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Guia gastronômico Michelin deixará de avaliar restaurantes brasileiros

Exclusivamente neste ano, os jurados do guia que cataloga os melhores restaurantes do mundo desde 1926 não selecionarão casas brasileiras devido à pandemia

RYO Gastronomia: restaurante do chef Edson Yamashita é uma das 4 casas com 2 estrelas Michelin.  (RYO Gastronomia/Reprodução)

RYO Gastronomia: restaurante do chef Edson Yamashita é uma das 4 casas com 2 estrelas Michelin. (RYO Gastronomia/Reprodução)

MD

Matheus Doliveira

Publicado em 23 de agosto de 2021 às 15h03.

Última atualização em 23 de agosto de 2021 às 16h10.

Com a maior parte dos restaurantes brasileiros fechada entre o final de 2020 e o início deste ano, o prestigiado guia gastronômico Michelin anunciou que não foi possível avaliar as melhores casas do Brasil para elaborar a edição 2021 e distribuir as famosas estrelas.

Para selecionar os melhores restaurantes, os principais critérios adotados pelos jurados do Guia Michelin em todo o mundo são: 

  • 1- Qualidade dos ingredientes
  • 2- Domínio das técnicas culinárias
  • 3- Harmonia dos sabores
  • 4- Personalidade do chef expressa na cozinha
  • 5- Consistência tanto no menu como nas visitas regulares

Os cinco critérios são avaliados por equipes internacionais de inspetores que viajam por todos os destinos contemplados pelo guia para encontrar e reconhecer os melhores restaurantes seguindo um processo de decisão coletiva dos jurados.  

Em 2021, devido às restrições de viagens internacionais e às diretrizes internas de segurança do Grupo Michelin, o trabalho das equipes internacionais de inspetores foi inviabilizado no Brasil, disseram os organizadores.

Com a impossibilidade de realizar uma seleção com credibilidade e relevância como nos anos anteriores, o guia tomou a decisão de não lançar a seleção 2021 de restaurantes para o Rio de Janeiro e São Paulo (únicos estados brasileiros com casas contempladas com estrelas Michelin). 

“Avaliamos experiências presencialmente nos restaurantes e, adaptando-nos às situações de cada destino, precisamos preservar a qualidade de nossas recomendações e o respeito ao método de avaliação, ao mesmo tempo que asseguramos que nossas equipes realizem seus trabalhos de forma segura”, diz Gwendal Poullenec, diretor internacional do Guia Michelin. 

“Não divulgar a seleção 2021 dos restaurantes no Rio de Janeiro e em São Paulo é obviamente uma decisão difícil e uma triste notícia, não só para nossas equipes mas também para quem confia em nós e para os restaurantes. No entanto, é para manter esta relação tão especial e preciosa que temos construído com eles, que decidimos não lançar uma seleção que não refletisse fielmente a qualidade e excelência gastronômica dos restaurantes, bem como o talento de seus chefs”, completa Poullenec. 

Com a decisão, até o próximo Guia Michelin, a ser realizado em 2022, as casas brasileiras que já possuem as estrelas Michelin não terão suas distinções alteradas.

No Brasil, 14 restaurantes têm estrela Michelin: dez deles ficam em São Paulo e quatro no Rio de Janeiro.

Desses, dez estabelecimentos possuem uma única estrela e quatro casas possuem 2 estrelas: D.O.M, do chef Alex Atala; Ryo Gastronomia, de Edson Yamashita; Oteque, de Alberto Landgraf; e Oro, de Felipe Bronze. 

As melhores casas são reconhecidas em uma escala que vai de 1 a 3 estrelas Michelin. Segundo a jornalista gastronômica francesa Justine Noblecourt, “1 estrela significa um restaurante muito bom na sua categoria; 2, uma cozinha excelente que justifica um desvio durante um passeio; 3, o máximo, uma cozinha excepcional que justifica uma viagem”, disse à EXAME.

 

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