Michael Jackson morreu em junho de 2009 por overdose de medicamentos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2011 às 22h40.
Los Angeles - Michael Jackson chegou a ficar inconsciente antes de uma entrevista coletiva em Londres para falar da série de shows "This Is It", e quando apareceu diante dos repórteres estava embriagado, disse um advogado nesta segunda-feira.
A revelação foi feita durante uma audiência judicial na véspera das alegações iniciais no processo em que o médico Conrad Murray é réu pela acusação de homicídio culposo contra o cantor.
Os advogados de Murray queriam que um vídeo da entrevista coletiva fosse mostrado aos jurados, mas o juiz do caso se opôs. A provável estratégia da defesa será demonstrar que Jackson era viciado em drogas, e que seus hábitos levaram à sua morte, em 2009, aos 50 anos.
O advogado Nareg Gourjian disse nesta segunda-feira no tribunal que o atraso de 90 minutos na entrevista coletiva de março de 2009 ocorreu porque, nos bastidores, o intérprete de "Thriller" estava "inconsciente no sofá."
Gourjian disse que o executivo-chefe da promotora AEG Live, que organizaria os shows, relatou que Jackson parecia "ressacado."
Segundo o advogado, era "imediatamente aparente ao ver o vídeo que o senhor Jackson estava sob a influência (de álcool)." Jackson morreu antes da realização da série de shows em Londres.
Mas o juiz Michael Pastor disse que mostrar esse vídeo aos jurados seria irrelevante, porque o fato aconteceu vários meses antes de Jackson morrer, vítima de uma overdose de sedativos e do anestésico propofol.
Pastor também proibiu a promotoria de apresentar provas de que investigadores tentaram em quatro ocasiões estabelecer contato com Murray, depois de o médico se reunir com agentes da polícia de Los Angeles dois dias depois da morte de Jackson, de quem ele era médico particular.
A promotoria diz que Murray causou a morte do artista ao administrar a dose de propofol como sonífero, sem monitorar adequadamente o paciente.
Murray se declarou inocente, e seus advogados devem tentar demonstrar que foi o próprio Jackson quem se administrou a dose letal, num momento em que Murray estava fora do quarto.
O médico pode ser condenado a até quatro anos de prisão. O júri do caso é composto por sete homens e cinco mulheres.