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Escritor alemão Siegfried Lenz morre aos 88 anos

Lenz, cujos trabalhos foram traduzidos para mais de 30 línguas, tem como obra mais conhecida Deutschstunde (A Lição de Alemão, em tradução livre)

Siegfried Lenz: seus romances exploraram a culpa de indivíduos pelos horrores do nazismo (Morris Mac Matzen/Reuters)

Siegfried Lenz: seus romances exploraram a culpa de indivíduos pelos horrores do nazismo (Morris Mac Matzen/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 15h02.

Berlim - Siegfried Lenz, um dos escritores alemães de maior destaque no pós-guerra, cujos romances exploraram a culpa de indivíduos pelos horrores do nazismo e as agruras na formação de uma nova identidade nacional, morreu nesta terça-feira, aos 88 anos, disseram seus editores.

Lenz, cujos trabalhos foram traduzidos para mais de 30 línguas, tem como obra mais conhecida Deutschstunde (A Lição de Alemão, em tradução livre). No livro, um menino assiste a seu pai policial seguir cegamente ordens para impedir seu vizinho artista, classificado como "degenerado" pelos nazistas, de pintar uma remota região na fronteira entre Alemanha e Dinamarca.

Nascido em 1926 numa cidade conhecida hoje como Elk, no leste da Polônia, mas que então fazia parte da Alemanha, Lenz serviu na Marinha alemã aos 18 anos durante o último ano da Segunda Guerra Mundial, e passou um tempo como prisioneiro de guerra antes de se estabelecer em Hamburgo.

Ele integrou o Gruppe 47, um grupo de escritores do pós-guerra, incluindo Heinrich Boell, Guenther Grass e Inderborg Bachmann, que sentiram-se no dever de abordar em seus trabalhos o legado do fascismo alemão, combatendo o ímpeto da sociedade pelo esquecimento do tema. "Parte da Alemanha morreu hoje com Siegfried Lenz", disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em comunicado.

"Como nenhum outro, Siegfried Lenz observou a sociedade alemã e a moldou com seus trabalhos. O amor dele por esse país, sua ligação tanto com suas cidades de coração --uma na Polônia, a outra no norte da Alemanha-- são alicerces literários para nossos próprios sentidos de identidade", disse.

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