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Invenções de Leonardo da Vinci desembarcam em São Paulo

As famosas invenções de da Vinci desembarcaram em São Paulo, onde serão exibidas pela primeira vez na América Latina


	Quadro "Autoritratto", de Leonardo da Vinci: "sua curiosidade não tinha limites, mas quase não construiu nada", diz curador
 (Leonardo da Vinci via Wikimedia Commons)

Quadro "Autoritratto", de Leonardo da Vinci: "sua curiosidade não tinha limites, mas quase não construiu nada", diz curador (Leonardo da Vinci via Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 08h50.

São Paulo  - As famosas invenções que Leonardo da Vinci criou ao longo de sua vida desembarcaram nesta terça-feira em São Paulo, onde serão exibidas pela primeira vez na América Latina.

Através da exposição interativa "Leonardo da Vinci, a natureza da invenção", o público tem a oportunidade de se aproximar do homem que revolucionou o humanismo e a história da arte. Matemático, físico, cientista, geólogo, engenheiro, arquiteto, botânico, zoólogo, anatomista, filósofo, poeta e músico: Da Vinci foi um gênio, mas não pelas razões que todos imaginam.

"Frequentemente Da Vinci é visto como super-herói, mas, na realidade, era um homem, e um homem do seu tempo. Queremos desmontar esse mito", argumentou à Agência Efe o curador da mostra, o italiano Éric Lapie.

Para Lapie, a grande genialidade do artista foi exatamente "encontrar analogias e conexões entre muitos campos do conhecimento, construindo uma teoria geral sobre o universo".

A mostra reúne reconstruções dos protótipos desenhados por Da Vinci, confeccionados de forma inédita em 1952 para o quinto centenário do nascimento do pintor florentino e que, atualmente, fazem parte da coleção do Museo della Scienza e della Tecnologia Leonardo da Vinci, em Milão.

As peças são reproduções que, na maioria das vezes, jamais foram construídas pelo próprio Da Vinci, já que, "seus desenhos raramente são projetos destinados à execução", mas sim para modelar em papel suas observações.

E foi isso que o desenho foi para ele: ferramenta principal para compreender e explicar o funcionamento do mundo, que depois registrou em seus cadernos com pena e muita perseverança.

"Sua curiosidade não tinha limites, mas quase não construiu nada, porque a ciência e a engenharia eram para Da Vinci um ato intelectual", comentou Lapie.

Uma roupa para mergulhar, uma máquina para polir espelhos, fortalezas militares ou uma nave voadora que imita a anatomia das aves são alguns das invenções de destaque do visionário artista, que se sentia especialmente atraído pela possibilidade de voar, como mostram muitos desenhos expostos.

E quase todos eles contam com uma maquete em miniatura para que o público toque, observe e experimente com as próprias mãos o mecanismo que os faz funcionar.

"Seus projetos constituem uma enciclopédia gráfica do conhecimento técnico de seu tempo", declarou o curador, enquanto mostrava o extenso catálogo de invenções exposto.

Lapie afirmou que o artista florentino não foi nem o primeiro nem o único a desenhar máquinas, mas os seus foram, sem dúvida, os mais "sofisticados", marcando assim o antes e o depois na revolução do desenho.

Ao contrário de seus contemporâneos, Da Vinci se esforçou para unificar um permanente diálogo com a tradição junto com a comprovação que partia de sua própria experiência. No entanto, e como quis destacar Lapie, em sua época Da Vinci era considerado artesão, não artista nem intelectual.

Até o começo do século XX, a história da arte só viu em Da Vinci um grande pintor. A imagem só mudou com a publicação de seu primeiro livro de projetos de engenharia, com o qual ganhou a mesma relevância como engenheiro.

Um fenômeno, que segundo Lapie, fez com que os desenhos de Da Vinci estejam espalhados e fragmentados em diversas galerias e coleções privadas.

A exposição poderá ser visitada até o próximo dia 10 de maio, de forma gratuita, no Centro Cultural Fiesp - Ruth Cardoso, em São Paulo.

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