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Família Wessel, referência em carnes, lança marca de alimentos plant based

Meta Foods chega com dois hambúrgueres à base de plantas que não tentam imitar a carne tradicional

István e Titi Wessel: aposta em alimentos plant based (Angelo Dal Bo/Divulgação)
LA

Lucas Amorim

Publicado em 24 de novembro de 2020 às 10h14.

Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 13h30.

Um almoço com István Wessel e sua filha Titi, principais executivos da Wessel, uma das mais conceituadas marcas de carne do país, costuma ser uma ótima oportunidade para provar um bom filé ou steak. Não dessa vez. Os dois convidaram a reportagem da EXAME para provar, em primeira mão, a novidade em que vêm trabalhando ao longo do último ano e meio: a Meta Foods, marca de alimentos à base de plantas (ou plant based).

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A Meta Foods está sendo lançada com hambúrgueres vegetais de dois sabores: "Páprica, tomate e alecrim", e "Cebola tostada e ervas". Provamos os dois, em sanduíches e pratos. E comemos bem. Ao contrário de outros hambúrgueres à base de plantas, as novidades não tentam se assemelhar à carne bovina com o uso de aromas artificiais, por exemplo.

Executivos da Wessel lançam Meta Foods (Angelo Dal Bo/Divulgação)

"Quisemos criar uma novidade para quem gosta de um sanduíche gostoso. É disso que se trata", diz Wessel. "Miramos uma leva crescente de consumidores que prefere não comer carne todos os dias". São os "flextarianos", um público segundo o empresário de 5 a 10 vezes maior que o de vegetarianos e que gostaria de reduzir o consumo de carne por questões de saúde.

A família Wessel é uma das maiores responsáveis pela evolução do padrão da carne bovina consumida no Brasil nas últimas décadas. Agora, pretende ser uma das protagonistas da revolução dos alimentos vegetais. É um mercado em ebulição, mas que já tem competidores estabelecidos, como a Fazenda Futuro, no Brasil, e a Beyond Meat nos Estados Unidos. A empresa brasileira recebeu em setembro um novo aporte, de 115 milhões de dólares, e a americana vale 8 bilhões de dólares na bolsa.

Para os Wessel, porém, há espaço de sobra para crescer. "A referência de sabor e suculência que tenho vem de uma família de açougueiros apaixonados por carne há cinco gerações. Essa memória é um diferencial nosso para criar receitas sem truques artificiais nem conservantes, como sempre fizemos", afirma Titi.

A Wessel, criada há 62 anos e desde 1994 especializada em hambúrgueres premium, vai continuar focada em proteína animal. A Meta Foods, por sua vez, é uma startup que começa do zero, com uma fábrica própria instalada ao lado da linha de produção da Wessel, em Araçariguama, São Paulo. A logística e as equipes comerciais devem ser integradas para dar ganho de escala à nova empresa.

Nova marca dos Wessel chega com dois hambúrgueres à base de plantas (Angelo Dal Bo/Divulgação)

Nos próximos dias os produtos da empresa começam a ser distribuídos a algumas lojas de redes como Carrefour e Pão de Açúcar, inicialmente em São Paulo e depois no Rio de Janeiro e outras grandes cidades. Empórios como Varanda e Santa Luzia também estão no radar, assim com o e-commerce da própria empresa. Além disso, restaurantes como Cão Veio e Capim Santo também terão a novidade no cardápio. A meta é vender de 10 a 15 toneladas dos novos hambúrgueres no primeiro trimestre de operação.

Lançar uma nova empresa em plena pandemia não chega a assustar. Segundo István, a Wessel teve o melhor mês de sua história em outubro, com mais pessoas dispostas a cozinhar em casa, e começando a frequentar mais restaurantes. A meta é crescer 10% no ano, ante 20% previstos antes do início da pandemia. Para 2021, a família Wessel vai equilibrar desafios típicos do mercado de carnes, como o aumento do preço da arroba do boi, com a busca por novidades constantes na Meta Foods.

Dois produtos "tipo frango" já estão em fase final de desenvolvimento. Não vão substituir o prazer de um churrasco ou de um hambúrguer tradicional. Mas vão fazer cada vez mais parte da rotina dos consumidores, aposta o tradicional açougueiro.

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