Os políticos devem ser mais humanos, disse o artista em referência a Putin e Trump (Eva Plevier/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de julho de 2018 às 13h53.
Amsterdã - O cantor Elton John denunciou nesta terça-feira em Amsterdã uma "clara discriminação" contra os homossexuais no leste europeu, Rússia e Oriente Médio, e advertiu que os governos dessas regiões obstaculizam a luta contra a Aids com suas políticas.
O artista afirmou que estes países "discriminam" lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, impedindo o acesso a exames e medicamentos, e garantiu que "se não existisse esse fanatismo e esse ódio", o vírus HIV poderia ser eliminado muito mais rápido.
"Os políticos devem ser mais humanos", acrescentou, em referência ao presidente americano Donald Trump e ao russo Vladimir Putin.
John se pronunciou assim em entrevista coletiva no marco da conferência contra a Aids realizada nesta semana em Amsterdã, um evento ao qual também emprestou sua imagem o príncipe Harry, filho de sua amiga, já falecida, Diana de Gales.
Ambos uniram suas vozes para criticar as políticas de discriminação dos homossexuais que são "um impedimento" na luta contra o vírus causador da doença.
Além disso, John acrescentou que "com muita frequência e uma boa razão" os homens foram vistos como o problema na luta contra a Aids e pediu fazer do gênero masculino "parte da solução" para eliminar este vírus.
"É hora de haver uma coalizão global para mostrar aos homens como se proteger e, ao fazer, ensinar a proteger melhor não só suas esposas e namoradas, suas irmãs e filhas, mas também seus irmãos e filhos", acrescentou.
O irmão do Duque de Cambridge e o popular artista britânico anunciaram juntos a Coalizão MenStar, uma organização global cujo objetivo de atacar as infecções do HIV nos homens e que começará na África no próximo ano para encorajá-los a fazer os exames necessários para comprovar se são portadores do vírus.
Sete organizações beneficentes, incluída a Elton John AIDS Foundation, colocaram à disposição desta coalizão cerca de US$ 1,2 bilhão.