O que muda no dress code dos seus pés com a pandemia
Qualidade dos materiais, versatilidade e propósito são os novos mandamentos na hora de escolher um sapato novo
Gabriella Sandoval
Publicado em 20 de outubro de 2020 às 08h30.
Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 11h26.
Uma das ações de relacionamento mais acertadas da pandemia foi realizada por uma fabricante de calçados que viu sua clientela passar mais tempo dentro de casa e, consequentemente, encostar botas, derbys e oxfords de couro para vestir sapatos mais confortáveis. A Louie enviou como mimo ao endereço de seus melhores amigos, parceiros e clientes um confortável e alinhado par de pantufas pretas como forma de seguir presente nos pés masculinos mesmo em tempos de home office. A ideia foi um sucesso de engajamento digital e choveram pedidos para que Lívia Ribeiro, proprietária da marca, passasse a produzir os acessórios que, a princípio, nasceram apenas como gift.
O episódio ilustra bem a mudança de hábitos, de prioridades e de dress code no estilo dos pés e acompanha transformações mais profundas alavancadas por meses de isolamento social. Aprendemos a viver com menos, de maneira mais casual, mas sem abrir mão de qualidade, e a valorizar gestos de empatia que vão além da relação comercial.
Reflexões sobre a forma como consumimos também vieram à tona. Ter propósito, transparência nos processos e respeito ao consumidor passa a ser inegociável até mesmo na hora de escolher o próximo sapato. Muito se fala das mudanças na maneira como nos vestimos e do novo uniforme de trabalho, com roupas mais relax e foco no conforto, mas e nos pés, qual é o “novo normal”? Para guiar o leitor, listamos abaixo alguns códigos e tendências que devem prevalecer de agora em diante.
Menos é mais
Sejamos honestos, não há necessidade alguma de manter dezenas de pares de sapatos ocupando espaço no armário. Se tem uma coisa que 2020 nos mostrou é que qualidade, definitivamente, vale mais do que quantidade. Prefira sapatos de couro legítimo, com construção e acabamento manuais e com design exclusivo, que você não encontra em cada esquina. Calçados assim duram mais, resistem ao vaivém de tendências e, consequentemente, você consome e gasta menos. Modelos clássicos, como o derby e o oxford, são versáteis, não saem de moda e são investimento certo quando produzidos com padrões rígidos de qualidade.
Lívia Ribeiro, diretora criativa da Louie, leva a sério essa filosofia. “Da palmilha à calcanheira, o exterior e o interior dos nossos produtos são 100% couro. Assim garantimos que a parte de dentro do calçado (aquela que ninguém vê, mas é uma das mais importantes porque está em contato direto com os pés) seja tão bem cuidada quanto todo o restante”, explica.
A vez dos híbridos
Os sneakers ganharam espaço nos últimos anos pelo conforto e por seu apelo descolado, mas carregam um grau de informalidade elevado, o que nem sempre é o ideal em ambientes profissionais. Nessa hora, sapatos com referências esportivas, solado de borracha ou tratorado e detalhes gráficos são excelentes substitutos. Não confunda com o famigerado sapatênis, que já era sem nunca ter sido. O conforto e o design exclusivo dos derbys de solado colorido da Louie são ótimos exemplos. No cabedal, aparência de sapato social; na sola, a irreverência de um tênis. Com a flexibilização do dress code presencial nos escritórios, eles passam a ser escolha certeira.
Cano alto
Experimente tentar reservar uma pousada ou alugar uma casa no campo, na praia ou na montanha neste final de ano. O resultado da busca certamente será um recorrente “não há vagas”. Muita gente preferiu passar o isolamento social fora dos grandes centros e instalou o home office no meio do mato. Depois da flexibilização, quem ficou na cidade correu para conseguir uma válvula de escape na natureza. Com isso, nada de usar reluzentes sapatos sociais ou mocassins de camurça; a vez é das botas. De solado tratorado, elas fazem referência aos coturnos ou aos modelos trekking e encaram todo tipo de terreno. Em ambiente urbano, o estilo está garantido com as botas clássicas de solado de couro. Na Louie, as variações de modelos Chelsea fazem sucesso e são o toque de classe que todo gentleman precisa ter nos pés. Escolha a sua.
O curinga
Que o mocassim é o calçado preferido do brasileiro não é segredo para ninguém. Sempre atual, o modelo sem cadarços ganhou ainda mais protagonismo neste ano por sua versatilidade, conforto e facilidade de trânsito em diferentes ambientes. Da sala ao quarto no home office, mas também da reunião no escritório direto para a happy hour ou para um jantar, você nunca estará malvestido com o mocassim certo nos pés. De couro ou de camurça, não esqueça, porém, que se trata de um modelo informal. Com terno e gravata, prefira um sapato de amarrar. Lívia Ribeiro dá outra boa dica para os fãs do mocassim: “Geralmente, eles são feitos para usar sem meias, por isso o forro interno dos nossos modelos é inteiro de couro, evitando assim a formação de bolhas e chulé”, completa a diretora da Louie. Para acompanhar de maneira transparente esses e outros processos de confecção, fique ligado no Instagram da marca ( @louiesaopaulo ).