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Globo de Ouro tem premiação inesquecível e desafia Oscar

"Argo", de Ben Affleck, foi o vencedor da noite com os dois prêmios mais importantes: melhor filme dramático e melhor diretor, sendo que sequer foi indicado para o Oscar


	As atrizes Tina Fey e Amy Poehler apresentaram a cerimônia do Globo de Ouro
 (REUTERS/Paul Drinkwater/NBC)

As atrizes Tina Fey e Amy Poehler apresentaram a cerimônia do Globo de Ouro (REUTERS/Paul Drinkwater/NBC)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2013 às 06h32.

São Paulo - O prêmio Globo de Ouro não quer ser um prelúdio do Oscar, mas busca desvincular-se da máxima premiação do cinema mundial e em 2013, parece que o divórcio entre os dois ficou claro: "Argo" conquistou o prêmio de melhor filme dramático, a principal categoria do Globo de Ouro.

Este divórcio ou talvez essa "guerra de rosas" entre os prêmios mais midiáticos de Hollywwod, teve neste edição uma mudança substancial que poderia desencadear a ruptura definitiva: os prêmios Oscar anunciaram suas indicações em 10 de janeiro, pela primeira vez antes do Globo de Ouro ser entregue.

As consequências foram consideráveis: por um lado, a academia que escolhe os prêmios Oscar surpreeendeu com indicações em categorias muito importantes de filmes que nem eram tão esperados: "Indomável Sonhadora" e "Amor", de Michael Haneke.

O primeiro foi indicado para quatro prêmios da Academia de Hollywood e o segundo - que conquistou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro - cinco indicações. Essa foi vista como a primeira provocação do irmão maior com o irmão menor. Mas os Globos de Ouro não ficaram para trás.

Enquanto em televisão as premiações seguiram um caminho mais ou menos esperado - com os triunfos de "Homeland" em drama e "Girls" em comédia, além de "Game Change", com Julianne Moore como Sarah Palin, na categoria de minissérie - no cinema, os 88 eleitores da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood decidiram ousar.


"Argo", de Ben Affleck, se transformava no vencedor moral da noite com os dois prêmios mais importantes: melhor filme dramático e melhor diretor, para um cineasta e ator que sequer foi indicado para algum prêmio Oscar.

No improvável caso dos prêmios Oscar seguirem a esteira dos Globos de Ouro, "Argo" se transformaria no primeiro filme desde "Conduzindo MIss Daisy" (1989) a conquistar o máximo prêmio sem ter seu diretor indicado, e o próprio Affleck subiria ao palco muito surpreso por ter vencido Ang Lee, Quentin Tarantino, Kathryn Bigelow e, sobretudo, Steven Spielberg.

"Lincoln" salvava sua honra com o Globo de Ouro para Daniel Day Lewis como melhor ator, a única de suas sete indicações que aparece também como favorita para os prêmios Oscar, onde compete por 12 prêmios.

Da mesma maneira, outro dos grandes adversários nos Globos, "A Hora mais Escura", que mal apareceu nas indicações dos Oscar, na noite de ontem saiu com o indiscutível prêmio para Jessica Chastain.

Já "Os Miseráveis" se transformou no ganhador quantitativo da noite com três estatuetas: melhor comédia ou musical, melhor ator (para Hugh Jackman) e melhor atriz coadjuvante (Anne Hathaway).


O "Lado Bom da Vida" foi relegado e venceu apenas um prêmio (melhor atriz para Jennifer Lawrence), que para os eleitores do Oscar é, sem dúvida, a comédia do ano, já que foi indicado para oito prêmios, sete deles os mais importantes: quatro de interpretação, filme, diretor e roteiro, algo que não acontecia desde "Reds", em 1981.

E outro filme que aparece com poucas chances no Oscar, "Django Livre", de Quentin Tarantino, ontem levou os prêmios de melhor ator coadjuvante, Christoph Waltz, e de melhor roteiro.

A pergunta que fica é se o Globo de Ouro cansou de errar suas apostas para o Oscar, após ter acertado apenas 50% dos prêmios desde que começou o século XXI? Será que ele se rebelou contra o novo calendário do Oscar e quis marcar a diferença?

O que está claro é que, como espetáculo televisivo, os Globos de Ouro têm tudo para ganhar: são evitados prêmios técnicos (os menos vistosos para a cerimônia) e, concretamente na cerimônia de ontem, viveram dois momentos históricos: a aparição de Bill Cliton para defender a biografia cinematográfica de outro ex-presidente, "Lincoln", e a saída do armário oficial da ganhadora do prêmio Cecil B. De Mille, Jodie Foster.

Além disso, algum roteirista perverso decidiu forçar o encontro de Arnold Schwarzenegger e Michael Hanele, músculo e cérebro respectivamente de "Amor", quando o primeiro entregou o prêmio para o segundo. Como o Oscar irá superar isso? A sorte está lançada. Até 24 de fevereiro.

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