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Dia do Vermute: conheça a história do vinho fortificado e 5 receitas clássicas para brindar

Em São Paulo, o Trinca Bar e Vermuteria é um dos pioneiros no segmento

Trinca bar: local dedicado à produção de vermutes (Leo Martins/Divulgação)

Trinca bar: local dedicado à produção de vermutes (Leo Martins/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 21 de março de 2024 às 13h12.

Última atualização em 21 de março de 2024 às 13h25.

Milenar, o vermute não foi criado nos últimos anos, ainda que esteja sob os holofotes mais do que nunca. Não à toa, a bebida fortificada ganhou uma data para chamar de sua. Hoje, 21, é conhecido como o Dia do Vermute.

A bebida é originária da Grécia Antiga, mas foi na Itália que se consagrou nos copos e bares mundo afora, e hoje é possível encontrar diversas ‘vermuterias’, locais especializados na bebida.

Em São Paulo, o Trinca Bar e Vermuteria é um dos pioneiros no segmento. Inaugurada em 2021, a casa tem suas próprias criações, servidas apenas com gelo e azeitona e em drinques.

Trinca: bar dedicado ao vermute. (Leo Martins/Divulgação)

A bebida de Hipócrates

Adepto a testes de infusões e bebidas com fins medicinais, há a hipótese de que Hipócrates foi o precursor do vermute, na Grécia Antiga. Estima-se que em 400 a.C., o pensador e médico teria infusionado um vinho forte e doce com artemísia (a flor do absinto) e flores de menta, dando origem a um digestivo para cuidar de doenças como reumatismo e anemia.

Porém, há outra história de que o vermute teria surgido na Odisseia de Homero, quando um vinho fortificado de ervas foi oferecido pela rainha Helena a seu marido, Menelau. Além disso, era comum macerar ervas no vinho durante a Idade Média como forma de melhorar as produções não tão boas no Reino de Saboia, onde hoje se encontra parte da Itália e da França.

O fato é que, independentemente do conto de início, no final do século 18, Antonio Carpano, assistente em uma loja de bebidas em Turim, decidiu misturar vinho branco com mais de 30 ervas da região, entre elas estava artemísia ou wermut, em alemão.

A receita foi um sucesso e assim foi criado o vermute italiano, atualmente encontrado em diversos rótulos de marcas famosas e reconhecido em 2007 com o selo de Indicação Geográfica Protegida (IGP).

Mas, afinal, o que é vermute?

Vermute é um vinho branco, rose ou tinto que recebe a adição de ervas, especiarias e álcool destilado. Mas, para um vinho fortificado ser chamado de vermute, ele deve ter ao menos uma erva da família da artemísia, entre 14,5% e 22% de teor alcoólico e 75% de vinho.

“O vermute é uma brincadeira entre o doce e o amargo, o temperado e o seco. Ele oferece um leque muito grande de sabores”, conta o casal Ale Bussab e Tabata Magarão, proprietários do Trinca Bar.

O casal decidiu empreender ao observarem o mercado. “Sempre gostamos dos vermutes espanhóis e italianos, mas conhecemos muitas produções artesanais, especialmente na Argentina, e começamos a estudar mais sobre essa bebida, que pode ser considerada a introdução do vinho nos coquetéis”, conta o casal sobre as receitas que há tempos caíram no gosto do povo apaixonado por coquetéis, como negroni, dry martini e rabo de galo.

Muitas vezes o vermute seco é visto como de origem francesa e o vermute doce, como italiano. "Algumas escolas são muito claras. Na Itália, o vermute é mais usado na coquetelaria por ser usado como base, muito fácil de equilibrar e harmonizar. O espanhol é mais condimentado, com notas de cravo e canela. Os argentinos são à base de vinho Malbec, que é um desafio à parte, com mais notas de tanino e dá outra estrutura para o drinque. Todos eles funcionam já que coquetelaria é sobre o balanceamento dos ingredientes, e é interessante de explorar o que se pode formar pela mesma receita mudando o tipo de vermute", diz Alê D'Agostino, bartender à frente do premiado bar Guilhotina e sócio da marca de drinques engarrafados APTK Spirits.

Nasce uma tendência

Desde que o movimento da coquetelaria começou a ganhar força no país, muitas bebidas se popularizaram. É o caso do gim e da cachaça, que passaram a ter um espaço maior nas cartas de bares e restaurantes. Junto deles, os drinques clássicos também conquistaram seu lugar, como o negroni, o dry martini e o rabo de galo que, por coincidência ou não, têm um ingrediente em comum: o vermute.

Para Ale e Tabata, esse é o maior momento da história da coquetelaria nacional. “Em lugares cosmopolitas como São Paulo, vemos que as pessoas estão muito abertas a experimentar novas bebidas e isso nos dá a liberdade de criar e ousar em receitas".

Além da França e Itália, o consumo de vermute já é consolidado na Espanha e em países latinos como Uruguai e Argentina, que crescem com as produções artesanais da bebida.

Negroni: drinque em alta na coquetelaria é feito com vermute. (Divulgação/Divulgação)

Puro, com gelo ou no coquetel

A linha Carpano, distribuída pela Aurora Fine Brands no país, indica cinco receitas de drinques com vermute.

Negroni

• 30 ml de Gin
• 30 ml de Campari
• 30 ml de Carpano Clássico
• Casca de laranja (para decorar)
• Gelo (a gosto)

Preparo: Em um copo baixo (como um copo rocks) bem gelado, coloque bastante gelo.܂Adicione o gin, o Campari e o Carpano Clássico em partes iguais. Mexa bem com uma colher bailarina por cerca de 20 a 30 segundos para resfriar e diluir a bebida. Decore com uma casca de laranja fresca, expressa sobre o drinque para liberar os aromas.

Manhattan

• 60 ml de Bourbon
• 30 ml de Carpano Antica Formula
• 2 dashes de Angostura Bitters
• Cereja Maraschino (para decorar)
• Gelo (a gosto)
Preparo: Em um mixing glass (copo misturador) gelado, adicione o gelo e todos os ingredientes. Mexa vigorosamente por cerca de 30 segundos, até que a bebida esteja bem gelada e diluída܂Coe cuidadosamente para uma taça de Martini previamente resfriada. Decore com uma cereja Maraschino.

Dry Martini

• 60 ml de Gin
• 10 ml de Vermute Seco
• Gelo (a gosto)
• Azeitona verde (para decorar)
• Casca de limão siciliano (para decorar)

Preparo: Em um mixing glass (copo misturador) gelado, adicione o gelo e os ingredientes. Mexa vigorosamente por cerca de 30 segundos, até que a bebida esteja bem gelada e diluída. Coe cuidadosamente para uma taça Martini previamente resfriada. Decore com uma azeitona verde ou uma casca de limão siciliano.

Americano

• 30 ml de Bitter
• 30 ml de Carpano Clássico (ou outro vermute doce)
• Água com gás (a gosto)
• Casca de laranja (para decorar)
• Gelo (a gosto)
Preparo: Em um copo rocks (copo baixo) com gelo, adicione o Campari e o Carpano Clássico. Misture levemente com uma colher bailarina. Complete com água com gás até o topo do copo. Decore com uma casca de laranja fresca, expressa sobre o drinque para liberar os aromas.

Boulevardier

• 45 ml de Bourbon
• 30 ml de Bitter
• 30 ml de Vermute Doce
• Casca de laranja (para decorar)
• Gelo (a gosto)

Preparo: Em um mixing glass (copo misturador) com gelo, adicione o bourbon, o Campari e o vermute doce. Mexa vigorosamente por cerca de 30 segundos, até que a bebida esteja bem gelada e diluída. Coe cuidadosamente para um copo rocks (copo baixo) previamente resfriado. Decore com uma casca de laranja fresca, expressa sobre o drinque para liberar os aromas.

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