Design atraente e motor flex são destaques do novo Cerato
Principal adversário é o IPI dos sem fábrica
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 09h03.
A Kia vive seu momento mais delicado desde que chegou ao Brasil, em 2009. Ela é, segundo o próprio presidente, José Luiz Gandini, "uma das marcas mais prejudicadas pelas novas regras tarifárias de importação de automóveis impostas pelo governo". De fato, nem o belo showroom da Kia - repleto de modelos recém-lançados e de design atraente, como os sedãs Optima e Cadenza - tem conseguido evitar uma queda brutal nas vendas.
Durante a mais recente edição do Salão do Automóvel de São Paulo, ocasião em que o novo Cerato foi revelado ao público brasileiro, executivos da marca falavam numa retração de 46% no volume de vendas. Em outros tempos, a exibição pública e o anúncio da chegada da nova geração do Cerato seriam um acontecimento que deixaria toda a concorrência em estado de alerta. Entretanto, na cruel realidade atual, o lançamento corre sério risco de mal ser notado pelo consumidor, que estará ocupado fechando a compra de concorrentes com relação custo-benefício mais interessante.
Por exigência da Kia, nosso contato com o novo Cerato se restringiu ao campo de provas e somente por algumas horas. A experiência, apesar de breve, foi suficiente para antecipar uma arma exclusiva do Cerato no Brasil. Diferentemente da geração anterior, a nova conta com motor flex, o mesmo do Soul, com 128/122 cv de potência.
O câmbio também é compartilhado com o Soul, uma caixa automática com conversor de torque e opção de trocas sequenciais pela alavanca - as borboletas no volante, iguais às do atual Cerato, ainda não estão confirmadas na nova geração. Aliás, a Kia assegura a chegada do modelo 2013 à rede para o fim de março, mas alega ainda não ter definido o pacote de equipamentos de série e opcionais.
Na pista, testamos as duas unidades disponíveis: uma manual, a outra automática. Na véspera do fechamento, porém, a marca avisou que, ao menos inicialmente, somente a segunda será comercializada. Assim, concentraremos a análise no Cerato automático.
Carro invisível
Sem informação oficial, fomos a campo para saber mais sobre a novidade. Ligamos para uma concessionária em São Paulo e o gerente de vendas arriscou o palpite: "O preço deve ficar entre 70 000 e 80 000 reais". Mesmo nos identificando como QUATRO RODAS, o vendedor desabafou: "O clima é péssimo nas concessionárias Kia. Tivemos demissões e fechamento de lojas. Se a implantação de uma fábrica não for anunciada logo, os produtos da marca ficarão cada vez menos notados aos olhos do consumidor. O novo Cerato é um carro lindo, parece um Optima em miniatura, mas até agora nenhum cliente que visitou a loja fez qualquer comentário sobre a presença do carro no Salão".
Segundo uma fonte ligada à Kia do Brasil, em dezembro, enquanto esta matéria era escrita, José Luis Gandini e executivos da Kia se reuniam com a direção da empresa nos Estados Unidos para discutir os rumos da marca. "Tudo converge para a implantação de uma fábrica. O que se discute é a quem ela vai pertencer: ao Gandini, à Kia ou a ambos", diz nossa fonte.
Enquanto a marca planeja o futuro, o Cerato 2013 faz sua parte. Na pista, a nova geração mostrou um pouco mais de fôlego que a atual, cujo motor 1.6 é alimentado exclusivamente com gasolina. Na média, o modelo 2013 obteve números de aceleração e retomada 3% melhores que o 2012.
O novo Cerato é gêmeo do Elantra, exceto pelo motor - o Hyundai utiliza um 1.8 a gasolina de 148 cv e custa 86 000 reais, completo. O acerto de suspensão, não por acaso, também é bem parecido, mais voltado para o conforto.
Na cabine, o painel de desenho óbvio ganhou contornos mais elaborados, com curvas e volumes na região em que se funde com o console central. O quadro de instrumentos lembra a distribuição típica dos Volkswagen, com a tela do computador de bordo separando dois círculos, um com conta-giros e termômetro de motor e o outro com velocímetro e marcador de nível de combustível.
Muitos detalhes de equipamento ainda serão acertados, mas é provável que ele venha com faróis e lanternas com leds, itens que podem aproximar o Cerato de seus irmãos mais nobres.
A Kia vive seu momento mais delicado desde que chegou ao Brasil, em 2009. Ela é, segundo o próprio presidente, José Luiz Gandini, "uma das marcas mais prejudicadas pelas novas regras tarifárias de importação de automóveis impostas pelo governo". De fato, nem o belo showroom da Kia - repleto de modelos recém-lançados e de design atraente, como os sedãs Optima e Cadenza - tem conseguido evitar uma queda brutal nas vendas.
Durante a mais recente edição do Salão do Automóvel de São Paulo, ocasião em que o novo Cerato foi revelado ao público brasileiro, executivos da marca falavam numa retração de 46% no volume de vendas. Em outros tempos, a exibição pública e o anúncio da chegada da nova geração do Cerato seriam um acontecimento que deixaria toda a concorrência em estado de alerta. Entretanto, na cruel realidade atual, o lançamento corre sério risco de mal ser notado pelo consumidor, que estará ocupado fechando a compra de concorrentes com relação custo-benefício mais interessante.
Por exigência da Kia, nosso contato com o novo Cerato se restringiu ao campo de provas e somente por algumas horas. A experiência, apesar de breve, foi suficiente para antecipar uma arma exclusiva do Cerato no Brasil. Diferentemente da geração anterior, a nova conta com motor flex, o mesmo do Soul, com 128/122 cv de potência.
O câmbio também é compartilhado com o Soul, uma caixa automática com conversor de torque e opção de trocas sequenciais pela alavanca - as borboletas no volante, iguais às do atual Cerato, ainda não estão confirmadas na nova geração. Aliás, a Kia assegura a chegada do modelo 2013 à rede para o fim de março, mas alega ainda não ter definido o pacote de equipamentos de série e opcionais.
Na pista, testamos as duas unidades disponíveis: uma manual, a outra automática. Na véspera do fechamento, porém, a marca avisou que, ao menos inicialmente, somente a segunda será comercializada. Assim, concentraremos a análise no Cerato automático.
Carro invisível
Sem informação oficial, fomos a campo para saber mais sobre a novidade. Ligamos para uma concessionária em São Paulo e o gerente de vendas arriscou o palpite: "O preço deve ficar entre 70 000 e 80 000 reais". Mesmo nos identificando como QUATRO RODAS, o vendedor desabafou: "O clima é péssimo nas concessionárias Kia. Tivemos demissões e fechamento de lojas. Se a implantação de uma fábrica não for anunciada logo, os produtos da marca ficarão cada vez menos notados aos olhos do consumidor. O novo Cerato é um carro lindo, parece um Optima em miniatura, mas até agora nenhum cliente que visitou a loja fez qualquer comentário sobre a presença do carro no Salão".
Segundo uma fonte ligada à Kia do Brasil, em dezembro, enquanto esta matéria era escrita, José Luis Gandini e executivos da Kia se reuniam com a direção da empresa nos Estados Unidos para discutir os rumos da marca. "Tudo converge para a implantação de uma fábrica. O que se discute é a quem ela vai pertencer: ao Gandini, à Kia ou a ambos", diz nossa fonte.
Enquanto a marca planeja o futuro, o Cerato 2013 faz sua parte. Na pista, a nova geração mostrou um pouco mais de fôlego que a atual, cujo motor 1.6 é alimentado exclusivamente com gasolina. Na média, o modelo 2013 obteve números de aceleração e retomada 3% melhores que o 2012.
O novo Cerato é gêmeo do Elantra, exceto pelo motor - o Hyundai utiliza um 1.8 a gasolina de 148 cv e custa 86 000 reais, completo. O acerto de suspensão, não por acaso, também é bem parecido, mais voltado para o conforto.
Na cabine, o painel de desenho óbvio ganhou contornos mais elaborados, com curvas e volumes na região em que se funde com o console central. O quadro de instrumentos lembra a distribuição típica dos Volkswagen, com a tela do computador de bordo separando dois círculos, um com conta-giros e termômetro de motor e o outro com velocímetro e marcador de nível de combustível.
Muitos detalhes de equipamento ainda serão acertados, mas é provável que ele venha com faróis e lanternas com leds, itens que podem aproximar o Cerato de seus irmãos mais nobres.