Mancha Verde é a campeã do Carnaval de SP em 2022
Mocidade Alegre ficou em segundo; Império de Casa Verde, em terceiro
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de abril de 2022 às 19h04.
Última atualização em 26 de abril de 2022 às 19h41.
Com um enredo sobre o Planeta Água, a Mancha Verde se sagrou campeã do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo em 2022. É a segunda vez que a escola de samba vence o Carnaval paulistano. A última vez havia sido em 2019. As escolas Colorado do Brás e a Vai-Vai ficaram nas últimas posições e acabaram rebaixadas.
A leitura das notas foi acompanhada pelos integrantes das escolas no Sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo. A disputa foi acirrada. Após a apresentação das notas do sétimo quesito, a Mocidade Alegre assumiu a liderança, mas perdeu a posição em seguida. O resultado só foi definido após a leitura das notas dadas pelo último jurado, no último quesito.
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O desfile da Mancha Verde, na primeira noite de apresentações, atrasou. O abre-alas da escola entrou no sambódromo depois de 12 minutos, mas a escola não estourou o tempo regulamentar. O enredo Planeta Água começou com uma comissão de frente com referências a Iemanjá, seguida de outros orixás desfilando no chão.
No abre-alas da Mancha havia uma fonte em que a água jorrava da boca de alegorias de peixes. Telões exibiam quedas d'água, mesmo recurso utilizado em outro carro.
Já o mestre-sala vestia chapéu e tinha uma capa de rede de pescador, enquanto a porta-bandeira era Nossa Senhora Aparecida, alusão à história dos que pescaram a imagem da santa. A escola fez paradinhas longas, de cerca de meio minuto, em que segurou o canto somente com o coro dos integrantes, que repetiam "Iemanjá, Iemanjá, rainha das ondas…"
O segundo carro da Mancha trazia referências indígenas, com uma alegoria giratória próxima ao topo, com bustos de mulheres. Mais atrás, alas com plantas vitória-régia, peixes e pescadores, em que os desfilantes seguravam varas e ficavam dentro de canoas. Já o terceiro carro também exibia imagens do fundo do mar em telões, com uma grande sereia à frente e uma integrante como Iemanjá.
Apuração acirrada
Em reunião na segunda-feira, 25, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP) havia decidido em plenária por punições de 0,5 ponto para a escola Colorado do Brás por exibir a imagem de uma marca de roupa na fantasia de um componente, o que foi avaliado como "merchandising".
A Acadêmicos do Tatuapé também foi punida por ter utilizado maquinário para empurrar um carro alegórico que teve problemas técnicos. A escola do Tatuapé, no entanto, conseguiu evitar o rebaixamento.
Na reunião da Liga-SP na segunda, também foram selecionadas as notas da comissão de frente como critério de desempate. Ao todo, cada quesito foi avaliado por quatro jurados, com o descarte da menor nota em cada categoria.
A apuração começou pouco após as 16h20. "Com todos obstáculos e adiamentos, apresentamos um espetáculo maravilhoso na posta", disse a todos o presidente da Liga-SP, Sidnei Carriuolo. Antes da leitura das notas, foi feito 1 minuto de silêncio em memórias às vítimas da covid-19 nas escolas, seguido de palmas.
A apuração começou pelo quesito Harmonia, no qual todas as escolas pontuaram com a nota máxima após o descarte da mais baixa. Logo no primeiro quesito, componentes de algumas escolas, como a Tom Maior, a Gaviões da Fiel e a Rosas de Ouro, celebravam individualmente com um grito ou palmas.
O quesito seguinte foi o de mestre-sala e porta-bandeira, em que a Vai-Vai perdeu pontos. O primeiro casal da escola foi substituído pelo segundo após a porta-bandeira passar mal. O terceiro foi enredo. As únicas que não pontuaram apenas com notas 10 foram a Dragões da Real e a Águia de Ouro, ambas com um 9,9.
O regulamento prevê notas de 9,0 a 10,0, com uma escala decimal após a vírgula. As notas foram apresentadas na seguinte ordem: harmonia, mestre-sala e porta-bandeira, enredo, evolução, bateria, fantasia, alegoria, samba-enredo e comissão de frente. Com terço em mãos ou a cabeça baixa, integrantes da Mocidade e da Acadêmicos de Tucuruvi anotavam cada nota.
Ao lado, à direta, a Vai-Vai ouvia em silêncio. A presidente da Mocidade, Solange Rezende, mexia a mão direta enquanto segurava terços coloridos com a outra. Diferentemente das outras duas primeiras colocadas, a Tucuruvi não estava na lista das favoritas deste Carnaval e celebrava cada 10.
O resultado dos Grupos de Acesso I e II será anunciado a partir das 20 horas.
O desfile das campeãs está marcado para a noite desta sexta-feira, 29, com as cinco primeiras colocadas do Grupo Especial, a campeã e a vice-campeã do Grupo de Acesso I e a primeira colocada do Grupo de Acesso II.
As entradas individuais custam de R$ 70 (arquibancada A, E e F) a R$ 400 (camarote) e estão à venda no site Clube do Ingresso (clubedoingresso.com) e nas bilheterias do Anhembi, no portão 1, diariamente, das 12 às 20 horas.
Apesar de algumas terem atrasado o início a entrada na pista e enfrentado problemas técnicos, todas as 14 escolas do grupo especial desfilaram dentro do tempo máximo, de 65 minutos. Neste ano, ainda estavam em vigor algumas regras de transição para a pandemia, como a redução para quatro (em vez de cinco) carros alegóricos e de cerca de 25% no máximo de componentes.
Segundo a São Paulo Turismo (SPTuris), ligada à prefeitura, 64 mil pessoas assistiram aos desfiles do Grupo Especial, 29 mil na sexta-feira, 22, e 35 mil no sábado, 23.