duetos no Coachella.

A Warner Bros. foi o maior estúdio cinematográfico durante anos, mas não desde 2014. Todos no ramo do cinema estão correndo atrás da Disney agora. A Disney faz metade dos filmes que a Warner Bros. faz e ganha quase o dobro do lucro. A estratégia da Disney é lançar cerca de 10 filmes por ano e transformar todos em grandes sucessos. A Warner Bros. opta por fazer 20 ou mais filmes de diversos gêneros, com estrelas como Cooper e Gaga, e esperar que o número de sucessos seja maior que o de fracassos.

Top 25

O mercado "não suporta mais tantos filmes como antigamente", disse Doug Creutz, analista da Cowen & Co. "Os 25 maiores filmes estão tendo uma participação muito maior nas bilheterias do que antigamente, por isso lançar uma longa lista de filmes é praticamente garantir que alguns deles não vão funcionar."

Até o dia 30 de setembro, a participação da Disney no mercado doméstico em 2018, 30,8 por cento, era o dobro da fatia da Universal Pictures (14,7 por cento) e da Warner Bros. (13,7 por cento), segundo a Box Office Mojo.

"A Warner Bros. sempre teve uma lista ampla e diversificada de filmes, e este é um dos nossos princípios fundamentais como estúdio: produzir conteúdo com uma variedade de vozes criativas que abrangem o espectro de talentos", disse Dee Dee Myers, porta-voz do estúdio, em um comunicado. A Disney preferiu não comentar.

Embora tenha ficado atrás da Disney, a Warner Bros., com sede em Burbank, na Califórnia, teve seu ano mais lucrativo de todos os tempos, liderado por "Mulher-Maravilha", da DC, e pelo remake de "It: A Coisa", que arrecadou mais de US$ 700 milhões em todo o mundo com um orçamento de US$ 35 milhões.

Lady Gaga

Há grandes expectativas para "Nasce uma estrela". O filme foi dirigido, produzido e coescrito por Cooper, 43, quatro vezes indicado ao Oscar. É o primeiro papel de Gaga, 32, na tela grande. Os críticos, em geral, elogiaram ela e o filme.

Projeta-se que a produção da Warner Bros. será o segundo maior filme do fim de semana nos EUA. O vencedor esperado? De acordo com os analistas independentes da Box Office Pro, será "Venom", um filme de super-herói da Marvel, da Sony.

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