Evino passa a Wine na importação de vinho e prevê R$ 400 milhões para 2020
Até setembro, importadora faturou 300 milhões de reais, um crescimento de 72% em relação ao mesmo período do ano passado
Daniel Salles
Publicado em 23 de outubro de 2020 às 16h18.
Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 17h10.
Criada em 2013, a Evino virou uma das importadoras de vinhos mais conhecidas do país. “Hoje os consumidores preferem fazer as próprias escolhas a aceitar a seleção de especialistas”, avalia Ari Gorenstein, co-CEO da empresa, que aposta todas as fichas em seu e-commerce. Para ele, as lojas físicas se mostram muito intimidadoras para uma grande parcela dos consumidores em potencial. “As vendas online crescem porque no ambiente digital é mais fácil comparar preços e buscar informações, sem falar na praticidade de receber os produtos em casa”, completa.
A companhia faturou 265 milhões reais em 2017, quando parou de divulgar resultados financeiros. E as oscilações cambiais dos últimos anos a levaram a repensar sua estratégia (e deixar de lado a antiga meta de faturar 1 bilhão de reais até este ano). Com a pandemia, porém, que aqueceu o mercado de vinhos, resolveu divulgar o faturamento novamente. Porque está em festa. Até setembro ela embolsou 300 milhões de reais, o que representa um crescimento de mais de 70% em relação ao mesmo período do ano passado. “O mercado consumidor cresceu cerca de 35% neste ano. Os brasileiros de fato descobriram que o vinho potencializa a experiência gastronômica em família, em casa”, avalia Marcos Leal, o outro CEO.
A empresa recebeu pedidos de 500.000 clientes em seu e-commerce só neste ano. Até setembro, registrou um Ebtida de 37 milhões de reais e a expectativa é fechar o ano com 50 milhões de reais. A previsão de vendas para o ano todo? De 400 milhões de reais.
Outra surpresa: ela agora se apresenta como a maior importadora de vinhos italianos, franceses e espanhóis no Brasil. Foram trazidas de fora, de janeiro a agosto, 7,68 milhões de garrafas (7,3 milhões delas já vendidas), o que envolve todos os países com os quais a empresa tem acordos. “A Evino já é a maior importadora brasileira de alguns ícones como Barolo, Brunello di Montalcino e Chateauneuf-du-pape”, diz Gorenstein. “Nosso portfólio premium está crescendo e amadurecendo, assim como o paladar dos mais de 1,2 milhão de clientes que atendemos desde 2013”.
E ainda dá para dizer que ela ultrapassou, no quesito importação, o e-commerce com o qual mais concorre, a Wine.com.br. De janeiro a agosto, a Evino importou 600.965 caixas de vinho, enquanto a outra trouxe 421.967. O Pão de Açúcar, é verdade, importou mais no período: 691.182 caixas. Mas, além de um e-commerce nada desprezível, essa rede dispõe de uma certa quantidade de lojas. Os dados são da Ideal Consulting.