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Harry Potter e as páginas que o cinema oculta

Confira quais são os trechos da obra de J. K. Rowling que não foram para a telona

Harry Potter e as Relíquias da Morte chega aos cinemas nesta sexta-feira: saiba quais os trechos da obra de J.K. Rowling

Harry Potter e as Relíquias da Morte chega aos cinemas nesta sexta-feira: saiba quais os trechos da obra de J.K. Rowling

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2011 às 18h40.

São Paulo - A multidão que acompanhou em Londres, no último dia 7, o tapete vermelho da première de Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2, esticando livros para colher autógrafos do elenco, é prova da satisfação que os leitores de J. K. Rowling sentem com a adaptação da saga para os cinemas. Mas há algo nos filmes capaz de desapontar a esse público. É o corte de cenas consideradas importantes em cada volume da série, excluídas para garantir uma duração mais palatável às películas.

São passagens como a do primeiro constrangimento de Dia dos Namorados do bruxinho, as travessuras do insuportavelmente divertido Pirraça e até algumas das eletrizantes sequências do jogo de quadribol, esporte oficial no mundo criado por J. K. Rowling. O site de VEJA relembra alguns dos episódios que ficaram de fora da sala escura, enquanto os fãs se preparam para a estreia mundial do aguardado último capítulo de Harry Potter, marcada para 15 de julho. Confira.


1. As travessuras de Pirraça


Quem conheceu Harry Potter apenas pelos filmes talvez nem saiba de quem se trata. Pirraça, o poltergeist cuja missão na vida – ou além dela – é infernizar os outros, foi praticamente ignorado nos longas. Protagonista de episódios impagáveis nos livros, ele é aquele personagem que ameaça por tudo a perder em momentos decisivos, como quando o Harry está perto de alcançar a pedra filosofal, no primeiro volume da série. Apesar do seu jeito endiabrado, ou justamente por ele, é adorado por muitos leitores.

2. O desafio das poções

É preciso admitir que ver materializada a cena do jogo de xadrez, na tela grande, foi emocionante. A sequência final de Harry Potter e a Pedra Filosofal seria ainda melhor, no entanto, se o diretor Chris Columbus não tivesse sacrificado nenhum dos desafios que se sucedem, no livro, entre Harry e o capanga de Voldemort, o professor Quirrell. A charada das poções, arquitetada por Snape, é o mais inteligente desses obstáculos. Mas ficou de fora, talvez por carecer de uma característica essencial para Hollywood: ação.

3. O Dia dos Namorados

O anão de asas douradas e harpa em mãos abria caminho às cotoveladas entre os estudantes da Grifinória. “Arry Potter, Arry Potter”, gritava, enquanto Harry, “cheio de calores só de pensar em receber um cartão do Dia dos Namorados na frente de uma fileira de alunos do primeiro ano, que por acaso incluía Gina Wesley”, tentava escapar. Mal sabia ele que era a própria Gina a autora de tudo. O episódio, dos mais divertidos de Harry Potter e a Câmara Secreta, poderia ter dado um colorido ao filme, que deixou a história do casal mais insossa que a decoração cor-de-rosa da sala da Umbridge.


4. A história dos Marotos

A cada livro, um acessório mágico era introduzido à série. Em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, a novidade foi o Mapa do Maroto. Com o poder de apontar caminhos e indicar quem está em Hogwarts, ele contribuiu para as escapadas de Harry pelo castelo da escola, sob a capa da invisibilidade. O filme, contudo, não revela quem é maroto, o criador do mapa. E não se trata de um único personagem. O nome serve de apelido a Tiago Potter, pai de Harry, a Pedro Pettigrew, Sirius Black e Remus Lupim, os melhores amigos de Tiago em Hogwarts. Pior: além de sonegar a informação de que eles criaram o mapa, o longa deixa de lado como Sirius, Tiago e Pedro se tornaram animagos foras-da-lei para acompanhar Lupim nas noites em que ele se transformava em lobisomem.

5. O labirinto do Tribruxo

Há muito mais no labirinto de Harry Potter e o Cálice de Fogo do que nos mostra o diretor Mike Newell. Além de Vitor Krum agir sob os efeitos da maldição Imperius, Harry e Cedrico têm de enfrentar os explosivins de Hagrid, um bicho-papão transvestido de dementador, uma repentina inversão entre terra e céu, uma esfinge e uma aranha gigante. É, aliás, desse inseto que Harry salva Cedrico – e não das ferozes paredes do labirinto, como indica o filme. Obstáculo a obstáculo, ambos se tornam próximos. O filme não mostra essa aproximação tão detalhadamente e faz com que seja difícil entender por que Harry sofre tanto com a morte de Cedrico.

6. Rony, o atleta de ouro

Com certeza, a maioria dos fãs de Harry Potter não dispensaria nem cenas extras de quadribol nem um pouco mais de Rony Weasley, que no livro Harry Potter e a Ordem da Fênix vira goleiro do time da Grifinória. Nada disso aparece no quinto episódio da saga nos cinemas, porém. Os roteiristas certamente concluíram que, com tantas disputas, desaparecimentos, sociedades secretas e problemas no Ministério da Magia, seria melhor cortar essas passagens. Uma pena. É nesse livro que, após a crise que resultou na expulsão de Harry, Fred e Jorge do time por Umbridge, a Grifinória ganha a Taça Quadribol e o ruivinho se transforma no herói da equipe. Restou aos fãs esperar o próximo filme para ver Rony brilhar no esporte.

7. A pior memória de Snape

Um dos resultados das aulas de Oclumência, em que Harry tenta aprender com Snape como fechar a própria mente das invasões de Voldemort, em Harry Potter e a Ordem da Fênix é a descoberta de que seu pai, Tiago Potter, não era tão legal quanto ele imaginava. A partir das memórias do professor Snape, ele vê como Tiago submetia o colega a longas sessões de bullying. Disso, o filme dá conta, mas há outra parte importante que ele esquece de mencionar: a mãe de Harry, Lílian, era amiga de Snape e sua defensora ferrenha. Essa cena fará especial falta agora, no desfecho da saga, para entender a trajetória do professor.

8. O outro ministro

A reunião entre o ministro da Magia e o primeiro-ministro trouxa (palavra que adjetiva os humanos no universo de Potter), episódio que abre o sexto livro da saga, revela como a política do mundo trouxa se articula com a dos bruxos. O encontro abria aos leitores uma janela para a fantasia de Harry. Quem era criança na época pôde se deliciar com a possiblidade de explicar de modo mágico uma série de eventos tão comuns aos reles mortais, como a queda de uma ponte ou um furacão inesperado. O filme, porém, teve o grave defeito de ser feito por adultos.

9. Dumbledore sai do armário

Essa é uma cena que não só os filmes ficaram devendo, mas também os livros. Desde o lançamento do primeiro volume, um murmurinho dava conta da homossexualidade do reservado mago, que não se aproxima de mulheres, não tem história pública de amor, capricha no vestuário e gosta de revistas de tricô. Em 2007, um fã teve coragem de perguntar a J.K. Rolling, num evento em Nova York, se a boataria era fundamentada. “Dumbledore é gay”, ela admitiu. “Ele era apaixonado por seu adversário Gellert Grindelwald e sofreu uma terrível decepção com ele.” Ao saber da notícia, a plateia silenciou – apenas por alguns minutos, antes de explodir em aplausos. “Se soubesse que a notícia os faria tão felizes, teria dito antes”, comentou a escritora, aliviada.

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