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Fita cassete de volta? Formato ganha força com 'superfãs'

Desafio é encontrar tocadores, já que os fabricantes mais conhecidos saíram do mercado há muito tempo

Cassetes poderiam ser a a mídia física barata que sobrevive a LPs e cds (Leonardo Veras/Reprodução)

Cassetes poderiam ser a a mídia física barata que sobrevive a LPs e cds (Leonardo Veras/Reprodução)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 23 de outubro de 2024 às 11h30.

Última atualização em 23 de outubro de 2024 às 11h55.

Dominante nos Estados Unidos desde o início dos anos 1980 até ser superada pelo CD nos anos 1990, a fita cassete sobreviveu como um fenômeno underground. O meio alternativo de ouvir música, no entanto, dá sinais de sobrevida.

De acordo com reportagem do The New York Times, o último álbum de Taylor Swift, The Tortured Poets Department, está como a cassete mais vendida do ano até agora, com cerca de 23 mil cópias até 30 de junho, segundo o serviço de rastreamento Luminate. Claro que esses números são bem tímidos se compararmos com as outras mídias do álbum: 1,1 milhão de cópias em CD e outras 988 mil em vinil. No entanto, a alternativa do cassete ainda resiste.

Se o Spotify matou o iTunes, e o vinil é cada vez mais um item de luxo com preço alto — sem falar dos CDs —, as cassetes poderiam ser a mídia física barata que sobrevive a todos eles. Gravadoras vão procurar capitalizar em “superfãs” que comprarão as obras em múltiplos formatos.

E onde tocar as fitas?

Segundo a reportagem do NYT, os fabricantes de equipamentos de áudio mais conhecidos da era da cassete já saíram do mercado há muito tempo. A Sony vendeu mais de 200 milhões de Walkmans desde julho de 1979, quando os dispositivos estrearam no Japão, até parar com o produto por volta de 2010. Sony, Panasonic, Toshiba e Bose não vendem mais tocadores de fita de áudio.

A Consumer Technology Association, um grupo comercial, parou de rastrear as vendas de players combinados de rádio/cassete/CD em 2016, quando havia uma estimativa de 653.671 unidades enviadas, em comparação com um pico provável de cerca de 25 milhões de combinações rádio/cassete em 1994, segundo um porta-voz.

Embora o mercado para novos tocadores de cassetes tenha se tornado muito pequeno para medir, uma vasta oferta dos dispositivos obsoletos já existia, muitos deles usados e precisando de reparos.

A moda vai voltar?

Para um título recente na Third Man Records, do guitarrista e produtor Jack White, cassetes custam $2,80 cada uma para produzir versus $6,92 por LP de vinil, disse Ben Blackwell, um dos fundadores da gravadora. Logo, a vantagem pode ser econômica.

Alguns novos fabricantes entraram no mercado de cassetes, mas numa onda bem diferente da dos anos 1990. A FiiO, uma empresa de eletrônicos com sede em Guangzhou, China, recentemente estreou um tocador de cassete estilo Walkman, básico, que é vendido por cerca de $100.

“O maior desafio tem sido a quase completa interrupção da cadeia de suprimentos do tocador de cassetes”, disse o CEO da empresa, James Chung, em um comunicado por e-mail. “Restaurar o domínio técnico dos dispositivos Walkman dos anos 1990 é praticamente impossível hoje”.

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