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Depressão em gestantes pode retardar crescimento do bebê

Mães que passam por situações de estresse durante a gravidez podem ter bebês abaixo do peso

Gravidez: mães que passaram por situações de estresse durante a gravidez podem ter bebês abaixo do peso (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2015 às 17h22.

O que desencadeia estresse em gestantes, como violência e depressão , pode provocar retardo no crescimento do bebê ainda no útero. Esse é um dos resultados de uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que acompanhou a gravidez de 900 mulheres do bairro Butantã, na capital paulista.

O objetivo do projeto é identificar fatores associados a um bom ou mau desenvolvimento de crianças – do nascimento à idade pré-escolar – do ponto de vista de saúde orgânica e mental.

O estudo mostrou alta prevalência de depressão (quase 30%), além de quadros de ansiedade (16%). Foi identificado que 27% das mulheres sofreram algum tipo de violência na gestação (física, psíquica ou sexual).

“Uma em cada quatro mulheres sofre uma situação como essa. A partir daí, identificamos que as crianças, cujas mães passaram por situações de estresse psicossocial, nasciam com peso inadequado para a idade gestacional”, explicou o coordenador da pesquisa, Alexandre Ferraro, professor da USP.

Ferraro destaca que o baixo peso e a altura insuficiente do bebê têm reflexo também na vida adulta. Segundo ele, pesquisas apostam em aumento nas chances dessa pessoa, quando adulta, ser hipertensa, diabética, obesa, ter câncer e desenvolver doenças mentais.

“Estamos vendo algo que está piorando o estado nutricional da criança quando nasce, mas isso não tem efeito só no nascimento, mas vai aumentar a chance desse indivíduo ter os principais problemas de saúde hoje presentes”, apontou.

O estudo analisou o impacto dos fatores de estresse por volta dos 6 meses de idade e constatou-se que o desenvolvimento cognitivo e de linguagem eram comprometidos por experiências que a mãe teve na gestação.

As crianças com esta idade apresentavam uma frequência de atraso na linguagem de 8%, no desenvolvimento motor de 11% e cognitivo de 3%, sendo que a depressão e o uso de álcool e drogas durante a gestação contribuíram de forma significativa com o atraso.

O professor avalia que é preciso ampliar os aspectos observados no pré-natal para favorecer um acompanhamento integral da mulher e prevenir os futuros impactos de fatores a que a mãe foi exposta para a criança.

“A mensagem desta pesquisa é: você está preocupado com a saúde do bebê e as suas consequências quando o bebê virar adulto? Então preste atenção na mãe”, disse Ferraro.

O médico comemora o fato de os pré-natais terem se massificado no país, mas acredita que é preciso avançar. “Isso significa preparo dos nossos profissionais de saúde para observar coisas que até então não costumavam prestar atenção”, declarou.

O projeto, que envolve os departamentos de pediatria e psiquiatria, contou com 20 psicólogas para aplicação dos questionários. A maioria das mulheres participantes da pesquisa (70%) pertencem à nova classe C.

A pesquisa, iniciada em 2011, está em curso. Nos próximos quatro meses, serão analisados dados referentes ao primeiro ano de vida e no próximo ano, os relativos ao segundo ano de vida. Entre os aspectos analisados, estão informações sobre o relacionamento da mãe com o bebê e o desenvolvimento físico e mental da criança.

“Serão observados aspectos de desenvolvimento motor, cognitivo, de linguagem que vão dar algumas pistas de como vai chegar na escola esta criança, cujas mães sofreram situações de estresse psicossocial”, apontou.

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O que desencadeia estresse em gestantes, como violência e depressão , pode provocar retardo no crescimento do bebê ainda no útero. Esse é um dos resultados de uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que acompanhou a gravidez de 900 mulheres do bairro Butantã, na capital paulista.

O objetivo do projeto é identificar fatores associados a um bom ou mau desenvolvimento de crianças – do nascimento à idade pré-escolar – do ponto de vista de saúde orgânica e mental.

O estudo mostrou alta prevalência de depressão (quase 30%), além de quadros de ansiedade (16%). Foi identificado que 27% das mulheres sofreram algum tipo de violência na gestação (física, psíquica ou sexual).

“Uma em cada quatro mulheres sofre uma situação como essa. A partir daí, identificamos que as crianças, cujas mães passaram por situações de estresse psicossocial, nasciam com peso inadequado para a idade gestacional”, explicou o coordenador da pesquisa, Alexandre Ferraro, professor da USP.

Ferraro destaca que o baixo peso e a altura insuficiente do bebê têm reflexo também na vida adulta. Segundo ele, pesquisas apostam em aumento nas chances dessa pessoa, quando adulta, ser hipertensa, diabética, obesa, ter câncer e desenvolver doenças mentais.

“Estamos vendo algo que está piorando o estado nutricional da criança quando nasce, mas isso não tem efeito só no nascimento, mas vai aumentar a chance desse indivíduo ter os principais problemas de saúde hoje presentes”, apontou.

O estudo analisou o impacto dos fatores de estresse por volta dos 6 meses de idade e constatou-se que o desenvolvimento cognitivo e de linguagem eram comprometidos por experiências que a mãe teve na gestação.

As crianças com esta idade apresentavam uma frequência de atraso na linguagem de 8%, no desenvolvimento motor de 11% e cognitivo de 3%, sendo que a depressão e o uso de álcool e drogas durante a gestação contribuíram de forma significativa com o atraso.

O professor avalia que é preciso ampliar os aspectos observados no pré-natal para favorecer um acompanhamento integral da mulher e prevenir os futuros impactos de fatores a que a mãe foi exposta para a criança.

“A mensagem desta pesquisa é: você está preocupado com a saúde do bebê e as suas consequências quando o bebê virar adulto? Então preste atenção na mãe”, disse Ferraro.

O médico comemora o fato de os pré-natais terem se massificado no país, mas acredita que é preciso avançar. “Isso significa preparo dos nossos profissionais de saúde para observar coisas que até então não costumavam prestar atenção”, declarou.

O projeto, que envolve os departamentos de pediatria e psiquiatria, contou com 20 psicólogas para aplicação dos questionários. A maioria das mulheres participantes da pesquisa (70%) pertencem à nova classe C.

A pesquisa, iniciada em 2011, está em curso. Nos próximos quatro meses, serão analisados dados referentes ao primeiro ano de vida e no próximo ano, os relativos ao segundo ano de vida. Entre os aspectos analisados, estão informações sobre o relacionamento da mãe com o bebê e o desenvolvimento físico e mental da criança.

“Serão observados aspectos de desenvolvimento motor, cognitivo, de linguagem que vão dar algumas pistas de como vai chegar na escola esta criança, cujas mães sofreram situações de estresse psicossocial”, apontou.

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