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Grifes de luxo ajudam no combate à propagação do coronavírus

Bulgari e Dolce & Gabbana financiam pesquisas; confira as maiores doações do segmento de alto consumo

Loja da Bulgari, em Nova York: apoio a estudo de combate ao coronavírus (Alli Harvey/Getty Images)

Ivan Padilla

Publicado em 23 de março de 2020 às 13h52.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 15h31.

Marcas de luxo costumam dedicar parte de sua receita e considerável esforço de marketing no apoio a causas culturais, sociais e ambientais. Para ficar em um exemplo recente, logo depois do incêndio na catedral de Notre Dame, em Paris, os grupos LVMH e Kering anunciaram a doação de 300 milhões de euros para projetos de reconstrução. Com a crise causada pelo surto de coronavírus, algumas grifes estão agora direcionando esforços para ajudar a impedir a propagação da doença.

A Bulgari, marca centenária de joias fundada em Roma, fez uma doação ao departamento de pesquisa do hospital Lazzaro Spallanzani, onde uma equipe formada por três pesquisadoras — Maria Rosaria Capobianchi, Francesca Colavita e Concetta Castilletti — conseguiu isolar o vírus em menos de 48 horas. A quantia não foi divulgada, mas permitiu a aquisição de um microscópio de ultima geração, fundamental para os estudos, de valor estimado em 100.000 euros.

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A Dolce & Gabbana, outra grife italiana, anunciou também uma doação para o desenvolvimento de pesquisas para a Universidade Humanitas, em Milão, na Itália, um dos centros de estudo do coronavírus. “Apoiar pesquisas científicas é um dever moral para nós. Esperamos que nossa contribuição ajude a resolver esse dramático problema”, disseram, em comunicado, os fundadores da marca Domenico Dolce e Stefano Gabbana. O norte da Itália tem sido uma das regiões mais afetadas pela covid-19.

Stefano Gabbana e Domenico Dolce, criadores da grife: doação para universidade italiana (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

As doações acontecem mesmo em um momento de forte prejuízo para o setor. O segmento de luxo sofreu uma queda de 23% e perdas de 152 bilhões de dólares, segundo o índice MSCI Europe Textiles, Apparel & Luxury Goods, que mede as ações das principais empresas nos 15 maiores mercados. Para as marcas, investir em filantropia é uma questão de imagem, claro. Mas as ações também podem ajudar os mercados a se recuperar, principalmente a China, maior país consumidor hoje de itens de luxo, junto com os Estados Unidos.

Acompanhe as principais ações das marcas de alto consumo na luta contra o coronavírus.

Moncler — 10 milhões de euros

A marca conhecida pelas clássicas jaquetas acolchoadas destinou o montante para a construção de um novo hospital em Milão, com 400 vagas de terapia intensiva. “Milão é uma cidade que já nos deu muito. Não podemos abandoná-la nesse momento”, disse Remo Ruffini, CEO da marca.

 

LVMH — 2,2 milhões de dólares

O maior grupo de luxo do mundo fez a doação para a Cruz Vermelha na China, em janeiro. O conglomerado prometeu ainda mais ajuda para a compra de suprimentos médicos. Em março, anunciou que as linhas de produção de cosméticos de suas marcas iriam fabricar álcool em gel, item essencial para higienização preventiva, e encomendaria 40 milhões de máscaras da China para distribuir na França.

 

Grupo Richemont — 1,4 milhão de dólares

O grupo suíço de relojoaria, que tem em seu portfólio Cartier, Montblanc, Panerai, Van Cleef & Arpels e Chloé, prometeu a doação para a China, sem especificar para que medidas. As vendas do conglomerado na região da Ásia já haviam sido comprometidas no ano passado pelos protestos em Hong Kong.

 

Giorgio Armani — 1,25 milhão de euros

O estilista Giorgio Armani destinou a verba para ajuda doméstica, para diversos hospitais e instituições no norte da Itália

 

Kering — 3 milhões de dólares

O grupo de luxo, com grifes como Gucci, Yves Saint Laurent e Alexander McQueen, destinou 1 milhão de dólares  para a Cruz Vermelha da China. Também doou 2 milhões de dólares para ações diversas na França, como a compra de 3 milhões de máscaras de proteção da China. Também teria destinado verba não especificada para um fundo de pesquisas do Instituto Pasteur.

 

Hermès — 700.000 dólares

A grife francesa, ainda sob controle familiar, está apoiando a Fundação Soong Ching Ling, que apoia os médicos que estão combatendo a doença na China.

 

Donatella Versace — 200.000 euros

A diretora artística da Versace e sua filha fizeram a contribuição ao hospital San Rafaelle, de Milão, que sofria superlotação de pacientes infectados pelo coronavírus.

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