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Entre escândalo e sinais de mudança, Grammy ocorre neste domingo

A primeira mulher a presidir a Academia de Artes e Ciências de Gravação registrou uma denúncia por discriminação logo após ser suspensa do cargo

Estátuas do Grammy (Frederick M. Brown/Getty Images)

Estátuas do Grammy (Frederick M. Brown/Getty Images)

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AFP

Publicado em 26 de janeiro de 2020 às 13h15.

Última atualização em 26 de janeiro de 2020 às 13h15.

Novas estrelas como Lizzo, Billie Eilish e Lil Nas X são favoritas ao Grammy, uma amostra de como esse prêmio procura evoluir e se reinventar, embora sua celebração neste domingo (26) seja marcada por uma batalha interna.

A noite da música em Los Angeles promete emocionantes performances de artistas que chegaram recentemente ao topo, bem como homenagens aos roqueiros veteranos do Aerosmith e ao falecido rapper Nipsey Hussle.

As principais categorias serão entregues na cerimônia de gala que começa às 17h00 (22h00 no horário de Brasília), mas a maioria dos prêmios será entregue em uma cerimônia anterior que só poderá ser acompanhada online.

O Grammy busca se reinventar com uma injeção de juventude, maior representação feminina e maior diversidade interna, depois de receber inúmeras críticas por ser muito branco e masculino, e generoso demais com figuras já consolidadas.

E este ano, artistas jovens e estreantes nos prêmios dominam a lista de indicados.

A efervescente rapper Lizzo, de 31 anos, lidera as indicações com oito, incluindo quatro nas principais categorias, enquanto a iconoclasta Billie Eilish, de 18 anos, e a sensação Lil Nas X, de 20, a seguem com seis cada.

O enigmático prodígio do R&B H.E.R., de 22 anos, tem cinco.

Eles enfrentarão potências como Ariana Grande e Beyoncé, além de figuras alternativas como Lana Del Rey, Bon Iver e Vampire Weekend.

"Uma pena"

Em meio a esse processo de reinvenção, o escândalo bate à porta, embora não esteja claro se será abordado na cerimônia.

Deborah Dugan, a primeira mulher a presidir a Academia de Artes e Ciências de Gravação, registrou uma denúncia por discriminação logo após ser suspensa do cargo.

Ela alega que foi forçada a deixar o cargo após avisar sobre casos de assédio sexual na Academia - entre os quais é considerada uma das vítimas -, além de irregularidades na votação e outras falhas dentro da organização, uma das mais influentes da música.

Dugan também culpou seu antecessor Neil Portnow de roubar uma música estrangeira, cuja identidade não foi revelada, em uma acusação que ele considerou como "ridícula e falsa".

"No momento em que ocorre (a denúncia) é doloroso, como é toda a situação, é uma pena", disse Michael McDonald, presidente emérito da MusiCares, a sessão de caridade da Academia que apoia membros da indústria musical. "Acho muito importante que nos concentremos no positivo", disse ele à AFP.

No entanto, McDonald estimou que a Academia deve fazer uma autoanálise e se reformar: "As coisas precisam evoluir".

Dugan rotulou a Academia como um "clube de cavalheiros", onde homens poderosos enchem seus bolsos e promovem uma cultura misógina com impunidade e observou que artistas indicados estão presentes nos conselhos de votação de suas categorias.

No entanto, quando perguntada em uma entrevista ao canal ABC sobre se os Grammys foram "manipulados", Dugan foi evasiva.

"A cada passo que eu tentava tomar, respirava fundo e dizia: 'OK, posso fazer a diferença, posso consertar isso, posso trabalhar com essa equipe'".

O diretor de Prêmios da Academia, Bill Freimuth, negou qualquer irregularidade no processo.

"As alegações espúrias de que membros ou comitês usam nosso processo para aumentar as indicações de artistas são categoricamente falsas, enganosas e erradas", disse em comunicado enviado à Variety.

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