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Documentário mostra 120 dias de imigrante ilegal

Festival promoveu, nos EUA, a estreia nacional do documentário "120 dias", título que conta o tempo que um imigrante ilegal tem para abandonar o país

Imigração EUA: documentário não esconde a intenção de pressionar para que a política migratória dos EUA mude (David McNew/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2013 às 08h59.

Austin - O Festival de Cinema de Austin promoveu neste fim de semana a estreia nacional do documentário "120 dias", título que conta o tempo que o protagonista, um imigrante ilegal, tem para abandonar os EUA e deixar sua família no país.

Miguel Cortés, um imigrante mexicano ilegal, e sua família, também na sombra, se transformaram nas caras visíveis de um documentário que não esconde a intenção de pressionar para que a política migratória dos EUA mude.

O diretor do filme, Ted Roach, sabia que precisava de um rosto que representasse os milhões de imigrantes ilegais que vivem e trabalham no país. "Se você vê na tela um caso pessoal, é impossível ignorá-lo", explicou à Agência Efe o criador do filme.

"As pessoas que nós queremos que vejam esta história é o público americano que fala inglês. Acho que a população latina tanto nos EUA como no exterior sairão do filme encantados, mas os americanos brancos e os anglo-saxões têm que ver para conseguirmos que algo aconteça", disse Roach.

"Que algo aconteça" quer dizer que o Congresso Americano promova uma reforma migratória integral e que as políticas de deportações priorize mais os aspectos humanos do que os legais.

Por isso, os responsáveis do longa buscam que uma grande televisão americana, com HBO ou "CNN", transmita o trabalho, e que ele seja projetado também para congressistas e senadores em Washington.

"O público americano sabe que este problema existe, mas até agora foi mais fácil ignorá-lo", diz o produtor do filme, Brad Allgood.

Personificá-lo em uma família é, na opinião do diretor, mostrar "a parte que a imprensa esquece quando divulga estatísticas e declarações".


"Queríamos mostrar desde um ponto de vista pessoal a vida de uma família de imigrantes ilegais", justifica.

O detonante da deportação de Miguel Cortés é um controle de trânsito na Carolina do Norte, no qual um policial detecta que o protagonista não dispõe de permissão para dirigir e, graças a posterior fiança, a família consegue que a expulsão do país não seja iminente.

Daí, "120 dias", quatro meses nos quais Cortés e seu entorno deverão decidir o que fazer: que Miguel volte ao México sem sua esposa e suas duas filhas adolescentes, que os quatro abandonem o país ou que vivam na sombra, fugindo de estado para estado e mudando de identidade.

O casual cruzamento do diretor com a história de Miguel levou a se encontrar com o "personagem perfeito": uma deportação entre as 400 mil anuais sem que o afetado tenha cometido nenhum delito, além de atravessar clandestinamente a fronteira pela primeira vez em 1998, nem tenha antecedentes penais.

"O que Miguel tenta é dar uma vida melhor a sua família, trabalhar duro, contribuir com a comunidade e ser aceito por ela, não quer apenas fazer dinheiro. É um homem respeitável e bem intencionado", avalia Roach.

E assim, o espectador vê como as autoridades locais premiam a família por sua contribuição à comunidade a apenas alguns dias da partida, como o protagonista acompanha suas filhas ao colégio ou como María Luisa, a esposa, curta o cabelo de Miguel horas antes da despedida no aeroporto.

"A maneira na qual descobrimos Miguel foi como descascar uma cebola e fomos nos dando conta de que era a pessoa ideal para explicar a situação", lembra o diretor em Austin.

"Miguel é um grande modelo de cidadão", avalia o produtor. "De não-cidadão", adverte o diretor. "!É um grande modelo de não-cidadão!", corrige.

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Austin - O Festival de Cinema de Austin promoveu neste fim de semana a estreia nacional do documentário "120 dias", título que conta o tempo que o protagonista, um imigrante ilegal, tem para abandonar os EUA e deixar sua família no país.

Miguel Cortés, um imigrante mexicano ilegal, e sua família, também na sombra, se transformaram nas caras visíveis de um documentário que não esconde a intenção de pressionar para que a política migratória dos EUA mude.

O diretor do filme, Ted Roach, sabia que precisava de um rosto que representasse os milhões de imigrantes ilegais que vivem e trabalham no país. "Se você vê na tela um caso pessoal, é impossível ignorá-lo", explicou à Agência Efe o criador do filme.

"As pessoas que nós queremos que vejam esta história é o público americano que fala inglês. Acho que a população latina tanto nos EUA como no exterior sairão do filme encantados, mas os americanos brancos e os anglo-saxões têm que ver para conseguirmos que algo aconteça", disse Roach.

"Que algo aconteça" quer dizer que o Congresso Americano promova uma reforma migratória integral e que as políticas de deportações priorize mais os aspectos humanos do que os legais.

Por isso, os responsáveis do longa buscam que uma grande televisão americana, com HBO ou "CNN", transmita o trabalho, e que ele seja projetado também para congressistas e senadores em Washington.

"O público americano sabe que este problema existe, mas até agora foi mais fácil ignorá-lo", diz o produtor do filme, Brad Allgood.

Personificá-lo em uma família é, na opinião do diretor, mostrar "a parte que a imprensa esquece quando divulga estatísticas e declarações".


"Queríamos mostrar desde um ponto de vista pessoal a vida de uma família de imigrantes ilegais", justifica.

O detonante da deportação de Miguel Cortés é um controle de trânsito na Carolina do Norte, no qual um policial detecta que o protagonista não dispõe de permissão para dirigir e, graças a posterior fiança, a família consegue que a expulsão do país não seja iminente.

Daí, "120 dias", quatro meses nos quais Cortés e seu entorno deverão decidir o que fazer: que Miguel volte ao México sem sua esposa e suas duas filhas adolescentes, que os quatro abandonem o país ou que vivam na sombra, fugindo de estado para estado e mudando de identidade.

O casual cruzamento do diretor com a história de Miguel levou a se encontrar com o "personagem perfeito": uma deportação entre as 400 mil anuais sem que o afetado tenha cometido nenhum delito, além de atravessar clandestinamente a fronteira pela primeira vez em 1998, nem tenha antecedentes penais.

"O que Miguel tenta é dar uma vida melhor a sua família, trabalhar duro, contribuir com a comunidade e ser aceito por ela, não quer apenas fazer dinheiro. É um homem respeitável e bem intencionado", avalia Roach.

E assim, o espectador vê como as autoridades locais premiam a família por sua contribuição à comunidade a apenas alguns dias da partida, como o protagonista acompanha suas filhas ao colégio ou como María Luisa, a esposa, curta o cabelo de Miguel horas antes da despedida no aeroporto.

"A maneira na qual descobrimos Miguel foi como descascar uma cebola e fomos nos dando conta de que era a pessoa ideal para explicar a situação", lembra o diretor em Austin.

"Miguel é um grande modelo de cidadão", avalia o produtor. "De não-cidadão", adverte o diretor. "!É um grande modelo de não-cidadão!", corrige.

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