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Exibição em Londres eleva "selfies" a uma forma de arte

A exposição começa com Rembrandt, o artista holandês do século 17 cujas dezenas de autorretratos criaram uma autobiografia íntima

Arte da Selfie: "Selfies não são uma opção, é algo que está abrindo a nossa identidade para o bem, mas principalmente para o mal, moldando uma sociedade de controle" (Stefan Wermuth/Reuters)
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Reuters

Publicado em 30 de março de 2017 às 17h57.

Londres - Desde os autorretratos dos Antigos Mestres até as selfies contemporâneos feitos com telefones, uma exposição de Londres explora o potencial criativo de um modo de expressão cuja forma moderna é frequentemente ridicularizada como fútil.

A Saatchi Gallery, na capital britânica, lança na sexta-feira a "From Selfie to Self-Expression", que será a primeira exposição do mundo a analisar a história das selfies.

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Começa com Rembrandt, o artista holandês do século 17 cujas dezenas de autorretratos criaram uma autobiografia íntima com pinceladas confiantes.

Suas pinturas são representadas em telas digitais que se pode "curtir", resultando em um coração vermelho que aparece sobre a imagem - assim como nas mídias sociais.

As selfies modernos são diferentes porque mostram "como gostaríamos que o mundo nos visse, ao invés de como somos e quem somos", disse o diretor-executivo da Saatchi Gallery, Nigel Hurst.

"Não é coincidência ... que a maioria das selfies são filmados em locais bem exóticos, em férias quando as pessoas estão experimentando coisas que estão longe de sua vida monótona e mundana", disse ele à Reuters. "Não se trata de compartilhar nossa humanidade, é realmente compartilhar uma versão de nossa identidade que gostaríamos que as pessoas acreditassem."

Na era digital, a selfie se tornou onipresente, e a palavra foi adicionada ao Oxford English Dictionary em 2013.

A exposição, que pode ser visitada até fim de maio, inclui selfies do jogador de futebol David Beckham e da estrela de reality show Kim Kardashian, e até mesmo a primeira selfie disparado por um animal (um macaco).

A exposição conclui com uma postura crítica sobre selfies, com uma instalação do artista mexicano Rafael Lozano-Hemmer e do artista polonês Krzysztof Wodiczko com 12 câmeras de vigilância.

"Selfies não são uma opção, é algo que está abrindo a nossa identidade para o bem, mas principalmente para o mal, moldando uma sociedade de controle", disse Lozano-Hemmer.

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