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Exposição de sobrevivente do holocausto é inaugurada no museu de Auschwitz

Exposição é aberta dias depois do massacre na sinagoga de Pittsburgh

Auschwitz: artista foi forçado a trabalhar nos crematórios e nas câmaras de gás durante o período nazista (Janek Skarzynski/AFP)

Auschwitz: artista foi forçado a trabalhar nos crematórios e nas câmaras de gás durante o período nazista (Janek Skarzynski/AFP)

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AFP

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 15h29.

Uma grande exposição de pinturas de David Olère, um sobrevivente do antigo campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau e testemunha de seus horrores, foi inaugurada no museu do campo na terça-feira, 30.

"A sua obra é excepcional porque sem ele (David Olère) não se saberia o que aconteceu dentro de um crematório", declarou Serge Klarsfeld, presidente da Associação Filhos e Filhas de Deportados Judeus da França durante a abertura da exposição. "Sequer teríamos a visão da câmara de gás", acrescentou.

"Essa exposição é aberta dias depois do massacre na sinagoga de Pittsburgh. O antissemitismo segue vivo, talvez mais do que nunca", disse em referência ao pior massacre antissemita ocorrido nos Estados Unidos e que deixou 11 mortos.

A exposição, chamada "David Olère, o sobrevivente do crematório número III", reúne 19 quadros que pertencem ao museu, e outros 60 emprestados, entre outros, pelo memorial Yad Vashem de Jerusalém.

Olère, nascido em 1902 em Varsóvia de pais judeus, estudou na escola de Belas Artes, antes de se instalar em Berlim em 1918, e depois em Paris.

Considerado como membro da escola de Paris, com Pablo Picasso, Marc Chagall, Amadeo Modigliani e Henri Matisse, ganhou a vida fazendo cartazes decoradores de cinema para grandes estúdios como Paramount Pictures, Fox e Gaumont.

Deportado pelos nazistas para Auschwitz em 1943, foi forçado a trabalhar nos crematórios e nas câmaras de gás. Nas dezenas de desenhos e pinturas que criou posteriormente, descreveu Auschwitz com uma dureza que não haviam visto antes. Morreu em Paris em 1985.

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