Dicas para você, que não sabe escolher vinhos em um restaurante
Sócio e sommelier de restaurantes de Nova York, Robert Bohr lista algumas coisas que você provavelmente está fazendo errado na hora de pedir um vinho
Marília Almeida
Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 07h00.
Última atualização em 27 de janeiro de 2018 às 07h00.
Se houvesse uma votação para escolher a pessoa mais intimidadora em um restaurante, o sommelier provavelmente ganharia. As cartas de vinhos podem ser um território confuso e até mesmo assustador para os clientes, especialmente porque as bebidas alcoólicas sempre representam uma boa porcentagem da conta do restaurante. Você reconhece a maioria das garrafas em um cardápio de coquetéis; com os vinhos, a história é outra, e todos sabem que os selecionados invariavelmente custam pelo menos 200 por cento a mais.
Robert Bohr, do Delicious Hospitality Group, está aqui para ajudá-lo. Sócio e sommelier dos restaurantes Charlie Bird e Pasquale Jones, de Nova York, ele abrirá o esperado Legacy Records no começo de fevereiro em Hudson Yards, Manhattan. Bohr consultou as adegas de alguns dos maiores nomes de Wall Street e da indústria da música, através da sua empresa King Street Sommeliers (acordos de confidencialidade impedem que ele revele nomes). Bohr tem convicções fortes sobre a melhor maneira de interagir com especialistas em vinhos nos restaurantes e ele quer que você também saiba como agir.
A seguir, algumas coisas que você provavelmente está fazendo errado na hora de pedir um vinho.
1. Você não está tomando a decisão
Por favor, não pergunte: "O que você sugere?". Minha carta de vinhos é minha sugestão. Tenho 110 sugestões no Charlie Bird, escolhidas entre dezenas de milhares de vinhos. Mas, se você realmente quiser sugestões, estou aqui para ajudar. No entanto, se eu disser: "Você provavelmente gostaria de começar com um branco", esta é uma indicação forte. Se isso se transformar em uma longa conversa sobre um blogueiro que jura que o cabernet de Napa com ostras é uma ótima harmonização, teremos uma longa noite pela frente.
2. Você está gastando demais
Não há nada de errado em estipular um limite de preço. A melhor maneira de obter uma boa relação custo-benefício no vinho comigo é me desafiar. Diga: "Tenho US$ 100, qual o melhor vinho que eu e minha namorada podemos tomar hoje à noite?" Aí eu vou querer impressionar você, vou querer me exibir. Então talvez eu desenterre algo da minha adega para lhe dar o melhor vinho possível a esse preço.
3. Você não está fornecendo informações importantes
Situações diferentes pedem vinhos diferentes. Digamos que você esteve dez vezes em um lugar por negócios, mas desta vez é seu aniversário e você quer algo muito especial. Diga o que você espera do sommelier logo de saída. Se você está comemorando por ter fechado um acordo, avise-me. "Eu gosto destas três coisas em um vinho..." é um bom ponto de partida. Por exemplo, se você disser: "Nós só gostamos de vinho tinto, vamos comer quatro pratos e não tenho um limite para gastar", você me deu várias informações.
4. Às vezes -- vamos ser francos -- você está se exibindo
O contrário da regra n° 3 é dar informação demais ao sommelier. Não conte todos os excelentes vinhos que você tomou nos últimos seis meses. Ostentar é sempre desagradável e é especialmente desagradável em relação a vinhos, principalmente se para os seus convidados tanto faz. Além disso, seja honesto. Não escolha um vinho para impressionar alguém, muito menos o sommelier. Não diga que você quer um Brunello di Montalcino quando você realmente gostaria de um pinot de Oregon. Seria como se você fosse vegano e pedisse um hambúrguer Black Label em sua primeira refeição não vegetariana; você provavelmente não iria aguentar comer aquilo e com toda certeza não apreciaria de jeito nenhum.