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Liberdade feminina de "Thelma & Louise" completa 25 anos

Considerado um clássico apesar da forte polêmica gerada na estreia, o filme recebeu seis indicações ao Oscar, mas levou só o de melhor roteiro

Susan Sarandon e Geena Davis: após 25 anos, as atrizes revelaram que o final surpreendente do filme esteve muito perto de não acontecer (Jean-Paul Pelissier / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2016 às 10h43.

Los Angeles - Duas atrizes em estado de graça, Susan Sarandon e Geena Davis, um diretor lendário, Ridley Scott, e um roteiro memorável da estreante Callie Khouri, tiveram como resultado o incentivo à liberdade feminina de "Thelma & Louise", que completa 25 anos nesta terça-feira.

Considerado um clássico apesar da forte polêmica gerada na estreia, principalmente pelo modo como as protagonistas respondem à violência masculina com armas de fogo, o filme recebeu seis indicações ao Oscar , mas levou só o de melhor roteiro.

"Para todos aqueles que queriam ver um final feliz em 'Thelma & Louise', para mim, é isto", disse Khouri sobre o palco ao receber a estatueta dourada.

O filme mostra a fuga pela estrada realizada por Thelma Dickinson (Davis) e Louise Sayer (Sarandon) após a segunda matar um homem que abusava sexualmente de sua amiga, uma história criada com a intenção de ser um "buddy film" (com dois protagonistas do mesmo gênero) e que acabou se tornando uma bandeira do feminismo .

Após a reveladora viagem, perseguidas pelas autoridades, ambas terminam com um simbólico salto ao vazio enquanto pisam no acelerador do Ford Thunderbird conversível pelas colinas do Grand Canyon.

"Sempre me pareceu absurdo que as pessoas tenham visto (a cena final) como um suicídio. Nunca pensei que estivessem mortas. Não era um final literal. Fizemos todo o possível para não mostrar uma morte literal. Não se vê o carro bater, não se vê fumaça. Na imagem final elas voam, diretamente à memória coletiva, sendo mulheres completamente livres e liberadas de qualquer algema", comentou Khouri.

Passados 25 anos, as atrizes, que se autoproclamaram como autoras da primeira grande selfie do cinema, revelaram que aquele final surpreendente esteve muito perto de não acontecer.

"Ridley me disse que tinha certeza que Louise iria morrer, mas não estava tão certo de que Thelma também. Pensou que talvez minha personagem poderia empurrar Louise para fora do carro no último momento, mas só podíamos filmar uma cena", explicou recentemente Sarandon, de 69 anos, no programa "Good Morning America", da emissora "ABC".

"Para mim, o final é exatamente como deveria ser. Nesse instante, elas voltam a ter o controle de suas vidas", comentou Davis, para quem a chave de tudo é que seus personagens "conseguem escapar".

O filme também é marcado pela "descoberta" de Brad Pitt, no papel de um sensual ladrão, e por criar uma onda de feminismo em Hollywood que, segundo as atrizes, não se traduziu em melhorias dentro da indústria.

"Era muito pouco habitual encontrar um roteiro que tivesse duas protagonistas femininas tão bem descritas, mas ninguém tinha nem ideia da reação que seria causada", analisou Davis, que em 2006 criou o Geena Davis Institute on Gender in Media, com o objetivo de combater a discriminação por gênero.

Em sua passagem pelo Festival de Cannes neste ano, a atriz disse que a mudança no cinema "pode ocorrer da noite para o dia".

"Não é como a vida real, onde se requer muito tempo até que as mulheres alcancem postos de prestígio. O próximo filme pode ser feito com um elenco equilibrado. É questão de colocar mãos à obra", avaliou.

Para Susan Sarandon, a esperança é que pelo menos a mensagem do filme contra a violência às mulheres tenha perdurado.

"Há muitas mulheres hoje em dia que elevam suas vozes e apoiam outras que sofreram estupros e abusos sexuais. Hoje em dia essas situações estão deixando de ser um segredo", comentou.

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Los Angeles - Duas atrizes em estado de graça, Susan Sarandon e Geena Davis, um diretor lendário, Ridley Scott, e um roteiro memorável da estreante Callie Khouri, tiveram como resultado o incentivo à liberdade feminina de "Thelma & Louise", que completa 25 anos nesta terça-feira.

Considerado um clássico apesar da forte polêmica gerada na estreia, principalmente pelo modo como as protagonistas respondem à violência masculina com armas de fogo, o filme recebeu seis indicações ao Oscar , mas levou só o de melhor roteiro.

"Para todos aqueles que queriam ver um final feliz em 'Thelma & Louise', para mim, é isto", disse Khouri sobre o palco ao receber a estatueta dourada.

O filme mostra a fuga pela estrada realizada por Thelma Dickinson (Davis) e Louise Sayer (Sarandon) após a segunda matar um homem que abusava sexualmente de sua amiga, uma história criada com a intenção de ser um "buddy film" (com dois protagonistas do mesmo gênero) e que acabou se tornando uma bandeira do feminismo .

Após a reveladora viagem, perseguidas pelas autoridades, ambas terminam com um simbólico salto ao vazio enquanto pisam no acelerador do Ford Thunderbird conversível pelas colinas do Grand Canyon.

"Sempre me pareceu absurdo que as pessoas tenham visto (a cena final) como um suicídio. Nunca pensei que estivessem mortas. Não era um final literal. Fizemos todo o possível para não mostrar uma morte literal. Não se vê o carro bater, não se vê fumaça. Na imagem final elas voam, diretamente à memória coletiva, sendo mulheres completamente livres e liberadas de qualquer algema", comentou Khouri.

Passados 25 anos, as atrizes, que se autoproclamaram como autoras da primeira grande selfie do cinema, revelaram que aquele final surpreendente esteve muito perto de não acontecer.

"Ridley me disse que tinha certeza que Louise iria morrer, mas não estava tão certo de que Thelma também. Pensou que talvez minha personagem poderia empurrar Louise para fora do carro no último momento, mas só podíamos filmar uma cena", explicou recentemente Sarandon, de 69 anos, no programa "Good Morning America", da emissora "ABC".

"Para mim, o final é exatamente como deveria ser. Nesse instante, elas voltam a ter o controle de suas vidas", comentou Davis, para quem a chave de tudo é que seus personagens "conseguem escapar".

O filme também é marcado pela "descoberta" de Brad Pitt, no papel de um sensual ladrão, e por criar uma onda de feminismo em Hollywood que, segundo as atrizes, não se traduziu em melhorias dentro da indústria.

"Era muito pouco habitual encontrar um roteiro que tivesse duas protagonistas femininas tão bem descritas, mas ninguém tinha nem ideia da reação que seria causada", analisou Davis, que em 2006 criou o Geena Davis Institute on Gender in Media, com o objetivo de combater a discriminação por gênero.

Em sua passagem pelo Festival de Cannes neste ano, a atriz disse que a mudança no cinema "pode ocorrer da noite para o dia".

"Não é como a vida real, onde se requer muito tempo até que as mulheres alcancem postos de prestígio. O próximo filme pode ser feito com um elenco equilibrado. É questão de colocar mãos à obra", avaliou.

Para Susan Sarandon, a esperança é que pelo menos a mensagem do filme contra a violência às mulheres tenha perdurado.

"Há muitas mulheres hoje em dia que elevam suas vozes e apoiam outras que sofreram estupros e abusos sexuais. Hoje em dia essas situações estão deixando de ser um segredo", comentou.

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