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Dia das mães: como essas CEOs conciliam trabalho e maternidade

Líderes de grandes empresas como WeWork, Vórtx e Banco Original dão conselhos sobre vida profissional e casual

Dia das Mães: Clecia Simões, CHRO Latam da WeWork, é mãe de um casal de gêmeos de 5 anos (Divulgação/Divulgação)

Dia das Mães: Clecia Simões, CHRO Latam da WeWork, é mãe de um casal de gêmeos de 5 anos (Divulgação/Divulgação)

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Matheus Doliveira

Publicado em 7 de maio de 2022 às 08h27.

Última atualização em 7 de maio de 2022 às 10h45.

“A coisa mais importante é saber que não tem equilíbrio entre carreira, maternidade e vida pessoal. É uma ilusão achar que a gente consegue se doar integralmente a absolutamente todas as demandas da vida. O segredo é justamente abraçar o desequilíbrio: um dia você se dedica mais ao trabalho, outro mais ao filho", diz Raquel Varela, CFO da Vórtx, infratech do mercado financeiro e mãe de um menino de 3 anos.

Assim como Raquel, milhares de mães equilibram diariamente os pratos da vida profissional, da maternidade e da vida casual.

Às vésperas do Dia das Mães, a EXAME separou 7 depoimentos de mulheres que são líderes nas empresas em que trabalham, e que também exercem o papel de mãe dentro de casa. Leia:

Clecia Simões, CHRO Latam da WeWork, mãe de um casal de gêmeos de 5 anos

(Divulgação/Divulgação)

“O modelo de trabalho flexível se tornou o benefício mais importante e atrativo que as empresas podem oferecer aos seus colaboradores. Conciliar a maternidade e a carreira é um desafio para qualquer profissional, já que a sensação para nós, mães, é de que sempre estamos em débito em algum dos nossos papéis. Se por um lado queremos estar presentes para nossos filhos, também não podemos deixar de lado nossa agenda. E aí que essa flexibilidade faz toda a diferença, porque permite equilibrar o trabalho e a nossa vida pessoal, independentemente do nível de responsabilidade. Hoje eu posso estar presente quando meus filhos precisam de mim sem culpa, marcar um almoço estendido com meu time, com os meus amigos ou até encerrar o dia mais cedo, sabendo que isso não compromete meu compromisso com minhas atribuições. Segundo uma pesquisa da Universidade de Oxford, profissionais felizes são 13% mais produtivos. Como profissional de RH de uma empresa precursora nesse modelo de trabalho híbrido há tantos anos, posso dizer com propriedade que o segredo da qualidade de vida está nesse nível de flexibilidade. Hoje sei que consigo ser mãe, mulher e profissional, sem precisar renunciar a nenhuma dessas funções e sem me sentir frustrada.”

Raquel Varela, CFO da Vórtx, infratech do mercado financeiro, mãe de um menino de 3 anos

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“A coisa mais importante é saber que não tem equilíbrio entre carreira, maternidade e vida pessoal. É uma ilusão achar que a gente consegue se doar integralmente a absolutamente todas as demandas da vida. O segredo é justamente abraçar o desequilíbrio: um dia você se dedica mais ao trabalho, outro mais ao filho, e assim você segue, lidando com fatores inesperados. Particularmente, a gestão do tempo e a atividade física são dois pilares que me mantêm saudável nesse constante desequilíbrio. Pratico ciclismo de estrada. Hoje mesmo, acordei 4h20 e pedalei antes de vir para o trabalho. O esporte me proporciona um endurance não apenas físico, mas também mental. Ganho disposição, resistência e força mental para lidar com situações desafiadoras que inevitavelmente surgem durante o dia de qualquer profissional. Além disso, o bem-estar que a atividade física proporciona é algo fundamental, porque se eu não estiver bem comigo mesma, não serei uma boa mãe. Então, todo sábado, domingo e feriados, por exemplo, eu também pedalo e, no restante do tempo, passo com meu filho. É a combinação de gestão do tempo com atividade física que fazem com que eu consiga ser a melhor profissional e a melhor mãe que eu posso ser”.

Mariana Damiati, superintendente executiva de pessoas e cultura do Banco Original, mãe de um menino de 17 anos

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“Antes de tudo, eu acredito que não pode haver competição entre a maternidade e a carreira profissional. Nós nunca podemos abrir mão daquilo que nos faz feliz e nos realiza, porque pessoal e profissional caminham juntos. É possível viver e aproveitar ao máximo a carreira profissional e a maternidade, desde que a gente dedique tempo de qualidade. Não é a quantidade de tempo que a gente investe, mas sim a qualidade do tempo que passamos junto com os filhos ou se dedicando para algum aspecto da nossa carreira. É estar ali de corpo e alma, priorizando aquele momento. Outra dica importante: converse abertamente com a família sobre as suas prioridades - reconhecer a importância das alavancas da sua vida e compartilhar com a sua rede de apoio é essencial para conciliar carreira e maternidade. E sim, tenha uma rede de apoio que te ampare - ninguém é supermulher ou super-homem.”

Daniely Ferreira, Diretora Financeira da Apsen Farmacêutica, mãe de uma menina de 9 meses

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“Antes de ser mãe me considerava workaholic, mas as prioridades mudaram. Quando você volta da licença maternidade, muita coisa passa na cabeça de uma mãe. Quero estar próxima da bebê, não quero faltar como mãe, mas ao mesmo tempo não passou pela minha cabeça interromper minha carreira. Durante o expediente, eu me dedico 200% para a empresa, mas bateu 17h30, eu não posso e nem consigo estender mais como fazia antes”.

Fernanda Ramos, diretora de Recursos Humanos da Ford para América do Sul, mãe de um menino de 10 anos e de uma menina de 6 anos

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“Cada pessoa, cada família tem um equilíbrio, uma dinâmica própria. Assim, devemos nos atentar ao que dá certo para nosso núcleo em particular. Além disso, sempre destaco que é fundamental ter o apoio do companheiro(a) ou de pessoas de confiança para as tarefas do lar, principalmente nas viagens profissionais. Felizmente, temos, agora, a possibilidade do home office ou do modelo híbrido. Na Ford, também há iniciativas como Short Friday, trabalho por tempo parcial e day off no dia de aniversário. A intenção é oferecer apoio não só às mulheres, mas às famílias como um todo. A questão de ser feliz na vida profissional tem um impacto muito forte nas mulheres, e, eu, particularmente, sou sempre bastante clara com meus filhos: trabalho porque gosto do que faço. Quando eles me perguntam se eu prefiro ir para a empresa ou ficar com eles, digo que faço as duas coisas com muito amor, mas cada coisa tem seu tempo. Quero que eles tenham orgulho de mim e do pai deles da mesma forma. E, para que tudo dê certo – ou corra da melhor forma possível –, estabeleci uma rotina e a cumpro à risca. Levanto cedo para me exercitar, antes de todos aqui em casa. Eu e meu marido nos dividimos para os compromissos das crianças – hoje, ele tem mais flexibilidade. E procuro parar de trabalhar em um horário adequado, que me permita estar com eles para o jantar, a lição de casa, o tempo de TV /leitura. Se preciso terminar algo urgente, faço isso depois que já coloquei meus filhos na cama. Além disso, procuro preservar meus fins de semana com eles. Valorizo ao máximo o tempo que passo com minha família e meus amigos. Agora, é preciso ter a consciência de que esse modelo funciona hoje. Se nossa realidade mudar amanhã, teremos que nos adaptar tudo de novo.”

Clarissa Assumpção, Diretora de Marketing na Mosaico, mãe de duas meninas de 5 e 3 anos

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“A parte mais difícil da maternidade foi entender que, após o nascimento de uma criança, você também renasce. A tendência é ficarmos buscando um padrão anterior de realização e felicidade e quando somamos a isso o cansaço, a culpa e, especialmente, a insegurança, a combinação é explosiva. Levei um bom tempo para entender meu lugar como mãe, o quanto é prazeroso ver um ser humano tão único crescer, aprender e construir relações. Sempre fui realizada profissionalmente e sentia muita culpa quando voltei a trabalhar, como a maioria das mulheres. O mercado de trabalho está muito longe de ser acolhedor e entender esse momento. Porém, ser uma profissional dedicada faz parte de quem eu sou e me torna também uma mãe melhor. Esse é o legado que quero deixar para minhas filhas. Que elas sejam o que quiserem ser, que sejam livres em suas escolhas, independentes, felizes. A minha essência é essa. Espero guiá-las para que encontrem a essência delas.”

Juliana Abreu, Diretora Executiva e Sócia do BCG Brasil, mãe de dois meninos, de 7 e 9 anos

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“Quando reflito sobre equilíbrio entre vida pessoal e profissional costumo usar sempre a melhor definição que já ouvi: é como surfar, pois, para obter um bom resultado e tirar o melhor das ondas, o surfista não pode estar nem mais para um lado, nem para o outro, ele precisa estar centrado e equilibrado. Eu encontro esse equilíbrio priorizando os momentos importantes com a família, logo pela manhã, na hora das leituras, colocando os meninos para dormir. Trabalhar em uma empresa que realmente valoriza essa questão, e que me apoia como mãe e profissional, tem sido fundamental. Por exemplo, pude parar de viajar quando meus filhos eram pequenos, tive a flexibilidade de ajustar meus horários para encaixar a rotina noturna, entre outros benefícios importantes. E, é claro, não conseguiria fazer isso sem o apoio do meu marido, que sempre me apoiou e carregou, pelo menos, metade o piano.”

Melissa Amorim Magrani, mãe da Violeta (1.9 ano) e Diretora de Comunicação do Instagram para a América Latina

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"De onde tiraria tempo para ser a mãe que eu idealizava e, ao mesmo tempo, a profissional que eu queria, foi um pensamento recorrente ao longo da gestação e licença maternidade da minha filha, agora com quase dois anos. Quando ela chegou, tive certeza que seria impossível conciliar as duas coisas. Na época, com uma recém-nascida no colo, eu não contava que junto com as noites mal dormidas, viria também um senso de priorização muito mais afinado. Para mim, o "efeito colateral" de ser mãe foi me tornar uma profissional mais eficiente. Na volta ao trabalho comecei por uma conversa aberta e honesta com toda a equipe de que minha agenda seria bloqueada ao final do dia e aquele tempo era muito precioso para mim. Claro que poderiam me contatar em caso de urgência, mas, adivinhe só, aconteceu apenas uma ou duas vezes até hoje. Também, foi de extrema importância estabelecer prioridades claras que permitissem a atuação o mais independente possível de cada membro da equipe. Sei que parece óbvio, mas não é simples e exige disciplina. Prioridade não é separar ótimo do péssimo mas, levando em conta a estratégia, o que dentro do ótimo é excepcional e agir apenas aí. Focar no impacto. Isso passa por dizer e empoderar a equipe a dizer muitos "nãos". Mas, de tudo, o que eu considero mais importante é estabelecer diálogo aberto, além de vínculos de confiança e responsabilidade. Saber que as pessoas que trabalham com você compartilham da mesma dedicação e senso de propósito e que está tudo bem afastar-se."

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