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Hotel Nacional: 400 milhões e boas memórias

Tom Cardoso O Nacional foi durante muitos anos o maior hotel do Rio de Janeiro. Quem passava pelo bairro de São Conrado, na Zona Sul, impressionava-se com a imponência do edifício de 34 andares. Só o centro de convenções tinha capacidade para abrigar 2.800 pessoas, mas o charme mesmo estava em sua arquitetura  — um projeto […]

HOTE NACIONAL: com abertura prevista para dezembro, hotel restaurou a arquitetura de Niemeyer / Divulgação
DR

Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2016 às 12h03.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h13.

Tom Cardoso

O Nacional foi durante muitos anos o maior hotel do Rio de Janeiro. Quem passava pelo bairro de São Conrado, na Zona Sul, impressionava-se com a imponência do edifício de 34 andares. Só o centro de convenções tinha capacidade para abrigar 2.800 pessoas, mas o charme mesmo estava em sua arquitetura  — um projeto de Oscar Niemeyer com jardins do paisagista Burle Marx — e no restaurante do 32º andar, com uma das mais belas vistas da cidade. Mesmo perdendo em localização para outros ícones da rede hoteleira carioca, como o “central” Hotel Glória e o praiano Copacabana Palace, o Nacional era o preferido de estrelas como Liza Minnelli, Chet Baker, B.B King e Elis Regina. Em 1995, porém, o hotel foi fechado após a empresa que o gerenciava falir. O Nacional passou longos 14 anos desativado, envolvido num imbróglio judicial, até ser leiloado em 2009, com a rede espanhola Meliá assumindo a nova administração e prometendo retomar o protagonismo do gigante de São Conrado.

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O Gran Meliá Nacional Rio será reinaugurado no início de dezembro. Foram investidos cerca de R$ 400 milhões na reforma, que manterá todos os aspectos históricos da obra original. A reportagem da EXAME Hoje conversou com Plínio Souza, gerente geral do Gran Meliá Nacional Rio, que contou com exclusividade detalhes sobre o novo projeto. Um dos diferenciais do Nacional será o RED Level, um hotel boutique de luxo dentro do próprio hotel, com mais de 100 apartamentos (são 413 no total) com serviços como área exclusiva com mordomo, spa e um centro de fitness com vista pro mar.

O segredo do novo Nacional, segundo Souza, será harmonizar o luxo com toques de vanguarda. “Será mantido tudo o que é de interesse histórico. Detalhes como escadarias, esquadrias de metal, vidros e itens que identificam a obra de Niemeyer foram todos recuperados em sua originalidade”, afirma o gerente geral. “Não bastasse o prédio em si ser uma obra de arte, ainda contamos com jardins projetados por Roberto Burle Marx, painel de Carybé e escultura de Alfredo Ceschiatti. Todos os itens foram recuperados, restaurados e devolvidos às suas condições de obras-primas”.

O luxo e a imponência, como se vê, serão mantidos, mas os novos proprietários do Gran Meliá Nacional Rio apostam todas as fichas na ligação afetiva do hotel com a cidade. Só a história da fundação do hotel já daria um filme. Ele foi erguido pelo argentino José Tjurs, um filho de judeus russos, apaixonado pelo Rio, que chegou à cidade com 12 anos, fugindo de casa. Após ganhar a vida como engraxate, vendedor de frutas e taxista, Tjurs fundou a rede Orsa, que chegou a adminstrar nove hotéis, entre eles o Nacional. O grupo faliu em 1990, vitimado pela crise econômica.

Os novos donos prometem uma nova cara ao Nacional, mas sem perder as conexões com o passado e com a história. “Há um incrível vínculo emocional entre o carioca e este hotel. Quando eu menciono que integro a equipe da Gran Meliá Nacional Rio, logo sou presenteado com um grande sorriso, seguido de uma história singular, revestida de sentimento: a festa de formatura, a primeira apresentação de dança em um teatro, a festa de casamento, o grande amor na boate”, afirma Souza. “Outro dia soube de uma senhora que dançou com Juscelino Kubitschek neste hotel…”. A partir de dezembro, novas boas memórias vão começar a surgir no Hotel Nacional.

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