Repórter de Lifestyle
Publicado em 20 de maio de 2024 às 16h00.
BETIM, MINAS GERAIS - A gigante da indústria automobilística Stellantis (dona de marcas como Fiat, Peugeot, Ram, Citroën e Jeep) anunciou, nesta segunda-feira, 20, um investimento de R$ 14 bilhões na planta de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
O valor faz parte de um plano de R$ 30 bilhões que a montadora vai investir no Brasil até 2030. A marca tem plantas também em Pernambuco e no Rio de Janeiro. É o maior investimento já feito pela montadora no país e será focado em modernização da fábrica para gerar mais eficiência produtiva, reduzindo custos. Atualmente, sete modelos de carros são produzidos em Minas Gerais, sendo a maior fábrica do Brasil em volume de produção.
Segundo Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis da América do Sul, esse dinheiro se soma a R$ 454 milhões que estão sendo gastos na ampliação da fábrica de motores, com foco em mais potência, além de modelos híbridos. Atualmente, a capacidade é de produzir anualmente 200 mil motores e esse número vai passar de 1,1 milhão. Os primeiros carros híbridos deverão chegar ao mercado nacional no segundo semestre deste ano. Segundo fontes ouvidas por Casual EXAME, a Jeep Renegade será a primeira com motor híbrido plug-in flex.
“Estamos em uma fase de transição tecnológica. A tendência é que todas as marcas aos poucos tenham um híbrido. Não vai ser uma virada de chave automática. Vamos acompanhando a peculiaridade de todas as marcas e as demandas dos clientes. O começo será por onde vemos a melhor oportunidade”, disse Cappellano, em entrevista coletiva ao lado do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Ainda de acordo com o executivo, o desenvolvimento de novos motores híbridos envolve tecnologia flex. A montadora já tem desenvolvido um motor híbrido apenas etanol, mas ele acredita que ainda não há demanda para este tipo de motor, mas que a Stellantis está preparada para apresentar um carro neste formato, caso haja uma necessidade do mercado.
Sobre baterias, a Stellantis vai importar e não tem planos de produção em território nacional. Segundo Cappellano, a produção local é uma questão muito complexa e que neste momento não há uma demanda que justifique um alto investimento, na casa dos bilhões de dólares, segundo o executivo.
As novas tecnologias Bio-Hybrid, que incluem o motor híbrido plug-in flex, foram desenvolvidas pelo Tech Center Stellantis na América do Sul, em associação com fornecedores, pesquisadores e outros parceiros que constituem o ecossistema de inovação impulsionado pela empresa.
De acordo com a montadora, trata-se de uma oportunidade para o fortalecimento da engenharia brasileira e da indústria nacional. Com aplicação flexível, as tecnologias podem ser utilizadas em diferentes modelos produzidos pela Stellantis em todos os polos automotivos da região.