Futuro da aviação: cabines com dois andares e cápsulas de descanso
A ideia de voar com conforto ser apenas um privilégio da primeira classe, está com os dias contados com dois projetos que otimizam as aeronaves
Julia Storch
Publicado em 4 de junho de 2021 às 15h30.
Última atualização em 4 de junho de 2021 às 15h30.
Companhias aéreas sempre visam soluções para otimizar o número de passageiros em seus voos, tentando manter o conforto aos viajantes. Ideias como assentos que funcionam como encosto, para que as pessoas viajem em pé, ainda não foram vistas pelos ares, e agora, mais um conceito de viagem foi lançado: cabines com dois andares.
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A novidade é uma das selecionadas do Crystal Cabin Awards. A premiação, que traz anualmente novidades no design de aeronaves, reduziu suas oito categorias para duas neste ano: ‘Escolhas do Júri’, e 'Viagens Limpas e Seguras'. Na primeira categoria, chamou a atenção o projeto Chaise Longue, do estudante espanhol Alejandro Núñez Vicente, 21 anos, estudante na Universidade TU Delft, na Holanda.
Cansado da falta de espaço para suas pernas nas viagens entre Espanha e Holanda, o jovem decidiu resolver o problema redesenhando a posição das cadeiras. Seu design transfere o compartimento de bagagem superior para baixo dos assentos, assim, há mais espaço para assentos em níveis superiores.
Ao CNN Travel, Núñez comentou que o projeto funcionaria bem no avião Flying-V, que está em desenvolvimento na TU Delft, mas diz que também poderia ser implementado em um Boeing 747, Airbus A330 ou qualquer outro avião de médio a grande porte.
“Na fileira inferior os passageiros têm a experiência de um sofá, ao esticarem as pernas, enquanto a fileira superior oferece uma experiência de SUV, tornando possível, por exemplo, cruzar as pernas devido ao maior espaço para as pernas e espaço geral”, disse ao site.
O design desenvolvido por Núñez, proporciona, ainda, maior grau de reclinagem dos assentos, assim como encostos e apoios de pescoço dobráveis. “A atual classe econômica costuma ser limitada a uma posição única ou ligeiramente reclinada, o que impede que o usuário tenha uma experiência de voo confortável e relaxante”, completou Núñez.
Segundo o estudante, outra vantagem dos assentos, ainda que incluam mais pessoas no voo, é o distanciamento social. “Por dar mais espaço entre os passageiros, e posicioná-los em diferentes alturas, é mais adequado para voos em tempos de pandemia”. A próxima etapa do projeto é o desenvolvimento de protótipos.
Outro projeto que chamou a atenção da premiação foi o Cápsula nas Nuvens, desenvolvido pela empresa Toyota Boshoku. O design inclui uma área para descanso acima dos assentos na classe econômica. Sim, é possível deitar no bagageiro como em um quarto cápsula japonês.
A ideia é que os passageiros possam comprar uma passagem, e pagando uma taxa extra, possam usufruir da cápsula quando o voo atingir altitude de cruzeiro. Segundo comunicado, a Toyota Boshoku chama a cápsula de “uma sala multifuncional que combina com a experiência de um assento da classe executiva”.
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