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Lecar: marca que prometeu primeiro carro elétrico brasileiro muda para híbrido e anuncia fábrica

Apesar de ousado, o projeto levanta uma série de dúvidas. Uma delas é em relação ao investimento anunciado

Lecar 459 híbrido: novo protótipo da montadora brasileira (Divulgação/Divulgação)

Lecar 459 híbrido: novo protótipo da montadora brasileira (Divulgação/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 18h27.

Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 19h28.

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O projeto do empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis de ter uma montadora brasileira, a Lecar, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira, 22. Ele anunciou que vai construir uma fábrica no Espírito Santo, no município de Sooretama, a pouco mais de 100 quilômetros de Vitória. Isso se soma a outra mudança nos planos: agora, a produção será de um carro híbrido, e não mais de um 100% elétrico, como havia sido anunciado inicialmente.

De acordo com Assis, a mudança ocorreu devido à diminuição da alta demanda por carros elétricos e pela aposta no modelo híbrido para o Brasil, caminho que diversas montadoras presentes no país vêm seguindo. A previsão é de que a fábrica esteja construída e operando em agosto de 2026.

A construção do prédio ficará sob responsabilidade da Machine Desenvolvimento. Para a linha de montagem, a Lecar poderá contar com a Comau, multinacional italiana especializada em automação industrial e robótica avançada. Às margens da BR-101, a área onde ficará a fábrica conta com 460 mil metros quadrados. A empresa terá isenção e benefícios fiscais do governo estadual referentes à construção e funcionamento por um período de dez anos.

A escolha pelo Espírito Santo se deu após a desistência pela disputa pela planta de Camaçari, que foi comprada pela BYD do governo da Bahia. “Depois de avaliarmos opções em vários estados, chegamos à conclusão de que o Espírito Santo, terra onde a empresa teve sua origem, seria o melhor local para materializarmos este sonho”, diz Assis.

Investimento

Apesar de ousado, o projeto levanta uma série de dúvidas. Uma delas é em relação ao investimento anunciado de R$ 870 milhões, sendo R$ 240 milhões em obras de instalações e R$ 630 milhões em automação para a linha de montagem. De acordo com o empresário, o capital será proveniente de recursos próprios e de investidores privados. A empresa ainda analisa a busca de financiamentos junto à Sudene, BNB, Bandes, Finep e BNDES.

O que chama a atenção é o valor, bem abaixo de outros já anunciados por montadoras para ampliação ou mesmo construção de fábricas no Brasil. Um dos exemplos é a própria BYD, que deve injetar cerca de R$ 3 bilhões. "Nossos números são factíveis com empresas conceituadas no mercado. Queremos abrir a caixa-preta de investimentos em montadoras. Vamos abrir, em breve, a planilha de custos", garante Assis.

O carro

O carro, chamado de Lecar 459 híbrido, é a aposta do empresário para o mercado brasileiro. Em relação ao primeiro protótipo, ainda elétrico, ganhou linhas mais arredondadas, muito similares às dos carros da Tesla. A ficha técnica diz que ele será equipado com dois motores, um elétrico, com 163 cavalos de potência, associado a um motor a combustão, flex, de 122 cavalos de potência. O segundo motor será produzido por uma empresa do grupo Renault, no Paraná.

Ainda segundo a Lecar, a autonomia elétrica será de 100 quilômetros, e a combinada, em torno de 1.000 quilômetros. Nas dimensões, o carro terá 1.522 mm de altura, 4.350 mm de comprimento, 2.700 mm de entre-eixos e uma largura de 1.820 mm. O câmbio será automático.

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