Colunista
Publicado em 17 de julho de 2023 às 14h34.
As agendas voltadas para a inovação começaram a fazer parte do dia a dia das empresas com muito mais intensidade nos últimos anos e têm ajudado a se manterem competitivas e prosperar, principalmente em cenários de instabilidade econômica. Mesmo sabendo que ela traz resultados importantes e leva à criação de diversas soluções e produtos que realmente transformam os negócios e a vida dos consumidores, nem todas as marcas que dizem investir nela estão de fato inovando.
Esse entendimento de que as companhias abordam a inovação com mentalidades e intenções diferentes é muito importante e facilita a separação daquelas que a possuem no DNA e as que estão apenas aproveitando o hype do momento para se exibir e passar uma imagem superficial de instituição inovadora.
Pode parecer controverso, mas isso acontece com mais frequência do que podemos imaginar. E, ainda que seja difícil identificar quando uma organização está utilizando esse discurso para impressionar, existem alguns sinais que entregam essa situação.
Ao observar com atenção o histórico da marca, as notícias na mídia e os comentários dos consumidores nas redes sociais é possível fazer uma análise mais completa que ajude a entender se a empresa inova para crescer ou apenas aparecer. Aquelas que genuinamente fazem esforços para desenvolver essa agenda internamente são movidas por um propósito muito claro. Eles procuram resolver problemas do mundo real, aprimorar as experiências do cliente e criar valor.
Seu foco geralmente está na identificação de necessidades não atendidas e no desenvolvimento de novas soluções que tragam benefícios tangíveis. Além disso, elas promovem uma cultura de experimentação e encorajam os colaboradores a desafiar o pensamento convencional, assumir riscos e aprender com os fracassos. Essas organizações fornecem os recursos, suporte e autonomia necessários para que os times explorem novas ideias e abordagens.
Por outro lado, as companhias que priorizam as aparências ao invés do conteúdo têm como objetivo principal projetar uma imagem sem necessariamente entregar resultados significativos. Seus esforços de inovação são limitados a mudanças superficiais em vez de avanços disruptivos, e elas costumam se preocupar mais com a percepção das iniciativas do que com a criação de um ambiente saudável e motivador que estimule ideias ousadas e transformadoras.
De acordo com o estudo Innovative Workplaces 2023 divulgado pelo MIT Technology Review Brasil, as vinte instituições consideradas mais inovadoras no país atualmente são a Algar Tech, Boston Scientific, Bradesco Seguros, Brasilprev, Braskem, Carrefour, Claro, Generali, Hilab, Hospital Albert Einstein, iFood, Lojas Renner, Mercado Bitcoin, Nestlé, Octadesk, Petrobras, Siemens, Vibra, Vivo e Wemobi.
Esses relatórios ajudam a separar o joio do trigo, pois são realizados levando em consideração diversos fatores essenciais, como gestão, marketing, processos e produtos. E basta pesquisar as ações e resultados dessas marcas nos últimos anos para entender o porquê de estarem nessa lista.
A inovação tem o poder de impulsionar e transformar completamente os negócios. As empresas que são ágeis, que investem em educação corporativa e possuem uma cultura forte têm muito mais chances de evoluir e ter sucesso a longo prazo, enquanto aquelas que promovem um exibicionismo superficial podem até ter ganhos a curto prazo, mas carecem de tudo o que é necessário para o crescimento sustentável.