Madonna homenageia "periguetes" no Rio
A chuva que estava prevista ficou longe dos domínios de Madonna
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 16h36.
Rio de Janeiro - Com duas horas de atraso em relação ao horário anunciado, a incansável rainha do pop, Madonna , subiu às 23h de domingo ao palco do Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e empolgou uma multidão de 67 mil pessoas com as músicas de seu mais recente disco, "MDNA", além de sucessos de todas as fases da carreira.
A chuva que estava prevista ficou longe dos domínios de Madonna. Os portões abriram com 1h30 de atraso, e o trânsito encontrou engarrafamentos pontuais no entorno do espaço.
Madonna está no Rio desde sexta-feira (30 de novembro), e teria reservado todos ou a maior parte dos quartos do luxuoso hotel Fasano, em Ipanema, para ela, seus filhos e toda a equipe do show.
Às 21h, depois de uma hora de atraso, a dupla brasileira de DJs Felguk abriu o show da cantora com som eletrônico que não agradou os fãs. Felipe Lozinsky e Gustavo Rozenthal caíram no gosto da cantora quando fizeram um remix da faixa "Celebration", do álbum homônimo de 2009. Apesar da agitação dos DJs, os fãs de Madonna só chegaram a aplaudir a apresentação quando o telão mostrou uma bandeira do Flamengo e uma boneca da cantora, pinçados pelas lentes na multidão.
Depois de algumas rodadas de vaias, às 21h55 a dupla deixou o palco dizendo "é a última, pessoal!" e nem "Seven Nation Army", do White Stripes conseguiu satisfazer a multidão impaciente.
As dezenas de milhares de espectadores nem suspeitavam que até a hora do show ainda seria preciso esperar mais de uma hora. O atraso lembrou o do último show no Rio, no Maracanã, em 2008. Às 23h, o espetáculo enfim começou.
Ao som de canto gregoriano, dançarinos vestidos de monges balançavam um grande defumador suspenso. Ao fundo, o cenário trazia igrejas góticas, com uma enorme cruz gótica com as letras "MDNA", que também batizam a turnê, e Madonna surgiu como uma silhueta atrás da porta de uma das igrejas, cantando a nova "Girl Gone Wild", para o êxtase do público. Então "quebrou" a porta e surgiu toda vestida de couro preto, lembrando a heroína "Barbarella", em plena forma aos inacreditáveis 54 anos
A ópera pop, formato que Madonna escolheu para o show (e que usou bastante em outras fases de sua carreira de 30 anos) ganhou ação: com uma "metralhadora", Madonna passou a lutar contra homens de preto encapuzados, numa clara referência a filmes como "Kill Bill", de Quentin Tarantino.
Os fãs mais velhos, apesar de serem minoria no público, estavam representados. A mineira de Belo Horizonte Maria Leonor Barra, arquiteta de 67 anos, era um deles. Na pista premium (a mais cara) com as filhas, ela contou que a idade facilitou sua entrada: "Fui a primeira da fila, devido à prioridade", contou, sorrindo, e emendou: "e ainda assisti à passagem de som!". Mas o público jovem, até hoje ampliado todos os anos pela cantora, era mesmo a maioria. Vinicius Alves, de Petrópolis (RJ), de 24 anos, estava entre eles, e apesar de ser fã há menos de dez anos, exibia, orgulhoso, uma tatuagem com o nome da cantora no ombro.
A introdução de cordas de "Papa Don"t Preach", sucesso dos anos 1980, soou para alegria dos fãs veteranos. No palco, Madonna foi novamente perseguida por figuras macabras. Acorrentada, carregada e arrastada, fechou a cena fazendo slackline entre os dançarinos.
Em seguida, viu-se uma sequência "afirmativa": a jovem rapper Nicki Minaj surge no telão, canta "I don"t give a...", também do novo álbum, em dueto com Madonna - que esqueceu a letra por um momento, confirmando a performance ao vivo - e diz, ao fim "Só existe uma rainha, e é Madonna".
Para arrematar, a majestade do pop puxou "Express Yourself" vestida de cheerleader, enquanto o telão exibia imagens em tom feminista, emendando no mesmo arranjo versos de "Born This Way", de Lady Gaga, que foi acusada de plagiar a pioneira. Madonna concluiu a alfinetada com a canção "She"s Not Me".
Vez por outra, a Material Girl se arriscava no português - quando não se confundia com o espanhol: "¿están listos?" perguntou, logo corrigindo: "Rio, está pronto?". Depois comentou "Eu sei que vocês gostam de samba!" e disse várias vezes "Está caliente!". Na plateia, um fã resumiu: "Ela está falando português... em espanhol".
Em seguida, Madonna apresentou o grupo basco "Kalakan" que a acompanhou em uma versão acústica aciganada de "Open Your Heart". O público respondeu agitando centenas de balões vermelhos em forma de coração, distribuídos por fãs. Um dos filhos de Madonna, Rocco, dançou break no palco.
O ato mais empolgante do show começou com a música "Vogue", que a loira interpretou vestindo Jean Paul Gaultier, seu parceiro desde os anos 1990, com uma armação metálica de corpete sobre um terno masculino, com direito a sua coreografia mais famosa, enquanto os dançarinos roubavam a cena desfilando roupas exóticas e extravagantes.
No próximo número a artista ficou só de lingerie e o público pôde ler em suas costas a palavra "periguete" desenhada na pele em letras garrafais, e respondeu cheio de humor chamando em coro a cantora pela gíria. Madonna avisou que a próxima música ("Like a Virgin") seria "dedicada a todas as periguetes, porque uma periguete inspira as outras" e foi aplaudida. Madonna dançou a versão lenta do hit com uma performance sensual, pedindo dinheiro ao público e rastejando para pegá-lo, e chegou a lamber a mão de uma fã.
Dois grandes sucessos encerraram a noite: a arrasa-quarteirão "Like a Prayer", que levou o público à loucura com um coro gospel improvisado com os músicos da banda e dançarinos vestidos com hábitos estilizados, e a bem mais recente "Celebration".
Quanto à qualidade técnica, embora a voz de Madonna continue pedindo muitas pausas e copos d"água ao longo do espetáculo, soou notavelmente melhor e mais segura que na última turnê, "Sticky & Sweet Tour", há quatro anos.
Na reta final da turnê "MDNA", Madonna ainda passará, no Brasil, pelo Estádio do Morumbi, em São Paulo, nos dias 4 e 5, e pelo Estádio Olímpico Monumental, em Porto Alegre, no dia 9. Ainda há ingressos para as três apresentações, de acordo com o site oficial da cantora.
Rio de Janeiro - Com duas horas de atraso em relação ao horário anunciado, a incansável rainha do pop, Madonna , subiu às 23h de domingo ao palco do Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e empolgou uma multidão de 67 mil pessoas com as músicas de seu mais recente disco, "MDNA", além de sucessos de todas as fases da carreira.
A chuva que estava prevista ficou longe dos domínios de Madonna. Os portões abriram com 1h30 de atraso, e o trânsito encontrou engarrafamentos pontuais no entorno do espaço.
Madonna está no Rio desde sexta-feira (30 de novembro), e teria reservado todos ou a maior parte dos quartos do luxuoso hotel Fasano, em Ipanema, para ela, seus filhos e toda a equipe do show.
Às 21h, depois de uma hora de atraso, a dupla brasileira de DJs Felguk abriu o show da cantora com som eletrônico que não agradou os fãs. Felipe Lozinsky e Gustavo Rozenthal caíram no gosto da cantora quando fizeram um remix da faixa "Celebration", do álbum homônimo de 2009. Apesar da agitação dos DJs, os fãs de Madonna só chegaram a aplaudir a apresentação quando o telão mostrou uma bandeira do Flamengo e uma boneca da cantora, pinçados pelas lentes na multidão.
Depois de algumas rodadas de vaias, às 21h55 a dupla deixou o palco dizendo "é a última, pessoal!" e nem "Seven Nation Army", do White Stripes conseguiu satisfazer a multidão impaciente.
As dezenas de milhares de espectadores nem suspeitavam que até a hora do show ainda seria preciso esperar mais de uma hora. O atraso lembrou o do último show no Rio, no Maracanã, em 2008. Às 23h, o espetáculo enfim começou.
Ao som de canto gregoriano, dançarinos vestidos de monges balançavam um grande defumador suspenso. Ao fundo, o cenário trazia igrejas góticas, com uma enorme cruz gótica com as letras "MDNA", que também batizam a turnê, e Madonna surgiu como uma silhueta atrás da porta de uma das igrejas, cantando a nova "Girl Gone Wild", para o êxtase do público. Então "quebrou" a porta e surgiu toda vestida de couro preto, lembrando a heroína "Barbarella", em plena forma aos inacreditáveis 54 anos
A ópera pop, formato que Madonna escolheu para o show (e que usou bastante em outras fases de sua carreira de 30 anos) ganhou ação: com uma "metralhadora", Madonna passou a lutar contra homens de preto encapuzados, numa clara referência a filmes como "Kill Bill", de Quentin Tarantino.
Os fãs mais velhos, apesar de serem minoria no público, estavam representados. A mineira de Belo Horizonte Maria Leonor Barra, arquiteta de 67 anos, era um deles. Na pista premium (a mais cara) com as filhas, ela contou que a idade facilitou sua entrada: "Fui a primeira da fila, devido à prioridade", contou, sorrindo, e emendou: "e ainda assisti à passagem de som!". Mas o público jovem, até hoje ampliado todos os anos pela cantora, era mesmo a maioria. Vinicius Alves, de Petrópolis (RJ), de 24 anos, estava entre eles, e apesar de ser fã há menos de dez anos, exibia, orgulhoso, uma tatuagem com o nome da cantora no ombro.
A introdução de cordas de "Papa Don"t Preach", sucesso dos anos 1980, soou para alegria dos fãs veteranos. No palco, Madonna foi novamente perseguida por figuras macabras. Acorrentada, carregada e arrastada, fechou a cena fazendo slackline entre os dançarinos.
Em seguida, viu-se uma sequência "afirmativa": a jovem rapper Nicki Minaj surge no telão, canta "I don"t give a...", também do novo álbum, em dueto com Madonna - que esqueceu a letra por um momento, confirmando a performance ao vivo - e diz, ao fim "Só existe uma rainha, e é Madonna".
Para arrematar, a majestade do pop puxou "Express Yourself" vestida de cheerleader, enquanto o telão exibia imagens em tom feminista, emendando no mesmo arranjo versos de "Born This Way", de Lady Gaga, que foi acusada de plagiar a pioneira. Madonna concluiu a alfinetada com a canção "She"s Not Me".
Vez por outra, a Material Girl se arriscava no português - quando não se confundia com o espanhol: "¿están listos?" perguntou, logo corrigindo: "Rio, está pronto?". Depois comentou "Eu sei que vocês gostam de samba!" e disse várias vezes "Está caliente!". Na plateia, um fã resumiu: "Ela está falando português... em espanhol".
Em seguida, Madonna apresentou o grupo basco "Kalakan" que a acompanhou em uma versão acústica aciganada de "Open Your Heart". O público respondeu agitando centenas de balões vermelhos em forma de coração, distribuídos por fãs. Um dos filhos de Madonna, Rocco, dançou break no palco.
O ato mais empolgante do show começou com a música "Vogue", que a loira interpretou vestindo Jean Paul Gaultier, seu parceiro desde os anos 1990, com uma armação metálica de corpete sobre um terno masculino, com direito a sua coreografia mais famosa, enquanto os dançarinos roubavam a cena desfilando roupas exóticas e extravagantes.
No próximo número a artista ficou só de lingerie e o público pôde ler em suas costas a palavra "periguete" desenhada na pele em letras garrafais, e respondeu cheio de humor chamando em coro a cantora pela gíria. Madonna avisou que a próxima música ("Like a Virgin") seria "dedicada a todas as periguetes, porque uma periguete inspira as outras" e foi aplaudida. Madonna dançou a versão lenta do hit com uma performance sensual, pedindo dinheiro ao público e rastejando para pegá-lo, e chegou a lamber a mão de uma fã.
Dois grandes sucessos encerraram a noite: a arrasa-quarteirão "Like a Prayer", que levou o público à loucura com um coro gospel improvisado com os músicos da banda e dançarinos vestidos com hábitos estilizados, e a bem mais recente "Celebration".
Quanto à qualidade técnica, embora a voz de Madonna continue pedindo muitas pausas e copos d"água ao longo do espetáculo, soou notavelmente melhor e mais segura que na última turnê, "Sticky & Sweet Tour", há quatro anos.
Na reta final da turnê "MDNA", Madonna ainda passará, no Brasil, pelo Estádio do Morumbi, em São Paulo, nos dias 4 e 5, e pelo Estádio Olímpico Monumental, em Porto Alegre, no dia 9. Ainda há ingressos para as três apresentações, de acordo com o site oficial da cantora.