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Escritora americana Ursula K Le Guin morre aos 88 anos

"A única coisa que faz a vida possível é uma incerteza permanente e intolerável: não saber o que vem depois", disse Le Guin

Ursula K. Le Guin: ela é considerada uma das mais famosas autoras de ficção científica da história (Robin Marchant/Getty Images)

Ursula K. Le Guin: ela é considerada uma das mais famosas autoras de ficção científica da história (Robin Marchant/Getty Images)

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AFP

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 22h42.

A escritora americana de literatura fantástica Ursula K. Le Guin, uma das mais famosas autoras de ficção científica da história, morreu aos 88 anos, anunciou sua família nesta terça-feira (23).

Le Guin ganhou fama com a série "O Feiticeiro de Terramar" (Earthsea), iniciada no final dos anos 1960, na que um aprendiz de feiticeiro luta contra os poderes do mal décadas antes de Harry Potter fazer o mesmo.

Ela escreveu romances, livros infantis, contos, poesias e ensaios.

"Com profundo pesar, a família de Ursula K. Le Guin anuncia sua morte em paz ontem à tarde", indicou um breve comunicado, publicado em sua conta no Twitter.

O celebrado escritor americano de suspense, literatura fantástica, ficção científica e horror Stephen King lamentou a morte de "um dos grandes" nomes em sua própria homenagem no Twitter.

Guin "não era apenas uma escritora de ficção científica, era um ícone literário", escreveu.

Educada no Radcliffe College deMassachusetts e na Universidade de Columbia em Nova York, Le Guin era especialista em antropologia. Seu pai, Alfred Louis Kroeber, era um etnólogo conhecido por seu trabalho com índios americanos.

A autora publicou seu primeiro romance, "El mundo de Rocannon", em 1966. Mas o sucesso veio com a publicação, em 1969, de "The Left Hand of Darkness", que ganhou uma série de prêmios e se transformou em um clássico da ficção científica.

O planeta em que se baseia este romance é pouco diferente da Terra, exceto pelo clima glacial, mas os seres que ali habitam são radicalmente diferentes: têm um único sexo e às vezes assumem papéis masculinos, outras vezes, femininos.

O livro traz perguntas sobre a identidade sexual e questiona regras sociais, a cultura e a vida nesse planeta.

"A única coisa que faz a vida possível é uma incerteza permanente e intolerável: não saber o que vem depois", disse Le Guin, influenciada pelo taoísmo e o anarquismo.

Ela nasceu em 21 de outubro de 1929 em Berkeley, Califórnia, e depois se radicou em Portland, Oregon, no noroeste dos Estados Unidos.

Casou-se com o historiador francês Charles Le Guin, e o casal teve três filhos e quatro netos.

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